quarta-feira, julho 12, 2006

Hoje é dia de Ramom

Em 12 de julho de 2004, nasceu na Casa de Saúde São José, no Humaitá, este pequeno artista de nome Ramom. Hábil na arte de pintar o sete e de fazer a vida dos avós, muito mais prazerosa e multicolorida. Conquistou a todos de maneira graciosa. Confesso publicamente que ele, soube como ninguém tingir nosso cotidiano com as cores da alegria e da felicidade. A presença do neto em nossa casa, é o resultado de imensurável satisfação. Ouvir ser chamado de Vô ou Vó, ou de Marilene ou Wilton e para qualquer outra situação; acreditem, é dar cambalhotas no ar. É ter o sorriso estampado e colados em nossas faces. Andar de mãos dadas com o neto, ou a vontade dele em andar sem dar as mãos, de sair na nossa frente em correria. De uma pequena teimosia, como constante linguagem de seu relacionamento. São vínculos criados e estabelecidos pela idade.Entendemos este processo. É um outro ser, que quer dar os primeiros passos na vida, rumo a sua longa caminhada durante a sua existência. O nascimento de meu primeiro neto, é um encontro de saberes. Um momento do passado com o presente, vislumbrando o futuro. Estar com o neto é a oportunidade de observar as transformações do cotidiano. De olharmos como testemunhas em que o momento da leitura do mundo. é anterior a escrita. Atento e curioso, percebe os sons e os significados. Passa para uma nova etapa, a condição de sujeito-falante.
Tudo é festa. Meu neto é maravilhoso. Carinhoso, encantador, travesso e dono de muitas outras coisas que compõe esse baixinho, fazem dele um ser muito especial. Gosta de livros, pede para contar. É ouvinte.
É o nosso momento, mesmo por algumas horas, de curtir ou mesmo por frações de segundos, fazer um breve retôrno a nossa infância. Das brincadeiras criadas, ou reproduzidas nestas horas, das músicas "infinitamente" tocadas e cantadas, Ramom, vivencia muito. Quando gosta da música, pede para repetir, é o momento Peça Bis ao Vovô. Achamos nosso neto muito criativo, muda a coreografia conforme a música, seja por qualquer som emitido, até um simples bater palmas. Há em seu corpo uma musicalidade, uma sonorização, uma harmonia, uma sensibilidade que está em permanente sintonia com o prazer do movimento, sua expressão corporal manifestada, está incorporada a todo momento. Está ligado ao som interno e os que são produzidos na rua. Barulho de vozes, buzinas e outros sons urbanos. Reconhece diferenças. Estimulos cerebrais importantes, são registrados.
Ramom, é ouvinte de um repertório rico e diversificado. Esta fase é o começo de produção de palavras e sonorizações. Uma percepção auditiva, captando os "barulhos" e a sua conseqüente identificação. Começou a freqüentar o maternal. Reações não muito receptivas de ficar na escola foram expostas, choro e negativas. É um processo de adaptação, ao novo mundo e ao universo da escola. O Som e o silêncio, são duas combinações importantes em seu processo de conhecimento.
O seu corpo está sempre em movimento, apresenta um gingado, que faz de nós, espectadores deste "show" particular. Muito engraçado quando reprova a música, diz que: "não", " não quer", "faz manha", etc, procede assim, no momento em que eu mudo a música que está ouvindo.
Faço de modo a observar, a sua reação, a resposta é instantânea e sempre negativa. Se interage com a música, a resposta é sempre positiva. Não poderia ser diferente, ele veio embalado por canções de ninar, do folclore infantil, algumas entonadas de modo bem desafinado. Acho que começou adquirir a linguagem musical, inseridas como parte de seu processo de aprendizagem formal e informal dianta da vida. A música o acompanhará em toda a sua trajetória, vai ser importante em seu amadurecimento afetivo e social, enfim, faz parte de seu processo cognitivo. Viva a Música!
Hoje é dia de festa, mas será comemorado no próximo sábado. O tema escolhido pelos pais foram animais em uma floresta, sob a confecção e criatividade de Tia Ângela, prima Camila, Tia Eliane, mais Avó Marilene, todas empenhadas em colaborar na realização da festa. Vai rolar a festa...
Para nós seus avós, desejamos que possa curtir bastante este momento único, pois, ele pertence a você. Que faça bom proveito. Parabéns!!!!
Ps: Um passarinho verde, andou espalhando, que no final de outubro, ou começo de novembro, Ramom, seus pais e nós, os avós receberão de braços abertos, o pequeno grande homem, de nome Ricardo, querido e desejado por todos. Sem dúvida o mais novo reforço da imensa torcida vascaína.

quarta-feira, julho 05, 2006

Noites Insones.













Helena Coelho : Pintora Naïf. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1949. Sempre em atividade, expondo em museus do país e mostra coletiva e individual, apresentando-se no exterior com grande sucesso.Incluída em livros como referência no panorama de nossa arte, em especial a arte naïf. Sua arte é muito interessante, é comprometida com a simplicidade das coisas belas e deve ser apreciada, admirada com aplausos.
(Fonte de Consulta: Cayomecenas, ArtCanal,Galeria Jacques Ardies)
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Meus Caros Leitores e Amigos, agradeço muito pela participação de vocês. Coloquei, pregado no varal mais um texto da safra poética.Alguns dos meus escritos, foram selecionados e estão expostos no site de minha querida amiga e escritora Arlete Meggiolaro, em seu Orvalho D`Alma ,uma página que promove e divulga autores brasileiros e que vale sempre uma visita.Um grande abraço.
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Em silêncio desato nós
cegos
amarrados
bem lá
no fundo
do coração.

Sonhos congelados
derretem as
ilusões passageiras
que embotam
obscuras
noites insones.

Guardo os momentos
felizes em um baú
empoeirado
no interior de meu
ser inanimado.

Sigos os passos iluminados
pelo breu
para encontrar
as cores fragmentadas
da felicidade.

Na tela encardida
cerzida
pelo tempo os
instantes do
meu presente
estão
perdidos em
minhas vagas
memórias.

Rabiscadas nas margens
dos rascunhos
feitos a mão pela
vida a fora.

Prossigo os caminhos
dando voltas em torno
de mim.

Era noite.
Não me acho.
Continuo acordado.


sábado, julho 01, 2006

Conversas de Sábado.

Helena Wong : Pintora/Desenhista e Gravurista Nasceu em Pequim, em agosto de 1938, com o nome de Mie Yuan. Uma artista chinesa, naturalizada brasileira. Faleceu vítima de câncer aos 51 anos, em 1990. Desde cedo, sofre de uma moléstia reumática. Em Shangai, inicia o seu aprendizado. Suas primeiras manifestações artisticas são expressas através do desenho.Utiliza o nanquim. Nota-se em sua obra a presença da caligrafia e a pintura típica chinesa. Sua família muda-se para Curitiba. No inicio dos anos 50, toma aulas com Thorstein Andersen, manteve contatos com Ivan Serpa, Marcelo Grassmam e Alcyr Xavier. Sua obra esteve em exposição "Trajetória de uma Paixão", sob os cuidados do MON, para uma apresentação no Margs. Participou de diversas exposições no exterior e em nosso país. O seu interessante e bonito acervo, está sob os cuidados de sua irmã Shou Wen Alegretti. Helena Wong, é presença obrigatória no panorama das artes do Estado do Paraná.(Fonte de Consulta: Mesa Redonda sobre a artista, por ocasião da Exposição Solar do Rosário , em Curitiba, MON - Museu Oscar Niemeyer)
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Meus Caros Amigos Leitores e Blogueiros, passo para deixar colado no mural um texto que descreve uma situação em que vivenciei na Feira do Livro, da Praça Serzedelo Correia. Um grande abraço.

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Olá!
Na semana passada foi instalada a feira de livros na Praça Serzedelo Correia, em Copacabana. Atualmente, por restrições dos órgãos municipais e pelo desenho da praça, houve uma enorme redução dos expositores/barraqueiros. Hoje, há um número bem menor de participantes, assim como, a diminuição do horário de funcionamento. Observa-se uma forte predominancia de livros usados e saldos. As barracas ganharam uma nova roupagem, um novo visual, mas a falta total de divulgação permanece. O aluguel (taxa) do espaço para montagem/transporte das barracas, é recolhido pela ABL, de seus associados e costuma ser bem elevado, envolve pagamento da iluminação, segurança, e outras coisas que não me recordo.
Quem controla a ABL - Associação Brasileira do Livro, que promove as feiras do livro nas praças da cidade do Rio de Janeiro, segundo fui informado, atualmente, é um livreiro, dono de um sebo. Desde do surgimento da feira, a secretaria executiva da entidade mantinha o controle total e foi presidida durante muitos anos , por um livreiro de nome Santana, o mesmo da razão social da livraria, um antigo sebo no centro da cidade. Nunca a oposição formada por livreiros conseguiu alterar a situação que permaneceu até, o falecimento do secretário executivo. Houve casos em que ele expulsava o livreiro por discordar dele. Lembro que o Chico da livraria Dazibao-Ipanema, foi um deles.
Serzedelo Correia, é uma praça protegida por grades, como a maioria das praças e prédios de nossa cidade. O seu interior, é utilizado por crianças para brincar e idosos que costumam jogar damas e outros jogos em um espaço reservado para eles. Por outro lado, a praça é povoada por pivetes ( meninos e meninas) que passam grande parte do dia, cheirando cola e praticando os chamados atos infracionais. A convivência é democrática, desde de mendigos de várias espécies, a bêbados e loucos. Tão democrático e sem policiamento que não devemos esquecer da forte presença de larápios que atuam livremente em direção aos pertences daqueles que transitam pelo local. O alvo preferido, são idosos e mulheres.
De vez em quando, aparece um grupo de ciganas dispostas a abordar um público incauto, predominante feminino, ávido em saber através da leitura das mãos o “incógnito” destino, para os apaixonados e os querem melhorar de vida, são clientes certos deste grupo.

Até pouco tempo, um espaço da praça era dividido por um posto de saúde, que para a construção do metrô foi transferido para lá.Ficou por pouco tempo. Recentemente foi demolido e voltou para o lugar de origem, perto da Estação Siqueira Campos do metrô.
A Praça Serzedelo Correia, concentra um grande número de menores de rua e pedintes. Faz parte do cenário da praça, um razoável número de moradores/famílias sem teto, há sempre alguém dormindo e fazendo do solo, seu banheiro, sua morada e cama.
Antigamente, a praça era conhecida como a “Praça dos Paraíbas”, pela predominante presença de forte contingente oriundos do norte e nordeste do país. A trilha sonora predominante era o forró. Há em volta da praça, a Igreja Nossa Senhora de Copacabana, outros templos religiosos, consultórios, residências, e um comércio bem diversificado, um deles, comercializa produtos eróticos e foi enfocado pelas singulares lentes do blogueiro e artista plástico Jôka P, criador do Avenida Copacabana, um dos mais interessantes e badalados blogues que circulam pela blogosfera. Vale a pena fazer uma visita. Seu blog gerou recentemente uma matéria no jornal O Globo.
Como estava andando pela praça, resolvi por curiosidade parar em uma barraca de livros usados, tenho dado preferência por este tipo de livro. Ao acaso, peguei o livro de autoria de Umberto Eco, o Pêndulo de Foucault (1988) publicado pela Record. O livro estava em um estado razoavel, o valor registrado era de 25 reais, comecei a folhear, eis que surge a presença do vendedor, querendo vender e dizendo que poderia dar um desconto de 20%. Fiquei embasbacado com a proposta e com a conotação de que ele poderia me conceder o desconto.Respondi que era uma obrigação dele, em dar o desconto. Ele me respondeu que depende. Não é bem assim, continuou. Informei a ele, que trabalhei por mais de vinte anos no mercado editorial , sei que por estar em exposição na feira do livro, era obrigado a dar o desconto. Não era a seu bel prazer que eu estaria ganhando o desconto. Ficou calado. A barraca pertence a uma familia que detém mais barracas na feira e donos de um tradicional sebo no centro da cidade. A malandragem da situação, as barracas não estão expondo mais a faixa que declarava o gozo do desconto de 20%, omitem o que é amparado por lei municipal. Dalí fui em busca de algum conhecido do meu tempo de livreiro, encontrei - a resposta foi confirmada, sumiram com a placa indicativa de desconto. No entanto, vigora o desconto pela cara do freguês, ou pela necessidade de faturar se a venda tiver muito baixa. Como o consumidor é enganado, como a feira é usada muito mais para queima de saldos com diferentes preços, “esquecem” de avisar sobre o desconto. O argumento é que há muito livro em promoção com baixo valor. No meu tempo de livreiro, distribuidor e editor, todos os livros expostos eram apontados com dois preços, um com o valor do preço de capa e em seguida, o valor a ser pago com desconto de 20%. O mundo é dos espertos, fiquei convencido. O livro novo é tabelado pela editora; o usado, é marcado pelo livreiro, às vezes um mesmo livro, possui diferentes preços em outra livraria.