quarta-feira, dezembro 28, 2005

Passageiros

Emygdio de Barros : Considerado por Ferreira Gular como um dos gênios da pintura brasileira. Emygdio é um artista fruto do trabalho da psiquiatra Nise da Silveira, no Centro Psiquiátrico Pedro II, do Museu do Inconsciente, no bairro do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. O artista nasceu em 1895, natural do Rio de Janeiro, fez curso técnico e ingresou no Arsenal da Marinha. Por destaque em seu trabalho foi designado para fazer um curso de aperfeiçoamento na França. Após a sua volta em 1924, observa-se alterações de seu comportamento, deixou de freqüentar o emprego e passou a perambular pelas ruas sem destino. Ficou internado por mais de três décadas. O trabalho do artista circula por diversas exposições. Morreu em um asilo geriátrico em 1985. (Fonte de Consulta: extraídos dados biográficos do Museu do Inconsciente)
###########################################################

Olá! Meus Amigos Leitores, antes de encerrar o ano de 2005, remexendo o baú esquecido em um dos corredores da Quitanda, resolvi deixar pendurado no varal este "achado". Foi um momento em que pude lidar com o retrovisor para: olhar, pensar e repensar a minha trajetória. Sempre faço um retrospecto, uma auto-crítica neste período, que por coincidência combina com o meu aniversário realizado recentemente e o final de ano. Daqui, não vai surgir nenhuma análise, reflexão ou balanço das atividades deste quitandeiro. Resolvi também, não fechar para balanço, deixo a porta aberta, para entrada e saída de visitantes e amigos que passam por este espaço.
A encantadora presença de Ramom e outras situações em que estive envolvido, limitaram e reduziram a minha presença, como sempre faço em visita aos blogs de amigos, vizinhos e simpatizantes.Espero em um breve período, me organizar, para então retomar a minha condição de leitor destes maravilhosos blogueiros e seus escritos. Peço desculpas para os que, ainda, não consegui arrolar os seus respectivos blogs na lista de links.Mais desculpas, ainda peço para os que, não pude responder os comentários.A minha resposta de imediato, é muito obrigado pela presença e a participação de vocês neste espaço. Espero que curtam muito, muito os festejos de final de ano.

**********************

Ao passar por ela
Recebi um olhar
E um lindo sorriso.

Presentes Cruzados
Silenciosos
Enigmáticos
Que interromperam
O meu silêncio.

Caminho ligeiro
Seguindo o caminho
Do vento.
Meu destino

Nada no bolso e no coração.

Meu olhar sob encanto acompanha
O movimento, o balançar
Do corpo moreno
De cabelos ondulados
Levando meus sonhos
Instantâneos

Somos

Passageiros ligeiros
Passos Apressados
Despedem do olhar
E dos corpos

Você em uma direção
Eu em outra.
Seguimos no anonimato
Para um encontro marcado
Nas paralelas
Passarelas
Da vida.






segunda-feira, dezembro 26, 2005

Desejo, Um Feliz Final de Ano

Alice Vinagre: Artista Plástica, nascida em João Pessoa, em 8 de setembro de 1950.Graduada em pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, em 1984. Há uma interessante página de sua autoria na internet.Sem dúvida, um dos melhores caminhos para se chegar a conhecer o universo singular desta artista paraibana.Não conhecia a sua produção, mas encontrei com esta pintura que me despertou de imediato uma curiosidade.
Artista premiada em nosso país e no exterior, com intensa atividade, participando de exposições coletivas e individual.Sua obra faz parte de acervos importantes de fundações e museus.Indicações na internet, localizam também exposição no Bandepe e referências como moradora em Recife.
(Fonte de Consulta: Itaú Cultural, site da autora,Cyberartes)
Para ver e admirar Alice
*************************
Olá! Meus Amigos Blogueiros e Leitores, registro hoje, neste espaço os meus agradecimentos, pela forma carinhosa com que se manifestaram por ocasião de meu aniversário, pela felicitação de Boas Festas, deixadas no espaço dedicado aos comentários na Quitanda, pela homenagem prestada em seus blogs, pelas imagens de doces que ornamentaram de algum modo, um momento muito especial para mim.Desejo para todos, um feliz final de ano.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Mergulhos

Antonio Henrique Abreu Amaral: Pintor/Gravador/Desenhista - Nasceu em São Paulo, em 1935. Talentoso artista que vive e trabalha em São Paulo. Irmão da historiadora e critica de arte Aracy Amaral, da cineasta Suzana Amaral e da autora de teatro de animação, dramaturga e diretora Ana Maria Amaral.Participa de exposições no Brasil e no exterior.Produziu livros, como o álbum editado sobre Xilogravura. Ganhador de diversos prêmios.(Fonte: Itaú Cultural, Pintura Brasileira.Com, Isto É Online) Seu trabalho artistico, é iniciado em 1952, na Escola do Museu de Arte Moderna de São Paulo.Em 1956, estuda gravura com Livio Abramo. Trabalhou como assistente de Alfredo Bonino, em sua galeria no Rio de Janeiro.Conheceu pintores e poetas, como Pablo Neruda. Foi aluno no MAM/SP, do artista plástico Roberto Sabonnet.Considerado um autor que imprime uma temática realista e social, fazendo uso de cores intensas. Paricipou recentemente da exposição Cow Parade, o maior evento de arte pública do mundo.Nesta exposição de ruminantes espalhados em diversos pontos da capital paulista, totalizaram 150, feitos em fibra de vidro em tamanho natural.
****************************************************************

Olá! Meus Caros Amigos Blogueiros e Leitores, deixo no varal da Quitanda este texto. Ontem ao visitar o Blog Avenida Copacabana, me deparei com a nota de falecimento do blogueiro Guilherme e com a bela e justa homenagem ao amigo, prestado pelo amigo Jôka. Não cheguei a ter contato com Guilherme, no entanto, vez por outra, dava uma navegada em seu blog em silêncio, lia, apreciava e voltava um outro dia qualquer, era o meu compromisso de retornar como tenho feito em vários blogs que visito e que aprecio. Sou solidário a todos os amigos e aos comentários feitos ontem no Avenida.
_______________________________

Mergulhei no vasto mundo
nada encontrei.
Achava
Imaginem, encontrar
com a alegria.
com a felicidade
de ficar sempre
em sua companhia.

Voltei a dar mergulhos
nadei
mergulhei
respirei.
Descobri em um canto
pelas vias do
coração
além da ilusão
a solidão
solidificada
a tristeza
dissimulada
em um sorriso
escondido.

Submerso
Escrevi meu
Verso
que no reverso
lembrei que
não sei dizer
e escrever
o seu nome.

Havia, lembro
depois de vários
mergulhos
Um retrato
desbotado
bem no fundo
lá no fundo
do meu vasto
mundo.


segunda-feira, dezembro 19, 2005

A Lua

Andréa Fachini : Artista nascida na cidade de Cataguases, em Minas Gerais, no ano de 1955. Graduada em Comunicação Visual, pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1979. Graduada pela Universidade Salgado de Oliveira, em Educação Artística. Foi aluna da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Seu trabalho tem sido mostrado em diversas cidades, como: Niterói, em exposição no Museu do Ingá.Esta imagem foi retirada da exposição virtual da interessante página Niterói Artes. Andréa, mantém esta página na internet Sua obra aponta para uma constante afirmação como uma grande artista em nosso panorama das artes plásticas.É referência na Galeria Virtual Rio Arte Cultura, em destaque como uma artista muito sensível e com uma arte encantadora em seu universo de cores e flores.
_____________________

Olá! Hoje, aqui no Rio de Janeiro, o sistema de banda larga feito pelo Velox, ficou fora do ar por grande parte do dia. Apenas agora, que eu pude colocar o texto escrito no varal para apreciação dos meus amigos leitores e blogueiros. Vez por outra, ficamos sem conexão, o que é muito lamentável. Não informam a previsão de retôrno, deixam o serviço de atendimento sempre ocupado com uma gravação para ligar mais tarde.Cortam abruptamente a comunicação e o consumidor que se dane.
*********************

A Lua Nova passeava
Em meu quarto
Iluminando sonhos lunáticos
surgidos nas redes de nós
improvisados
costurados
arquitetados e
projetados
na minha vida.

Lua Minguante
Silenciosa, distante
Sua presença é
Testemunha dos meus amores
de minhas dores
dos
dissabores
das risadas desatadas
da alegria
que permanece
anestesiando
meu interior.

Meu espelho!

Minha fala silenciosa
emudece meus
pensamentos, com
a permanente
a vontade de
ficar
Só.

Distantes das recordações
Acordo seguindo rastros
Com a claridade de meu passado.
Iluminando o meu futuro sombrio.

Procuro o sono
Perdido nos intervalos
das noites lúgrubes e
nos momentos marcados
pelos desencontros.

Sua imagem desenhada
em meu coração
Antagoniza
Agoniza
Nas profundezas
E incertezas
De meu navegante ser.

"Blue moon, you saw me standing alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own"
Escuto. Ouço a canção.
Olho pro céu.

Lua Nua flutua na janela
Passarela das aventuras
noturnas de
meus olhos cansados
e colados pelo
último sorriso
estampado.

Faz dela, as
rotas de
minha sobrevivência.
Preciso! e muito
continuar vivo.













sexta-feira, dezembro 16, 2005

A Mudança

Hilton Berredo: Um dos integrantes da exposição "Como vai você, Geração 80?". Pintor e Arquiteto. Nasceu no Rio de Janeiro, segundo a Revista Museu, vive e trabalha em sua cidade. A pintura que apresento para vocês, estava integrada ao módulo de eventos promovido pelo MAC/USP. O artista participa de várias mostras individuais em nosso país e no exterior. A RIOARTE, órgão vinculado à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, em sua coleção- Corredor Cultural, publicou nos anos 90, o livro A Cor: Pesquisa e Texto:Hilton Berredo. Uma interessante pesquisa sobre as fachadas coloridas das casas antigas na paisagem carioca. No site da ABI, há referência ao artista plástico, em foto com a sua esposa Giselda Fernandes, que é bailarina, mostrando a união das artes.

Olá! Estou colocando no mural da Quitanda, o texto que finalizei durante a semana, espero que gostem. Desejo um ótimo final de semana para vocês. Estou procurando acertar o blog.

________________________________
Havia algum tempo que estava desempregado.Levantava cedo, arrumava o quarto e cuidava com muito zelo da penteadeira que trouxe de sua antiga casa, em uma vila, na Tijuca. Nascera naquele bairro da zona norte, mas tinha o bairro de Copacabana, como a sua grande opção para morar e trabalhar. Alimentava este sonho da familia, é verdade, não era só dele. Alfredo seu pai, não pode realizar. Ele, um dos idealizadores da mudança de bairro, morreu infartado, no dia de finados. Depois do enterro, Jorge, prometeu para si e para Olga, que cumpriria o sonho de seu pai. Alfredo, um alegre sapateiro, que adorava contar piadas, jogar carteado, jogar no bicho, que insistia em jogar no burro e no carneiro; tinha sempre um palpite, cercar pelos lados, pelas dezenas, centenas e grupos. Consultava horóscopos e dos sonhos, sua interpretação, que espalhava ser infalível. Mais tarde saía à rua para ver o resultado colado no poste. Vez por outra, arrumava uns trocados com o resultado e ficava radiante, com a sorte.Passava no bar do Almeida, para uma cervejinha gelada.Encontrava com amigos para uma roda de bate-papos. Ao sair do bar, levava para casa uma garrafa de Grapette, refrigerante que Jorge, adorava.Olga preferia tomar mate.
Alfredo, tinha sempre uma nova piada para contar para os amigos, mas em assuntos de politica, assim, como o futebol, era muito passional. Manifestava sua torcida por uma escola de samba, cujo símbolo, é uma ave de rapina de hábitos diurnos; no entanto, ficava na dele, apreciava calado o resultado pela televisão das campeãs do carnaval. Gostava mais não vibrava, tanto, quanto os gols do Vasco feito no Flamengo. Lia às segundas, a coluna de Otelo Caçador. Alfredo, era um cinéfilo. Sempre que podia, optava por uma sessão noturna, após o jantar. Assistia, de preferência aos filmes no cinema Madri, ou, no Comodoro, situado em uma galeria da rua Haddock Lobo. Nos finais de semana, pegava o ônibus, geralmente, uma linha, em que o ponto final ficava na Usina.Escolhia um cinema na Praça Saenz Peña, depois, um café no Palheta. Papai, andava queixando-se de umas dores, de cansaço e que pretendia pela milésima vez, fazer um regime, não deu mais tempo.
Jorge, sempre recorda as nuanças da beleza de sua mãe, diante da penteadeira com banqueta em madeira maciça, dos reflexos daquela imagem, que por muito tempo, ficava em silêncio admirando. Sua beleza acompanhava o tempo. Até o momento em que Olga, sua mãe, o convidava para entrar. Jorge, meu filho, pode entrar, não precisa ficar aí parado. Com um largo sorriso, ia de encontro da mãe, com beijos e abraços.Naquele quarto vivia momentos de encantamento.Sentava na ponta da cama, com os olhos respondia a conversa com a mãe.Pedia para pentear os seus cabelos, ela aceitava, com um sorriso e com elogios a sua habilidade com escovas e pentes.
Olga pela manhã preparou o café como de costume, deixou tudo arrumado, em ordem, como Jorge, gostava de encontrar a mesa, ao entrar na cozinha.Olga deixara um bilhete pregado à porta da geladeira.Vou à casa de tia Marli e volto na parte da noite. Beijos.
Jorge levantou da cama, foi direto para a penteadeira da mãe; sentou na banqueta, olhou para o espelho. Abriu a primeira gaveta, encontrou batons de diversas tonalidades, os pós recém comprados que passava no rosto, imitando a mãe, colocou os brincos que estavam escondidos em seu armário.Retirou de uma bolsa, produtos de maquiagem.O rosto maquilado, vestiu a blusa azul que retirou do guarda-roupa de sua mãe., pegou o vestido que deu de presente de aniversário para a mãe. Olhou mais uma vez para o espelho, sentiu-se lindo.
Achou que era o momento de ler os classificados do jornal e deu de cara com um anúncio de vaga em salão de cabeleireiros, no bairro de Copacabana. Telefonou, marcou uma entrevista, no dia seguinte, inciou o seu trabalho, como ajudante.O primeiro corte, na primeira cliente, seu sorriso diante do espelho.Estava perfeito, os elogios começaram aparecer.Jorge diante do espelho, refletia ares de mudança de vida e de algo que estava escondido.
No dia seguinte, comprou jornal para ler os classificados, na sessão de imóveis.Percorreu os olhos e achou um apartamento, colocado à venda, na rua Francisco Sá, próximo à praia. Telefonou para Olga, marcaram de encontrar na imobiliária; acabaram de comprar o apartamento.Na hora da mudança, redobrou as recomendações para o pessoal da transportadora, alertando para o cuidado com a penteadeira. Diante da penteadeira, Jorge sorriu, pegou o sonho que um dia também foi de seu Alfredo, o estojo de maquiagem, começou a se transformar.Olga sua mãe, sorridente, começou a pentear os cabelos de seu filho. Achou que estava muito lindo.O telefone toca, era Silvio, convidando Jorge para jantar. Mãe, pega por favor, aquele vestido que comprei para sair hoje à noite.



quarta-feira, dezembro 14, 2005

Fantasmas

Luiz Zerbini: Nasceu em São Paulo, em 1959. Pintor, Escultor e Artista Multimídia. Formado pela FAAP, em artes plásticas. Participante de diversas amostras individuais e coletiva. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1982. Fonte: Galeria Fortes Vilaça/SP, Enciclopédia de Artes Visuais. Participou da exposição "Onde está você, geração 80?" A pintura do autor exposta neste espaço, foi matéria de um artigo da Revista Isto É, em 2002. Interessante exposição que passa pela temática do amor, dos sonhos, fantasias e erotismo, que são representadas no universo do artista.Este trabalho na ocasião foi indicado para ser visto, para não perder a oportunidade de conhecer um dos grandes pintores que faz parte do panorama das artes em nosso país.



Bom dia! Estou colocando este texto no mural da Quitanda. Peço desculpas aos amigos blogueiros, estou inserindo aos poucos os links de seus blogs.
*****************************************************
Naquela manhã ensolarada, Geraldo, aproveitou para matar o tempo, resolveu remexer em um velho álbum de fotografias.Primeiro chamou por Maria, ela não respondeu. Sinal que tinha saído, pois, não respondera ao seu chamado.Não havia mais necessidade de gritar por seu nome. Neste horário, lembrou Geraldo, ao olhar para os ponteiros do relógio da parede de seu quarto; que a sua companheira Maria, iria assistir à missa rezada por Monsenhor Abilio, da Igreja Nossa Senhora de Copacabana.
Na volta para casa, Maria passava nas barracas de seus conhecidos da feira, para comprar o de costume.Encontrava sempre uma amiga ou conhecida na barraca de venda de pastéis e caldo de cana, era o começo de conversas.Nestas ocasiões circulavam informações: de quem havia falecido, o encontro para o chá e a excursão, o remédio indicado pelo cardiologista, da caminhada no calçadão, da promoção do supermecado e dos cuidados redobrados com a pivetada em volta da praça.
Geraldo ficou mais tranqüilo, estava só. O filho telefonara na véspera, para informar que viajaria para Petrópolis, voltaria à noite.Geraldo, escolhera o álbum de capa marrom, sentou-se em uma cadeira de balanço, em frente ao espelho. Sabia em silêncio, que em cada foto, uma história, um momento, um passado, que estava ali, emoldurado diante de seus olhos.Nas primeiras fotos, deixou escapar um sorriso, um largo sorriso, que registrava o contentamento de voltar os olhos para o passado.Um encontro com recordações encobertas e escondidas pelo tempo.Lembrou do amigo da foto, mas esqueceu o nome.Sérgio, acho que era Sérgio, não, não era Sérgio, ele era um pouco mais alto e nunca deixava de usar óculos.Lembrou de Felipe, sim, era ele, o mais erudito do grupo.Gostava de citar frases em inglês e francês, segundo, comentava-se na época; estava aprendendo alemão em curso no centro da cidade.
De repente, ficou paralizado diante de uma foto estampada com um sorriso angelical, de olhos castanhos brilhantes.Ficou estático, mas com uma resposta para aquele sorriso, respondeu com um outro sorriso.Com um rápido olhar, desviou para o espelho, ali, estava a sua face refletida, envelhecida, tingida pelo tempo com as cores brancas de seus cabelos.Não hesitou, era Sandra, a dona daquele sorriso da foto.E agora do seu silêncio.Falou baixinho, por onde andará aquela grande paixão? A última noticia de Sandra, fazem mais de dez anos, de lá pra cá, nada além do silêncio.Sandra havia casado com um antigo namorado e viajado para o exterior.Nunca houve uma confirmação, disseram depois, que tinha retornado para o Brasil, com dois filhos e separada do marido.
Maria chega da missa, carregando duas sacolas da feira.Abro à porta, ajudo a colocar as compras na geladeira. O telefone insiste em tocar, atendo. Do outro lado da linha, uma voz inconfundível; - Geraldo, Geraldo meu querido custei muito para achar o seu telefone, encontrei com César e pedi o número para ele. Como você está? Sei que você está casado com Maria. mas quero me encontrar com você. - Precisamos conversar, quero rever você.Vamos marcar na próxima semana?. - Geraldo, você está me ouvindo?Não respondi, fiquei mudo, surpreso.Desliguei rápido. Aproveitei e coloquei o álbum no lugar, bem escondido.
Da cozinha, Maria grita perguntando, com quem eu falava. Disse qualquer coisa inaudível. Maria é engano, acho que era um fantasma.- Fantasmas, não falam ao telefone, respondeu Maria. Pois é, eu também acho, era um trote, nada mais...ou seria um fantasma, esta certeza, eu tinha.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Lugar do Sonho

Cátia Garcia: "Rastro das Cores" - Artista plástica, natural de São Paulo, no ano de 1962. Há na internet uma página sobre esta artista e poeta. Fonte de consulta (Arteplástica.com). Seu ateliê foi criado em Alphaville, São Paulo.Seu marido também, é artista plástico. Participa em diversas exposições na cidade de São Paulo. Uma artista de destaque no panorama das artes em seu estado. Filha de estilista e artesã da moda. Dados extraídos do site da autora e artenarede.








Olá! Meus Caros Amigos Blogueiros, hoje ao inserir dados no blog, cometi um equívoco natural de quem ignora os procedimentos de rotina em informática. Mirei em que vi e acertei o que não vi, daí, gerou erros em meu blog. Peço desculpas nas referências aos links, estou tentando rearrumar. tentando recuperar os endereços das páginas que estavam elencadas nesta Quitanda. Aproveitei e mudei de template, como me agrada a cor azul, optei por este. Sinto muito ter perdido os diversos comentários feitos em suas visitas, zerou tudo. É um recomeçar e pra mim, um aprendizado. Prometo em breve, voltar a visitar os meus queridos amigos blogueiros, até o momento, tenho feito de forma precária. Desejo para vocês um ótimo inicio de semana. Coloco no varal, um texto preparado no final de domingo, depois, que o meu querido neto voltou para casa com os pais.
*****************************

Não, não me lembro em que lugar
deixei meus sonhos.
Que
Desapareceram sem deixar
vestigios.
Eles
Escaparam durante à noite
pela janela dos meus olhos.
Deseperado
Deixei um aviso estampado
em meu coração.
Procuro Sonhos perdidos
Envoltos por
Ilusões passageiras e
Imagens reais
Necessito com urgência
De um encontro com o
Amor
Sem dor
Recompesa-se
Quem o achar.
Com um abraço apertado
Um sorriso de felicidade
e a minha mais alta
estima e consideração.





terça-feira, dezembro 06, 2005

Beth T

Calasans Neto : Artista baiano, nascido em Salvador, no ano de 1932. Envolvido com a temática de sua terra. Iniciou pintura com Genaro de Carvalho, depois, estudou com Mário Cravo, na Escola Nacional de Belas Artes da Bahia. Calasans se destaca entre as suas diversas expressões, o trabalho em madeira.
Considerado nos anos 50, como agitador cultural, fundando com Glauber Rocha e outros artistas a Jogralesca, um grupo de leitura de poesias de forma teatralizada, posteriormente, criou a revista de arte Mapa, um espaço para circular as suas idéias, a respeito de literatura e arte. Criou mais tarde uma editora com tiragem limitada de nome Macunaíma, produzindo livros de arte/ilustrados. Foi capista de alguns dos livros de Jorge Amado, como Tereza Batista cansada de guerra e Tieta do Agreste. Nos anos 80, Calasans retornou a pintura, expressando as cores do universo baiano. Importante pintor regional e com exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior. Fonte de consulta: artigo de Cassandra de Castro Assis Gonçalves - Fapesp/ MAC/USP

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&


Olá! Peço desculpas, aos amigos blogueiros por não ter ainda, condições de fazer a minha visita habitual aos seus blogs. Quando arrumo uma brecha, faço de maneira prazerosa esta visita. Tenho feito poucas, é verdade, mas espero o mais breve possível me organizar para que eu possa retomar estes contatos. Aqui isento o meu neto, ele não participou deste momento, a confusão e a limitação de tempo, cabe exclusivamente a este amigo quitandeiro. Desejo para vocês uma ótima terça-feira. Deixo em exposição no mural da Quitanda um texto, que é parte de um mais amplo que tenho desenvolvido. Um grande abraço.

&&&&&&&&&&&&



Beth T, era assim que alguns a conheciam, isto quer dizer, os rapazes de sua turma da escola e da rua. Vencedora da última eleição promovida pelos freqüentadores dos bancos da Praça Afonso Pena, na Tijuca, bairro em que morou por muitos anos, na fase de sua alegre adolescência, nos anos 60. Realmente era de fechar o comércio, diferente, de hoje, em que os traficantes, exigem do comércio do bairro, que feche as portas por motivos variados. Importante, que se cumpra ordens, transmitidas por seus moleques de recado. Atemorizam moradores e comerciantes. Inquietam o bairro e a cidade.
Mas Beth, não só parava o trânsito, como o comércio. Sua caminhada pelas ruas do bairro, era testemunhado por diversos olhares, de um ligeiro frenesi e outros tantos mexericos, por parte das garotas. Era a presença da Deusa morena, de cabelos pretos e olhos de jaboticaba; de silhueta perfeita, muito distante da ditadura da beleza que se impõe para consumo nos dias atuais. Beth era linda da cabeça aos pés. Andar elegante, de mini-saia. A imagem da mulher romântica, sonhadora.Musa de poetas que vagavam pela ruas da Tijuca.Cantada em prosa e verso.
Beth foi estudante de uma escola pública do mesmo bairro em que morava. Vestida de azul e branco, seu uniforme, a transformava em uma mulher encantadora, charmosa. De encantos mil. Disputava e ganhava quase sempre por unanimidade, os concursos de beleza feminina da escola, aliás, havia um voto em contrário e sempre, o de João Chuchu, que se considerava a vencedora.Sentia-se injustiçado pelo júri. Por diversas vezes, dizia que seria a última vez, que disputaria uma eleição, estava convecido, de que era marmelada.João Chuchu, vestido com uma calça boca-de-sino; não resistia ficar distante das passarelas e no ano seguinte, estava ali, junto, participando do desfile.Sob os aplausos e delirios da platéia.Por uma questão de ordem, era eliminado ao dar os seus primeiros passos na passarela.
Beth T, mudou de vida, mudou de bairro e mudou um pouco a sua beleza, ficara mais bonita, mesmo envelhecendo.Usava naquele dia, óculos escuros. Carregava na mão, um livro de Fernando Sabino, à distância, parecia ser No Fim dá Certo. Beth, combinava cultura e beleza.Cuidava da alimentação e do corpo.Beth, neste dia, caminhava só.Morava só.No final de Copacabana, em um pequeno apartamento de sala e quarto.Via sempre de sua janela, o príncipe Roberto de Cleto, do programa infantil Vesperal Trol ou Teatrinho Trol e, que fazia par com Norma Blum, ou com outras princesas como: Neide Aparecida, Íris Bruzzi e da inesquecível bruxa, na interpretação de Zilka Salaberry, que via passar em Copacabana, assim como: Fábio Sabag, que via sempre caminhando pela orla.
Beth tinha um cachorro vira-latas, de nome Kim, que ganhou de uma vizinha idosa que morava no final do corredor. Kim, morreu de velhice.Neste dia, morreu um pouco de Beth, junto com o cachorro que foi sua companhia por 17 anos. Amizade com aquele cachorro, fôra interrompida.Com uma lágrima escorrendo em seus olhos, lembrava das brincadeiras e os latidos de Kim, dos móveis roídos pelos seus dentes afiados, dos panos estraçalhados, que tomava conta.De sua companhia para ir à rua passear, dos confrontos evitados com outros cachorros.Ela jurava que via o Kim, sorrindo quando ela chegava em casa.
Em uma noite de muito calor, deu uma passada na Sorveteria Lopes, pediu um copinho de sorvete, com sabor de pistache, dali, entrou na livraria Entrelivros, comprou jornal e um livro em promoção. Cumprimentou um amigo que saia de um pé-sujo, consultou o resultado do jogo do bicho. Deu águia na cabeça - Continua

domingo, dezembro 04, 2005

EU ACUSO

Meus amigos, o garoto que está preso pelos meus braços, é a pessoinha responsável pela minha ausência durantes estes dias no blog. Daí o meu sumiço. Assim que chega, ele anuncia sua presença ao chamar por vô, antes de tocar à campaínha Para mim, como já tive oportunidade de declarar, é o momento de instalação do estado de alegria. Eu fico tão contente que nem pinto no lixo. Ramom muito engraçado, exala brincadeira por todo momento em que está conosco. Mas não é só brincadeira, reconheço que tem um momento de seriedade, e é quando aplica as famosas lições de digitação aleatória e com a palma da mão aberta mirando qualquer tecla. O dedinho também é um elemento importante nas aulas, serve para apontar as coisas que nem sempre é possível de ser atingida ou permitida. Se ele imagina que me ensina, eu também ensino, pois oriento que há interdição para determinados alvos apontados. Começa a entender o Não! a negativa necessária para a convivência.
Ramom, penso às vezes, que caiu do céu, e parece com um anjinho e as travessuras que faz, é própria de sua natureza angelical. Se alguém me perguntar se gosto de falar sobre o meu neto, eu confirmo, não só escrever, narrar as peripécias, bem como conviver com este pinguinho de gente. Sua presença altera o nosso cotidiano, chego a me transformar ou pelo menos liberar aquele lado "criança" que nós possuimos e o deixamos soterrados dentro da gente, encombrindo com altas doses de seriedade e outros papéis que nós adultos desempenhamos, na familia e na sociedade. O reinado de Ramom, é absoluto, em sua homenagem, vou para à cozinha fazer vitaminas. Na hora do banho, também, divido com Marilene, eu dou o suporte, apanho tudo que tem direito: toalha, sabonete, banheira, xampu e o levo para ser enxugado.
Gosto muito de observar sua evolução/desenvolvimento/linguagem; aprecio quando pega uma pequena cadeira e conduz pelos espaços da casa. Da amizade que criou com um macaco, que ele chama de "caco". Marilene comprou para ele na sexta, um ursinho de pelúcia, transformou-o em um novo amigo. A presença infantil de meu neto, ao meu redor me proporciona uma desorganização, um sensação de quebrar as amarras da rotina. Brinco e me divirto muito, meu esqueleto, por ora, reclama, mas é suportável, ficar no chão e acompanhar as brincadeiras. Dar um abraço bem apertado ou como diz minha querida amiga e avó Mércia, de encostar costelas, curto de montão, quando assim faço. Como não temos o ônus de castigar, pois, cabem aos pais, ficamos livres e damos liberdade. Liberdade é o que eu sinto ao sair de mãos dadas pela rua com o neto, com aqueles passinhos claudicantes. De correr atrás dos pombos no calçadão, tudo isso, enfaixado por sorrisos, gritinhos e um falar para os outros, que só ele entende. Muito engraçado quando dispara a falar. Ontem mesmo, tocou campaínha, eu falei: vamos ver quem é? como a pessoa errou de apartamento, logo não apareceu, ele danou a falar umas frases para o imaginado visitante. Ri muito e o incentivei a supostamente imaginei ter ficado na maior bronca por não ter aparecido nenhuma pessoa. Ramom gosta de visitar os avós paternos. Por tudo que aconteceu a partir do mês de julho, tenho apenas a declar, que ele, apenas ele, é o responsável pela minha breve ausência; simplesmente, por achar o meu neto, um garoto maravilhoso.
Agradeço muito pela visita feita e os comentários feitos ao post anterior, dedicado ao artista plástico, blogueiro e querido vizinho Jôka P. O amigo Jôka é sucesso em qualquer ambiente que se faz presente. Um bom domingo, agora pela manhã vou dar uma caminhada.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

O Talentoso Jonas P, Um Artista do Rio

Jonas Eduardo Prochownik - Jôka P : Artista Carioca, morador de Copacabana, nascido sob o signo de Virgem, no ano de 1958. Um homem de grande sensibilidade e de enorme habilidade no manejo das cores.Este espaço sempre foi dedicado ao artista envolvido com as artes plásticas em nosso país.
Chegou o momento, de ficar em exposição neste primeiro dia de dezembro, um dos meus artistas preferidos.Como tenho vontade de querer dividir com os meus amigos, para que apreciem a arte de fazer arte deste artista, resolvi postar como abertura do mês de Dezembro, um dos seus trabalhos. Declaro, que ao escolher uma obra, das várias executadas por este talentoso artista, confesso, que foi uma tarefa muito dificil. Fiquei confuso, tal a diversidade de temas. Como sou ouvinte de rádio, optei por escolher este quadro aqui exposto.Fiquei inspirado em uma matéria na coluna "Galeria", no blog "no minimo", publicado pelo blog Avenida Copacabana , um espaço blogueiro bem badalado, com sacadas inteligentes,muito divertido e com uma paginação da melhor qualidade, tudo isto, com a assinatura do artista plástico Jôka P. O artista que ama Copacabana.
A mídia impressa, o destaca, como pode ser examinado, em matéria recente no jornal O Globo, na coluna do jornalista Gravatá, fazendo indicação de uma frase citada por Jôka e recomendando para ser visitado pelos leitores.Seu blog Avenida Copacabana, é pontuado com um bom índice de visitantes blogueiros, amigos e leitores . Há sempre o brilho do artista. Tenho acompanhado sempre em leitura, o blog; sou testemunha ocular do reconhecimento de sua qualidade artistica e intelectual. Encontro em vários comentários, sempre elogiosos, para os seus posts. Percebo as amizades surgidas durante este tempo, diga-se de passagem,que são muitas, assim, como os laços afetivos.
Após a leitura da matéria, fui fazer uma visita virtual na Galeria de Arte Prochownik , situada na Rua Visconde de Pirajá, 82, subsolo, em frente à Praça General Osório, no bairro de Ipanema. Neste espaço rola a exposição de diversos artistas.Achei muito interessante, é o caminho para você poder conhecer algumas das obras do nosso talentoso artista. Mais do artista, pode ser feito, com uma visita em seu blog. Na web, encontra diversas referências para esta galeria. Jôka, meu vizinho, está ali, ao lado, compartilhando a sua arte com outros grandes artistas, em um mesmo patamar. O edificio onde localiza esta galeria, têm uma posição de destaque no panorama da cultura, do bairro de Ipanema.Muitas coisas acontecem naquele local. Conheço o prédio, há uma pluralidade de atividades ligadas ao ambiente cultural, abriga galerias de arte, como a do meu querido vizinho, curso da Aliança Francesa, livraria, locadora. Nos anos 70, abrigou a badalada livraria Muro e no subsolo a livraria infantil Murinho. Lembro que fui em alguns lançamentos publicados pela editora Kairós, como: Arte em Revista e livros de Mário Pedrosa. Conheci o seu editor, José Castilho Marques Neto,também autor de um livro sobre Mario Pedrosa, publicado pela Fundação Perseu Abramo, posteriormente, veio a ser editor da Unesp.
Acho muito simpático este prédio. Jôka P, é um grande e talentoso artista que conheci pela internet, através de blogs. Aproveito para pedir licença ao querido autor, para colocar em exposição, uma de suas obras, desde já, meus sinceros agradecimentos. Parabéns, você merece...