sábado, janeiro 28, 2006

Paquetá: Ilha dos Amores

Lia Mittarakis : Artista autodidata, nascida no Rio de Janeiro, no bairro da Lapa, no centro do Rio de Janeiro, em 28 de julho de 1934. Faleceu vítima de complicações de diabetes, no ano de 1998. Deixou uma linda e interessante obra, em que abordava o Rio de Janeiro e uma de suas temáticas era a Ilha de Paquetá. Além, desta obra, suas duas filhas: Magda e Mariangela Mittarakis, continuaram o trabalho da mãe. Lia trabalhou em ilustrações para as revistas da Rio Gráfica Editora e para livros de arte. Esta talentosa e brilhante artista, é autora de maior quadro de arte naïf do mundo, em exposição no Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil, situado no bairro do Cosme Velho , na zona sul carioca. Sua pintura foi estampada nos cartões de Natal da Unicef, em 1994. Foi capa de revista Time Internacional, feito alcançado por mais 4 artistas plásticos no mundo, como: Pablo Picasso, Salvador Dali, Rauschembrerg e Diego Rivera e a quinta foi a nossa artista Lia Mittarakis. Participou de diversas exposições, em países, como : França e Itália. A arte ingênua de Lia, sempre foi destaque, e o seu painel exposto no Museu, há os dizeres de Lia: "Rio de Janeiro, gosto de você, gosto desta gente feliz."(Fonte de Consulta:Ilha de Paquetá, MIAN, Le Monde des Artes)
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Olá! Desejo para os amigos leitores e blogueiros, um ótimo final de semana. Ontem, minha cidade ficou transtornada com o forte temporal, ruas alagadas e o meu filho no meio disto tudo, desistiu, não pode chegar em casa, acabou por dormir na casa da sogra. Hoje sábado, é dia de Ramom, está programado assistirem uma peça infantil; caso não haja fatores externos que impeçam a saída deles para o teatro, como a forte chuva que desabou sobre a cidade, será o primeiro momento de Ramom, como debutante, entrar no reino da fantasia e da imaginação. Ficar próximo de personagens. Claro que a idade ainda não é a ideal, mas é um primeiro passo no sentido de interagir com este mundo. Como a leitura do mundo precede a da palavra, eis o momento. Um grande abraço. O texto que apresento para vocês, está inserido em um plano de reminiscências, de recordações e de magia, quero aproveitar e deixar colado no mural da Quitanda.

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Quando garoto, eu e a minha família enfretávamos uma viagem por mais de uma hora, de barca até a Ilha de Paquetá;. também, conhecida como a Ilha dos Amores, assim chamada, pelo Príncipe Regente, ali, passava as suas férias de verão.. Bem cedo, deslocávamos para à Praça XV, que é a estação de barcas no centro do Rio de Janeiro. Era um momento único, pois, estaríamos afastados do ambiente caótico da área urbana, andararámos de charrete e de bicicleta. Quando íamos para Paquetá, era nos finais de semana. À distância de Paquetá para o Rio de Janeiro (Praça XV), é aproximadamente de 18 km. Íamos para à casa da irmã de mamãe, que preferiu mudar-se da Tijuca para Paquetá, foi esta a sua opção, mesmo trabalhando no centro do Rio. Visitar tia Helly, era vivenciar um momento mágico, lúdico das brincadeiras de criança. Correr, subir em árvores, fazer muita coisa, até as que tinha por companhia, Dudú, o enorme cachorro brincalhão, que nos tirava do sério, quando, queria fazer parte de nosso time de pelada.
Estávamos convencidos de que não jogava absolutamente nada, o máximo que tolerávamos, era ser o nosso gandula, pois, queria correr atrás da bola e abocanhá-la. De modo que, mesmo com todo este empenho e dedicação em alcançar a bola, ele era excluido. Saia sob protestos, de rabo baixo e entre as patas. Quando andávamos de bicicleta, vinha ele, disparado atrás de nós, latindo e pulando. Desistia ao mandarmos embora. Dávamos voltas pela ilha de bicicleta, andávamos de pedalinho, ou de trenzinho. Paquetá, estava livre da poluição dos automóveis e dos ônibus.Há poucos carros circulando pela ilha, a sua totalidade, são dos serviço público: bombeiros, ambulância e caminhões da coleta de lixo.As ruas são de saibro.
Ali, reina a tranquilidade, a beleza dos flamboyants.A barca, é o único meio de transporte, para se alcançar a ilha.Hoje, é servida por barcas, catamarãs e aerobarcos. Paquetá é um olhar para o Rio Antigo. Paquetá, é um bairro, uma ilha da Baía de Guanabara; que está sob a preservação da APAC - Área de Preservação do Ambiente Cultural. A ilha foi descoberta, através da missão francesa, que veio ao nosso país, fundar a França Antártica. Foi registrada em 1555, quando na expedição de Villegaignon, o cosmógrafo André Thevet, fez a sua descoberta. O nome da ilha, é de origem tupi e significa “muitas conchas, o que aliás, pode ser encontrada em profusão pela ilha.
Não é um espaço muito grande, mede apenas, 10, 9 km2, mas que envolve a beleza da natueza, praias e o lugar que foi cenário e inspiração para o escritor Joaquim Manuel de Macedo, aos 24 anos, escrever no ano de 1844, o seu famoso romance “A Moreninha, reunindo elementos de folhetim, que o autor sem dúvida nenhuma, ajudou a popularizar. Considerado como o primeiro romance urbano da nossa literatura.Há na ilha, um local, conhecido como Pedra da Moreninha, localizada no final da Praia da Guarda. Há também, a Praia dos Tamoios, totalizam na ilha, 50 ruas e 12 praias.
Há uma árvore que é bem conhecida pela população local, devida a sua enorme circunferência, como “Maria Gorda”, há até placa afixada aos seus pés, com a inscrição “Lenda da Maria Gorda”. Esta árvore, são 20 exemplares, poucos, é verdade, do “baobá”, que é originário da África.O padroeiro da ilha, é São Roque, onde existe a igrejinha construída no século XVII, sua festa é realizada em 16 de agosto. Um dos moradores ilustra da ilha, foi José Bonifácio.A ilha foi palco de prisão de Di Cavalcanti, que ali, tinha se refugiado, para em 1936, com ajuda de amigos, partir para Paris. Di Cavalcanti, pintou Paquetá, assim, como: Giovanni Battista Castagneto, conhecido como o Pintor do Mar, nasceu em Gênova, em 1851 e morreu em 1900. Era marinheiro e veio acompanhado pelo pai, em 1874 morar no Rio de Janeiro, residindo durante seis meses em Paquetá.Seu ateliê, foi um barco.Ajudou a pintar os painéis da Igreja da Candelária.
Paquetá faz parte de minha infância, são recordações, são momentos. No decorrer do tempo, fui deixando de ir para Paquetá, eram esporádicas as minhas visitas. Minha tia, depois, voltou para a Tijuca, bairro da zona norte, mas manteve a casa em Paquetá.Meus primos crescidos e casados, deixaram de freqüentar com mais intensidade. Meu tio por um descuido, escorregou dentro de casa, na varanda, a casa situada em um lado mais elevado, com pedras, levou um tombo e com a queda morreu algumas horas depois, foi assistido pela ambulância, mas não resistiu.
Minha tia Helly, sempre elegante e muito bonita; levou de repente, ao morrer de câncer nos ossos, repartiu e levou um pedaço da minha história, no final do ano passado, aos 80 anos.

(Fonte de Consulta: Secretaria Municipal de Governo, Barcas S/A. Memória Paquetaense, A Moreninha, Editorial Sol 90, Coleção Clássicos da Literatura, Pintura Mediúnica.)



terça-feira, janeiro 24, 2006

Festa da Solidão

Adelson do Prado: "Domingos de Ramos" - Nasceu em Vitória da Conquista, em setembro de 1944. Pintor/Desenhista. Vive no Rio de Janeiro.Participante em diversas exposições na cidade do Rio de Janeiro e no Estado da Bahia. (Fonte: Murilo Castro, ItaúCultural, Carolina Vigna-Marú, JB/Márcia Peltier)Na página de Carolina, ela o identifica, através, de um encontro no ano de 2003, como uma pessoa extremamente tímida. É encontrada como referência em sua obra, os temas prediletos, como: aves, flores e os anjos.
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Olá! Desejo, ainda, mesmo que por um breve momento, por não ter conseguido visitar os blogs, como eu gosto, de meus diletos amigos blogueiros e tampouco, responder aos comentários feitos; quero registrar os meus sinceros agradecimentos. Sempre tenho lido e são de extrema valia, os comentários, que aqui são deixados ao visitarem esta página.
Tenho aproveitado, como é do conhecimento de vocês , meus leitores, tenho dedicado parte do meu tempo, para assistir dvds que alugo em uma locadora próximo de casa. Quero deixar um grande abraço para todos os leitores-amigos deste blog. No final de semana, no escurinho da Quitanda, passou :
Procuradas - direção de José Frazão e Zeca Pires
Olhos de Vampa - direção de Walter Rogério, aproveitei para assistir em VHS, o seu primeiro filme: Beijo 2348/72
de Passagem - direção de Ricardo Elias
Garotas do ABC - direção de Carlos Reichenbach
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Ontem visitei uma festa ornamentada por sonhos que transitavam
pelas esquinas das esperanças carcomidas da minha ilusão passageira.
Tirei para dançar
a Solidão
Velha amiga e par constante.
Passaporte de meus amores-perfeitos e desfeitos.


Cerzidas e guardadas num canto qualquer da memória.
Uma memória vazia, fragmentada, com rastros do passado
iluminados por embalagens do presente.
Um presente amarrado por nós cegos.
Obstáculos intransponíveis flutuavam por horas e minutos
no intervalo da música
sem som.
Cantarolava notas musicais em dó.

Bailava nas cadências sincronizadas
pelos compassos dos meus passos
Soletrados.

Fico imobilizado, inerte.
Flerto com a existência.
Minha subsistência.
Sou sempre o que eu não quero ser.
Sou e nada mais.

Embrulho rápido papéis rascunhados, reciclados e decorados.
Não consigo jogá-los
Na lata do lixo de minha história.

O sol abrilhanta os dias noturnos de minha existência.
Olho ao meu redor, dou volta em círculos e labirintos.
Desço os degraus espiralados e subo em escadas infinitas que circundam a minha passagem.
Escrevo minha biografia em relevo,
paisagens em segredo
constantes deste enredo.
Desenho meu semblante
estampado no espelho
Escondo de mim, a minha fala, o meu protesto, o que ainda me resta.
Sorrio, uso a máscara engessada, colorida e tingida.
Vivo e revivo por linhas escritas em uma página
em branco
sem margem.



segunda-feira, janeiro 16, 2006

Para Uma Querida e Doce Amiga


Manezinho Araujo : "Casario" - Manuel Pereira de Araújo, pernambucano nascido em 1910, na cidade do Cabo. Cantor/Compositor/Artista Plástico/Comerciante. Faleceu em maio de 1993. Conhecido como o Rei da Embolada - Aprendeu a embolar, quando garoto e estudava no bairro Casa Amarela, subúrbio do Recife. Embolar é um gênero musical, onde o canto improvisado, com refrão fixo para o desafio dos dois emboladores, que se dá em forma de sextilha. Manezinho, foi considerado como o primeiro artista a gravar gingles no Brasil, fazendo uso do rádio para a popularização do produto, como o caso do sabonete Lifebuoy - lançado no Brasil, após a Segunda Guerra. "Nada de CC comigo", a expressão CC (cecê) = Cheiro do Corpo, surgiu nos anúncios produzidos para divulgar o sabonete Lifebuoy. O sucesso foi tanto que a Gessy, uma marca concorrente de sabonete, foi obrigada a lançar um outro produto, com o mesmo odor, chamado Salus. O jingle foi intensamente veiculado pelo rádio. Lá se vai um bom tempo, é verdade... eu lembro destes dois sabonetes. A empresa Unilever( grupo anglo-holandês) retirou de linha, o lendário sabonete; inicialmente, a marca Irmãos Lever, instalada em São Paulo, no bairro de Vila Anastácio, em 1929. Comercializava na ocasião, o sabão Sunlight, importado da Inglaterra. Nos anos 60, ela comprou a concorrente Gessy.
No inicio da década de 30, Manezinho engajou-se como voluntário nas tropas que seguiam para a Revolução de 1932 , mas os planos foram alterados, quando chegaram à Bahia, dali, muitos soldados foram para o Rio de Janeiro. Na viagem de volta, conheceu Carmem Miranda, Almirante, o violinista Josué de Barros e outros artistas. Na década de 50, morou no Rio de Janeiro, neste período, inicia de modo autodidata, à pintura, mais tarde, abandona a música, dedica-se ao comércio; abriu o restaurante de comidas típicas do Nordeste, o Cabeça Chata.
Em 1968, publicou um livro de serigrafias, intitulado Meu Brasil, com apresentação de Aldemir Martins. (Fonte de Consulta: Pro Arte Galeria, Memória Viva, Unilever, Sescsp.) Posted by Picasa
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Olá! Antes de entrar neste espaço, percorrer os corredores, olhar a paisagem, caminhar pelo calçadão, de estender o varal, quero deixar registrado mais uma vez, os meus sinceros agradecimentos aos queridos amigos blogueiros e leitores da Quitanda, que participaram com a presença e os comentários feitos, meu Muito Obrigado! Durante este período, tenho reduzido o meu tempo de permanência neste espaço e por conseguinte, a diminuição das visitas rotineiras . Em breve, pretendo retonar esta agradável rotina de visitá-los. É um roteiro que está incorporado ao meu dia-a-dia.
No escurinho da Quitanda, passou os seguintes dvds: * "quanto vale ou é por quilo?, dirigido por Sérgio Bianchi * "Viva Sapato", dirigida por Luiz Carlos Lacerda *"Em Busca da Terra do Nunca", dirigido por Marc Forster e o último *Ônibus 174, dirigido por José Padilha Na sessão do Espaço Poeira, andei revendo em VHS, aproveitando para ver o estado das fitas, muitas ficaram relegadas nas estantes/armários, desde que eu fechei a locadora Sagarana, no Catete, bairro da zona sul do Rio de Janeiro. À partir deste mês, começei a usar as fitas, iniciei limpando e assistindo sempre 4 fitas de qualquer gênero : Lili - A Estrela do Crime, dirigido por Lui Farias # Don Juan de Marco, por Jeremy Leven # Ùltimo Tango em Paris, por Bernardo Bertolucci e o último, Leila Diniz, por Luiz Carlos Lacerda. Ramom, o meu querido e lindo neto, está cada vez, fazendo mais peraltices. Para vocês, deixo um grande abraço e o desejo de uma ótima semana. Aproveito para esticar e colocar ao sabor do vento e do calor, este texto.
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Você invadiu meus sonhos
Descobriu segredos
sabores e amores
emoções libertas.
Minhas
tentações pueris
Despiu meu corpo
Enfaixou vontades
e verdades.

Dividiu minha paixão
Deixou a ilusão
Repartiu a vida.
Construiu a brincadeira.
Deixou para sempre o
encanto.
Mas, deixou em um canto
dores e amores.

Rabiscou versos
diversos escritos
dispersos
esquecidos
no fundo do
do meu mundo.

Teceu imagens invertidas
divertidas
sortidas
para serem coladas
em meus pensamentos
abstratos e
realistas.

Recortou o tempo
em letras
em fragmentos
repartindo minhas memórias
tingidas por
infinitas manchas
coloridas
Você jogou bola
de meia
de gude
de borracha
de couro.
Eu gritava
chorava
esperneava
sorria
sentia
escondia
Você passava
crescia
me distanciava.
Você foi o meu
momento
Os melhores
sempre os
melhores.
Assim eu pensava
imaginava, criava
o tempo e
contava a idade
vestida de felicidade

Você querida
está sempre
comigo.

Esteve ontem
apareceu hoje
e voltará amanhã
Você foi a
minha infância
a infância querida
que não está
perdida.
Foi dividida com muitos
Mas sempre foi minha
São asas
algumas rasas.

Para você
minha eterna
dileta
amiga

Eu prometo!
Você só vai partir
quando eu for
embora.
Quando eu for
para não mais
voltar.

Juntos, um ao lado do outro,
em silêncio, diremos:
Adeus!
Observação: Este texto, é dedicado ao meu neto, o inspirador maior e de certo modo da composição do tema, e a minha companheira por mais de 34 anos, a querida e doce Marilene, que no momento exato, aposentou-se do magistério.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Fuga


Menelau Sete : Pintor baiano (Fonte de Consulta - Pintura em Tela) Lamento, não ter conseguido mais subsídio para apresentar este interessante artista plástico. Geralmente, eu costumo perseguir dados dos autores que abrem os posts deste espaço da Quitanda e me senti frustrado por ter conseguido apenas o suficiente para identificá-lo como um pintor baiano. Para mim,inicialmente, o suficiente, foi ter encontrado e admirado a sua pintura. Gostei e daí resolvi partilhar um pouco da obra de Menelau com vocês. Se eu encontrar mais dados, vou inserir como complemento de seus dados biográficos, em próxima oportunidade.
Posted by Picasa

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Olá! Ontem, dia de sol, de muita gente, de praia e caminhada pela orla de Copa. Hoje, dia de Ramom, dia de festa, dia de curtir muito a sua companhia. Meu neto, para nós, seus avós é o elo mais forte de vivenciar a vida com a felicidade, com o sorriso e a meninice surgida na expressão da brincadeira que realiza ao estar em nosso convivio. Sua presença transforma o nosso dia, subverte o nosso comportamento, nos convida ao prazer. Mas como tudo não é a festa, o que nos entristece, é que, ainda rejeita alimentos sólidos e nem experimenta nada que é oferecido. Creio que a origem deste comportamento, foi no modo de apresentar, de introduzir diferentes alimentos em sua fase de crescimento. No sábado e domingo assistimos filmes (dvds): O Segredo de Vera Drake, de Mike Leigh, mesmo Diretor, de Segredos e Mentiras; O Casamento de Romeu e Julieta, de Bruno Barreto; Quase Dois Irmaõs, de Lúcia Murat e o último da sessão, foi Mar Adentro, de Alejandro Amenábar. Na estante da Quitanda, peguei o livro Lúcia, editado pela Relume & Dumará, de autoria de Gustavo Bernardo, que comprei na sexta-feira, em um sebo. Comecei a ler e estou gostando muito. Passei pela parte da manhã, para deixar o texto que escrevi, pendurado no varal, ao sabor do vento. Um grande abraço para os amigos blogueiros, e leitores-fregueses da Quitanda. ***************************************************************************
Fujo rápido de mim
Saio sem rumo Sem prumo
Procuro minha história.
Penduro o meu retrato desbotado
com as cores do passado estático.

Para lembrar que eu existo
Remexo nos arquivos secretos
Escondidos em meu interior
Recolho papéis de rascunho em branco.
Em silêncio, mudo
Converso comigo.
Distraído

Uma lágrima rolada mostra o caminho
do encontro com a minha solidão.
Sigo os passos
os rastros
De Olhos vendados
para o velho espelho embaçado.
Não me vejo.

Revejo Sombras
bordadas por fios
tecidos nas
Silhuetas Estampadas
Coladas
Recortadas
nos Vestigios impressos
perdidos na memória.


segunda-feira, janeiro 02, 2006

A Transformação de Celina

Élon Brasil : Artista plástico, nascido em 1957, no Rio de Janeiro e que viveu entre os indios Xavantes, no Mato Grosso, durante algum tempo. Sua experiência com as tribos, resultou em uma exposição denominada de " Indianidade", que foi exposta na Praça Central, em um Shopping, na cidade de Blumenau; reproduzindo as cores, o ambiente das aldeias, o universo indigena, apreendidos na convivência com os indios. As cores são definidas pelo artista, como expressionismo realista. Na verdade, uma manifestação muito interessante da cultura brasileira.Élon mantém um site na internet, com as cores do nosso país. Vale uma visita. Um olhar muito interessante.Os dados extraidos, foram de uma matéria feita com o pintor, para um jornal de Joinville On Line. Élon, se declara como um artista genuino, filho de mãe negra, baiana, neta dos indios Aymorés. O pai também artista, o pintor Milton Brasil, neto de imigrantes portugueses e italianos.
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Olá! Bom dia! O tempo, está nublado aqui no Rio de Janeiro. Ramom de volta e aparece durante a semana. Deixo pendurado no mural da Quitanda este texto.
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Fazia sol naquela manhã. Celina passeava distraída pela Avenida Copacabana e ao olhar uma vitrine, após pensar muito, resolveu comprar um estojo de maquiagem em oferta. Estava próxima de casa, atravessou o sinal, aproveitou para comprar um vestido, que há algum tempo pretendia comprar. Escolheu o azul, que se destacava no mostruário por sua beleza e simplicidade.Celina nesta manhã acordou diferente, não fumou e nem pegou o jornal deixado do lado de fora da porta do apartamento, tampouco, preparou o café.Reinaldo, seu filho mais velho, estava acordado e observava os movimentos da mãe pela porta entreaberta. Levantou, deu dois passos e dalí, reparou que a sua mãe, não arrumara a cama, deixara roupas e lençóis espalhados. Achou estranho o que estava vendo, mas acabou não dando muito importância e voltou a dormir, sem antes, escutar o barulho da porta da sala, sendo fechada.

Celina estava aposentada, foi casada com Ricardo, colega de profissão e pai de seu segundo filho. Ricardo, não foi uma grande paixão, conheceu, assim que entrou para uma grande loja de departamentos, foram apresentados por uma colega em comum, quando almoçavam em um restaurante na Travessa do Ouvidor, no centro da cidade. Ricardo estava na ocasião em processo de separação de Sandra, que muitos conheciam por sua militância nas ruas da cidade.Nos momentos de paralização, de greve, estava Sandra, sempre em atividade, discursando e distribuindo panfletos.Uma incompatibilidade ideológica, foi o motivo maior da separação do casal. Ricardo não tolerava a conduta de sua mulher, que cada vez mais, se envolvia na militância sindical, e que gerava atritos incontornáveis dentro de casa. Ricardo ficava de um mau humor incrível ao ver Sandra com aquele grupo, segundo ele, de babacas e desocupados.Na volta de Sandra para casa, era o incio das desavenças, das discussões, das ameaças verbalizadas.Um ódio latente, era desenhado no interior de cada um.Territórios era marcados, eu aqui e você ali.Os desencontros apresentados no tribunal, tomaram os melhores caminhos, cada um, por uma via.

Celina e Ricardo, depois de algum tempo, estavam sempre juntos, eram inseparáveis, era o casal 20, como Roberto brincava com eles, ao passarem juntos nos corredores do prédio em que trabalhavam. Depois, de longo tempo de vida em comum, Celina pediu a separação. Pensou, repensou, ouviu o coração, dialogou com os seus botões, e decidiu que não ficariam mais juntos, cada um, à partir de agora, morariam em casas separadas.O silêncio, a mudez, as conversas surdas, não circulavam mais naquele ambiente.

Celina, depois da compra, entrou em um restaurante, pediu o cardápio, almoçou e foi para casa. Reinaldo, trancado no quarto com o som bem alto, não percebeu a presença da mãe. Celina, tomou um banho, usou o estojo, colocou o vestido azul, uma das cores que mais gostava. Diante do espelho, apenas refletindo a sua imagem sorridente, com expressão de felicidade eterna.

Papo de Segunda

Sérgio Telles: Artista nascido no Rio de Janeiro, no ano de 1936 - "Alto do Santo Cristo"/Museu Nacional de Belas Artes/RJ. Diplomata de carreira, exerce atualmente na Tunísia. Viveu em diversos países. Uma das caracteristicas de sua arte, é retratar o cotidiano das cidades onde tenha vivido. Acho muito interessante este olhar do artista sobre a cidade, pintando as cores do cotidiano em sua expressividade maior e por uma tessitura do panorama urbano. Uma interessante mostra foi realizada recentemente, em São Paulo, na Galeria Arte 57, com o tema "Operário Viajante", composta por 32 telas e 10 desenhos inéditos. Participa em diversos eventos em nosso país e no exterior. É fascinante a pintura de Sérgio, como as paisagens e ruas do Libano, que está incluida nesta exposição.(Fonte de Consulta:ANBA(Agência de Noticias Brasil-Árabe, UOL, Arte 57)
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Olá!
Meus Caros Amigos Leitores e Blogueiros, neste papo de segunda, na primeira segunda-feira do ano que se inicia, quero deixar como registro um agradecimento muito especial, particularmente, para os que de alguma forma freqüentaram este espaço, visitando, lendo ou comentando. Muito Obrigado!
O resultado, é que me senti muito estimulado a continuar escrevendo, divagando, poetando, vez por outra neste blog, que foi criado com o estimulo maior após o nascimento de meu neto Ramom.Várias amigas blogueiras contribuiram com a Quitanda, divulgando ou reproduzindo textos de minha autoria. Para vocês, renovo os meus agradecimentos.À partir, destas primeiras leitoras/blogueiras, este blog, começou a ser melhor desenhado, a ganhar uma forma, uma identidade.Surgiu a idéia de abrir os posts, com trabalhos produzidos por artistas plásticos brasileiros. O meu intuito, é de apenas, divulgar e na medida do possível apresentar dados biográficos retirados da internet e das páginas dos artistas escolhidos por mim.
Confesso que abandonei alguns dos temas que eu elegi, para explorar em meu blog, como o mercado editorial, por exemplo, que seria o fio condutor para assuntos do universo literário.Ao relegar estes temas, foram surgindo outros, que proporcionam imenso prazer para escrever. Para mim, foi muito bom, pois, inseri com maior intensidade, alguns registros de narrativas que estavam guardadas em gavetas, baús ou no meu interior.
Uma riqueza, sem dúvida, foi conhecer vocês e seus interessantes blogs; comecei então, a desvendar, reconhecer e afirmar, que são da melhor qualidade. Não ficam devendo em nada, aos que a midia e/ou determinados blogueiros, carimbaram como os melhores da blogosfera.Gosto muito dos blogs arrolados em minha listagem, todos para mim, são importantes.Sou leitor deles e proporcionam um imenso prazer muito singular.Nestes últimos dias do ano, aproveitei para ler(colocar em dia) e assistir alguns dvds. Minha preferência em filmes, é a produção nacional. Não assumo nenhuma postura de xenofobia.Uma das caracteristicas deste espaço, é a pluralidade.
No escurinho da Quitanda, passei na tela: O Meu Tio Matou um Cara; Lara; Uma Vida em Segredo; Rio de Jano; Contra Todos; Garrincha; Coisa Mais Linda; Noticias de uma Guerra Particular e Narradores de Javé. Este ano prometi para mim, que eu começaria a rever o montão de fitas em VHS do meu acervo de minha antiga locadora Sagarana, que montei no bairro do Catete e que fechei.A primeira fita, foi Parente... É Serpente, de Mario Monicelli.
Quem foi leitor do Jornal do Brasil como eu, quero registrar a decepção em constatar com a decadência do matutino.Foram tão ridiculos que no final do ano, saiu uma edição 2 em 1, ou seja uma edição para sábado e domingo. Editaram a Revista de Domingo, com a pretensão de fazer um inventário sobre 2005, o resultado, acho que foi pífio. Como conseguiram destruir com um jornal centenário e de qualidade? Acredito que o JB, venda um pouco mais do que o Jornal dos Sports, um diário segmentado, com predominância no material esportivo; que passou por direção de vários empresários e perdeu a cor rosa, que o caracterizava e perde feio para o diário Lance. O JB parece que eliminou vários cadernos.Boechar que provocou grande celeuma em sua sáida de O Globo, passou a ser editor do jornalismo da Band, saiu fora do jornal da Condessa. O mais novo jornal Q!, lançado por uma das herdeiras de Ari de Carvalho - O Dia, está balançando, pode acabar.Imagino que as vendas do JB, despecam em queda livre.
Se a noticia, e ao que parece, foi confirmada, não teremos, mais a presença do nefasto apresentador do noticiário da Record, o jornalista Boris Casoy, uma decisão que me parece, acertada. Um apresentador, tendencioso, extremamente preconceituoso, com um chavão desgastado. Imagino que a TV Record, esteja trilhando o caminho de uma conquista de um bom espaço em audiência, deletando alguns programas de sua grade. Já foram tarde! Vai surgir uma nova novela e em um novo horário, cujo titulo é: Cidadão Brasileiro, de autoria de Lauro César Muniz.Melhores informações e mais atuais e precisas, um bom lugar para ficar em dia com o noticiário, é visitar o bom, o excelente blog Verdes Verdades, de Vera Fróes.
No sebo, lugar em que eu compro livros, achei barato: Casos de Amor, de Marisa Raja Gabaglia, editado pela Rocco, 1975; De Cabeça para baixo, de Fernando Sabino, Record, 1989; As Mulheres de Tijucopaco, Marilene Felinto, em segunda edição pela Editora 34, 1992 uma editora associada à Nova Fronteira; O Dia de Chacal, de Frederick Forsyth, pela Record, que na época, uma de suas caracteristicas, era não datar a edição; O Cobrador, Rubem Fonseca, editado pela Nova Fronteira, 1979; Cittá di Roma, Zélia Gattai, editada pela Record e felizmente com indicação de ano da publicação, no caso, 2000.Poderia me extender para assuntos editoriais, mas prefiro me ater, em citações dos livros comprados na semana passada.
Sem a presença de Ramom no final do ano, pois, foram viajar para Resende, e na colônia de férias, em que ficaram, Ramom, ganhou o diploma de Criança Sorriso. Neste intervalo, ficamos de pernas para o ar em casa. No momento, chove no Rio de Janeiro e aproveito para deixar exposto no varal este texto.. Um grande abraço e um Feliz Ano Novo.