sábado, janeiro 28, 2006

Paquetá: Ilha dos Amores

Lia Mittarakis : Artista autodidata, nascida no Rio de Janeiro, no bairro da Lapa, no centro do Rio de Janeiro, em 28 de julho de 1934. Faleceu vítima de complicações de diabetes, no ano de 1998. Deixou uma linda e interessante obra, em que abordava o Rio de Janeiro e uma de suas temáticas era a Ilha de Paquetá. Além, desta obra, suas duas filhas: Magda e Mariangela Mittarakis, continuaram o trabalho da mãe. Lia trabalhou em ilustrações para as revistas da Rio Gráfica Editora e para livros de arte. Esta talentosa e brilhante artista, é autora de maior quadro de arte naïf do mundo, em exposição no Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil, situado no bairro do Cosme Velho , na zona sul carioca. Sua pintura foi estampada nos cartões de Natal da Unicef, em 1994. Foi capa de revista Time Internacional, feito alcançado por mais 4 artistas plásticos no mundo, como: Pablo Picasso, Salvador Dali, Rauschembrerg e Diego Rivera e a quinta foi a nossa artista Lia Mittarakis. Participou de diversas exposições, em países, como : França e Itália. A arte ingênua de Lia, sempre foi destaque, e o seu painel exposto no Museu, há os dizeres de Lia: "Rio de Janeiro, gosto de você, gosto desta gente feliz."(Fonte de Consulta:Ilha de Paquetá, MIAN, Le Monde des Artes)
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Olá! Desejo para os amigos leitores e blogueiros, um ótimo final de semana. Ontem, minha cidade ficou transtornada com o forte temporal, ruas alagadas e o meu filho no meio disto tudo, desistiu, não pode chegar em casa, acabou por dormir na casa da sogra. Hoje sábado, é dia de Ramom, está programado assistirem uma peça infantil; caso não haja fatores externos que impeçam a saída deles para o teatro, como a forte chuva que desabou sobre a cidade, será o primeiro momento de Ramom, como debutante, entrar no reino da fantasia e da imaginação. Ficar próximo de personagens. Claro que a idade ainda não é a ideal, mas é um primeiro passo no sentido de interagir com este mundo. Como a leitura do mundo precede a da palavra, eis o momento. Um grande abraço. O texto que apresento para vocês, está inserido em um plano de reminiscências, de recordações e de magia, quero aproveitar e deixar colado no mural da Quitanda.

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Quando garoto, eu e a minha família enfretávamos uma viagem por mais de uma hora, de barca até a Ilha de Paquetá;. também, conhecida como a Ilha dos Amores, assim chamada, pelo Príncipe Regente, ali, passava as suas férias de verão.. Bem cedo, deslocávamos para à Praça XV, que é a estação de barcas no centro do Rio de Janeiro. Era um momento único, pois, estaríamos afastados do ambiente caótico da área urbana, andararámos de charrete e de bicicleta. Quando íamos para Paquetá, era nos finais de semana. À distância de Paquetá para o Rio de Janeiro (Praça XV), é aproximadamente de 18 km. Íamos para à casa da irmã de mamãe, que preferiu mudar-se da Tijuca para Paquetá, foi esta a sua opção, mesmo trabalhando no centro do Rio. Visitar tia Helly, era vivenciar um momento mágico, lúdico das brincadeiras de criança. Correr, subir em árvores, fazer muita coisa, até as que tinha por companhia, Dudú, o enorme cachorro brincalhão, que nos tirava do sério, quando, queria fazer parte de nosso time de pelada.
Estávamos convencidos de que não jogava absolutamente nada, o máximo que tolerávamos, era ser o nosso gandula, pois, queria correr atrás da bola e abocanhá-la. De modo que, mesmo com todo este empenho e dedicação em alcançar a bola, ele era excluido. Saia sob protestos, de rabo baixo e entre as patas. Quando andávamos de bicicleta, vinha ele, disparado atrás de nós, latindo e pulando. Desistia ao mandarmos embora. Dávamos voltas pela ilha de bicicleta, andávamos de pedalinho, ou de trenzinho. Paquetá, estava livre da poluição dos automóveis e dos ônibus.Há poucos carros circulando pela ilha, a sua totalidade, são dos serviço público: bombeiros, ambulância e caminhões da coleta de lixo.As ruas são de saibro.
Ali, reina a tranquilidade, a beleza dos flamboyants.A barca, é o único meio de transporte, para se alcançar a ilha.Hoje, é servida por barcas, catamarãs e aerobarcos. Paquetá é um olhar para o Rio Antigo. Paquetá, é um bairro, uma ilha da Baía de Guanabara; que está sob a preservação da APAC - Área de Preservação do Ambiente Cultural. A ilha foi descoberta, através da missão francesa, que veio ao nosso país, fundar a França Antártica. Foi registrada em 1555, quando na expedição de Villegaignon, o cosmógrafo André Thevet, fez a sua descoberta. O nome da ilha, é de origem tupi e significa “muitas conchas, o que aliás, pode ser encontrada em profusão pela ilha.
Não é um espaço muito grande, mede apenas, 10, 9 km2, mas que envolve a beleza da natueza, praias e o lugar que foi cenário e inspiração para o escritor Joaquim Manuel de Macedo, aos 24 anos, escrever no ano de 1844, o seu famoso romance “A Moreninha, reunindo elementos de folhetim, que o autor sem dúvida nenhuma, ajudou a popularizar. Considerado como o primeiro romance urbano da nossa literatura.Há na ilha, um local, conhecido como Pedra da Moreninha, localizada no final da Praia da Guarda. Há também, a Praia dos Tamoios, totalizam na ilha, 50 ruas e 12 praias.
Há uma árvore que é bem conhecida pela população local, devida a sua enorme circunferência, como “Maria Gorda”, há até placa afixada aos seus pés, com a inscrição “Lenda da Maria Gorda”. Esta árvore, são 20 exemplares, poucos, é verdade, do “baobá”, que é originário da África.O padroeiro da ilha, é São Roque, onde existe a igrejinha construída no século XVII, sua festa é realizada em 16 de agosto. Um dos moradores ilustra da ilha, foi José Bonifácio.A ilha foi palco de prisão de Di Cavalcanti, que ali, tinha se refugiado, para em 1936, com ajuda de amigos, partir para Paris. Di Cavalcanti, pintou Paquetá, assim, como: Giovanni Battista Castagneto, conhecido como o Pintor do Mar, nasceu em Gênova, em 1851 e morreu em 1900. Era marinheiro e veio acompanhado pelo pai, em 1874 morar no Rio de Janeiro, residindo durante seis meses em Paquetá.Seu ateliê, foi um barco.Ajudou a pintar os painéis da Igreja da Candelária.
Paquetá faz parte de minha infância, são recordações, são momentos. No decorrer do tempo, fui deixando de ir para Paquetá, eram esporádicas as minhas visitas. Minha tia, depois, voltou para a Tijuca, bairro da zona norte, mas manteve a casa em Paquetá.Meus primos crescidos e casados, deixaram de freqüentar com mais intensidade. Meu tio por um descuido, escorregou dentro de casa, na varanda, a casa situada em um lado mais elevado, com pedras, levou um tombo e com a queda morreu algumas horas depois, foi assistido pela ambulância, mas não resistiu.
Minha tia Helly, sempre elegante e muito bonita; levou de repente, ao morrer de câncer nos ossos, repartiu e levou um pedaço da minha história, no final do ano passado, aos 80 anos.

(Fonte de Consulta: Secretaria Municipal de Governo, Barcas S/A. Memória Paquetaense, A Moreninha, Editorial Sol 90, Coleção Clássicos da Literatura, Pintura Mediúnica.)



19 comentários:

Anônimo disse...

A chuva no rj ontem fez estrago. É uma pena que cai tanta chuva de uma só vez e fazendo tantos estragos. E quanto a Paquetá, já fui lá algumas vezes. É bem legal, mas fico triste por ver que a ilha está muito mal cuidada. Abraço.

Anônimo disse...

Wilton, bo anoite.
Que bom que o ramon já está se iniciando no teatro. Nunca é cedo demais para isso.


Quanto à ilha, que maravilha. Sempre que ia ao RJ, quando criança, íamos a Paquetá. Para mim, era um sonho, como se fosse uma ilha de brinquedo, um conto de fadas.
Você me fez rememorar esses pedaços de felicidade.
Obrigada.

Beijos e um ótimo final de semana para você e sua família, com menos chuva.

Milton T disse...

Wilton, não sabia que a ilha é um bairro. tenho vontade de me mudar de SP p/uma peq. cidade do interior, mas mamãe mora comigo. Ano passado mamãe caiu de cabeça no chão e o hospital de cidades do interior não possuem equipamentos adequados. Corri de volta para SP, com ela morrendo de dores. Esse é meu medo.
O trabalho da Lia é lindo, demanda muito talento.
Abraço e bom domingo.

Laura_Diz disse...

Espero que a chuva não caia mais forte assim, que horror.
Paquetá, nunca fui, acredita?
Li seu poema para Marilene, deve ser tão bom receber um poema assim do maridão... bj querido laura

Lia Noronha disse...

Wilton: Paquetá embalou meus sonhos de infãncia...passava três meses nas longas férias de fim de ano lá...e voltava Moreninha! que belas lembranças!
beijos carinhosos neste Domingo ensolarado!

Lia Noronha disse...

Que o Ramom entre com alegria no Universo do faz de conta...que é o mais encantado de todos!!!
Adorei o seu texto...e de vc ter voltado com força total!!!
Beijos e mais beijos.

Anônimo disse...

Gostaria de ver o Ramon debutando no reino da fantasia, esta interação é fundamental para o convívio com as pessoas, é uma excelente experiência.
Bjãooo querido muita paz para todos.

Vera F. disse...

Wilton, belo trabalho da Lia Mittarakis. Não a conhecia.
Minhas filhas também iniciaram cedo no teatro. Ramom deve ter gostado.
Paquetá me traz boa lembranças. Em 1982, eu participei do Projeto Rondon em Pendotiba, Niterói. Nos fins de semana era livre e sempre aproveitávamos para fazer turismo. Um fomos a Paquetá. Era lindo o lugar!Não sou chegada a cemitérios mas até achei bonito o de lá.

Bjos.

SV disse...

Que lindo post, tanto de imagem, de conteúdo nostálgico e informativo.
Não conheço a ilha, mas está entre meus destinos preferidos. Assim que for ao Rio vou conhecê-la.

Um abraço!

Anônimo disse...

Oi Wilton........

Engraçado...cão conheço Paquetá....mas elafaz parte da minha adolescencia....dos lugares romanticos.........do amor....
Influencia de "A moreninha '' mesmo.....
Bjs....

Lia Noronha disse...

Wilton: como foi a ida do Ramom ao teatro?
Espero que tenha amado!
Beijos bem carinhosos nesta tarde de quinta-feira.

Anônimo disse...

Querido Wilton! Tenho te lido viu, embora sem comentários para deixar. Calo-me diante de tudo que já foi dito!

Anônimo disse...

Oláaaaaa Te visitei e me deliciei!......relembrando a Moreninha, Paquetá deve ser um bálsamo para a alma, chego por aí ainda.Um abraço.Paz & Bem!Belzinha/

Anônimo disse...

Wilton querido, adorei o texto! Quando passo aqui em teu cantinho renovo-me nas deliciosas coisas que compartilha com teus amigos. E a ida do Ramom ao teatro como foi? Beijos e uma semana linda pra vc.
Jane

Jôka P. disse...

Que lindo o trabalho naïf da talentosa artista Lia Mittarakis !!!
Fico muito feliz em vir aqui e conhecer um pouco mais da boa arte brasileira !
um abraço pra você e Ramon !
JÔKA P.

Jôka P. disse...

Amigo Wilton anda sumido ?!
Gostaria de recebê-lo mais amiúde !
Fico muito honrado quando vem à bagunça da nossa avenida, amigo !
Abçs!
:D

Lia Noronha disse...

Wilton: passei na Quitanda...na esperança de encontrar no varal um daqueles poemas que adoro!
Mas o Quitandeiro não está...mesmo assim lhe desejo uma semana bem tranquila.
Beijos bem carinhosos diretamente do meu Cotidiano.

Anônimo disse...

Olá! He encontrado esta página cuanco buscaba informaciones de ilha Paquetá. Que linda es la pintura! Como no sé portugués, escribo en español y seguro que me entiende. Soy japonesa y en mes de marzo voy a Rio de Janeiro!!! Espero que pueda encontrar cosas lindas allí. En su Blog, hay muchas pinturas bonitas que no conozco... Me impresionó!

Unknown disse...

Oi,sou sobrinha da Lia Mittarakis,realmente as obras de minha tia sao maravilhosas;Nasci e fui criada na Ilha de Paqueta e adorei seus comentarios sobre a minha Ilha querida;Ainda tenho familiares tanto por parte de mae como de pai que ainda moram na Ilha,inclusive outros sobrinhos da Lia(Ela era irma de meu avo)...