Carolina Migoto da Silva :
"Festa do Divino"/ Acrilico s/ tela - Reconhecida como uma das criativas pintoras do Vale da Paraíba. Nasceu no ano de 1934, em Tremembé, São Paulo. Artista autodidata por diversas vezes premiada. Sua obra faz parte de diversos acervos de instituições culturais, como o Museu de Antropologia do Vale do Paraíba. Sua presença se faz notar, na exposição naïf no SESC/SP. É também escultora de arte sacra em madeira. Iniciou à pintura em 1977. Reside em Taubaté.
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Olá! Realmente, ando um pouco sumido do blog, o que me leva a reduzir bastante a produção de novos posts. Tenho feito visitas aos amigos blogueiros com menor intensidade, é verdade, no entanto, não deixo de fazer; procuro estar em dia com a minha rotina. Depois que Marilene aposentou, resolvemos caminhar pela praia na parte da manhã, tem sido muito bom, tocar os pés na areia e ser banhado pelas ondas. Ramom, faz parte desta nova realidade, às sextas, chega bem cedo para ir à praia. Diversão pura. Para ele, tudo é novidade, desde, as ondas, o mar, os barcos, navios, gaivotas, areia e brinquedos. Mexer na areia, olhar as marcas de pés na areia e depois desaparecer, fica intrigado. Molhar as mãos, o corpo. Tudo está sendo incorporado ao seu cotidiano. Quero deixar registrado um abraço bem apertado aos visitantes e amigos blogueiros e os sinceros agradecimentos pelas visitas e os comentários feitos. O texto que segue, é parte integrante da atual fase de registro de minha história de vida, entendidos como fragmentos da memória. Abordo com uma visão particular o período da história social e cultural do país em que sou parte coadjuvante e um observador vestido com as roupagens das ciências sociais. Não importo que seja juntando os trapos encontrados pelos anos vividos, ou mesmo colando os cacos, é assim, que eu entendo a minha história. Sob este prisma, vou recompondo de alguma forma a minha inserção no mundo. Falo sobre a história do rádio, do futebol, da literatura, do mercado editorial, da classe média tijucana, da zona norte e da zona sul. Quero antecipar minhas desculpas ao eventual leitor, mas pretendo dar prosseguimento a estas narrativas.
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Sou um declarado ouvinte de rádio, comecei muito cedo, ainda criança, ao ouvir os programas esportivos nas vozes de Oduvaldo Cozzi, Ruy Porto, José Maria Scassa, Valdir Amaral, Jorge Curi, Orlando Baptista, uma turma de primeira com passagens pelo rádio e pela televisão.Transformei-me, deste modo, em torcedor e ouvinte. Passado algum tempo, na fase de adolescente incrementei o gosto pelo rádio.O meu novo status, foi conferido ao ganhar um rádio portátil, um rádio movido a pilha e ao meu entusiasmo de adolescente.
Solidifiquei deste modo, a minha condição de ouvinte, através das músicas tocadas nas rádios. Posteriormente, nos Lps, ou compactos simples ou duplo, que comprava ao ir à Mesbla ou na Garçom da Praça Saens Peña.Ouvia qualquer estação, bastava ser de meu agrado; com o tempo fui mudando, passando a me identificar com as músicas e o radialista. Ouvi durante um tempo, a Rádio Tamoio, que pertencia aos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, vendida mais tarde ao grupo da familia de Jereissati, a cearense Verdes Mares, que repassou para uma igreja pentecostal. A Tamoio foi uma emissora totalmente musical. Hoje vive da pregação dos pastores.
Interessante notar, com a alegada decadência das AMs, os grupos religiosos, invadiram as diversas estações. Os politicos são contemplados com a outorga das emissoras de rádios, mas é papo para uma outra oportunidade, o certo, é que nosso país é pródigo em atender pedidos de parlamentares. Ouvia pouco, é verdade, a Rádio Imprensa, de Anna Khouri, uma emissora FM, a primeira no Rio de Janeiro, achava muito simpática a programação, hoje, está extinta, virou Jovem Pan Rio. Neste panorama das ondas dos rádios, a rádio Eldorado que pertenceu a família Khouri, acabou nas mãos da família Marinho.
Houve um momento em que o hit-parade estava presente nas rádios AMs, passei a ser ouvinte de programas como: "Músicas na Passarela", conduzido por Humberto Reis, "Peça Bis pelo Telefone", da Rádio Mayrink Veiga, com Jair de Taumaturgo e os programas: “Alô Brotos” e “Hoje é Dia de Rock”. Nesta fase de efervescência dos grupos de rock, do movimento da Jovem Guarda; surgiram boatos sobre o envolvimento de radialistas e músicos com um nebuloso caso de corrupção de menores, que veio a resvalar em um conjunto famoso, de tocar nas rádios, obdecendo ordens do Juiz de Menores. Lembro, que um prédio da rua em que eu morava na Tijuca, foi apontado na época, a existência de um morador envolvido.O resto depois, foi silêncio.
Muito irritante é o momento da Hora do Brasil, uma xaropada com o timbre oficial, que desde 1938, é transmitido em cadeia nacional e que perpetuou nas ondas do rádio.Uma das grandes mudanças, realizadas nas rádios AMs, aconteceu na Rádio Mundial, através de seu revolucionário disck-jóckei Big Boy, um ex-professor de Geografia, lecionava no Aplicação/UERJ, de nome Newton Duarte, paulista de nascimento, foi o precursor de todo um agito na maneira de apresentar um programa de rádio, dirigido aos jovens. Na parte da tarde e aos sábados, ele era o expoente máximo, a audiência crescia, tomava conta dos lares da classe média tijucana, em que eu fazia parte. Claro que atingia a rapaziada da zona sul e outros bairros do Rio de Janeiro.Passei a gostar do homem que amava os Beatles e a música. “No ar Big Boy show “, “Aqui quem fala é Big Boy, é show musical”.Usava a sonoplastia, sob a batuta de Dr Silvana, mais a participação do poeta e jornalista Reinaldo Jardim. A criação do Baile da Pesada , junto com Ademir Lemos. Big Boy, teve uma passagem rápida pela Tamoio e foi através de Humberto Reis, que foi levado para a Mundial. Roberto Marinho,compra a rádio de Alziro Zahrur, que se encontrava em dificuldades.
Big Boy contribuiu para a mudança da linguagem radiofônica. Tinha uma característica, falava muito rápido. Assume assinando a programação da rádio Eldorado (Eldopop), do Sistema Globo de Rádio.Big Boy é sucesso e atinge o reconhecimento internacional e nacional.O papel do disck-jockey assume importância capital na música tocada nos rádios.
”Hello crazy people, Big Boy pela Mundial, é show musical”. Eu era fã dele, não perdia um só programa. Apresentava um outro programa, que era “Ritmos de Boate”. Aos sábados apresentava o programa de imenso sucesso, que divulgava muitas vezes em primeira mão as músicas do conjunto inglês The Beatles, o programa "Cavern Club".Um ataque cardíaco em 07 de março de 1977, silencia o grande radialista, disck-jockey e precursor de várias e interessantes manifestações do rock e do soul, divulgado nos subúrbios. Morre bem jovem, aos 32 anos, deixando na ocasião um filho bem pequeno, de nome Leandro Duarte. Foi um divulgador da música, principalmente, dos Estados Unidos.
Big Boy, tinha um grande acervo e um imenso conhecimento dos movimentos musicais, teve contato com os Beatles e diversos conjuntos. Percebeu o grande filão da música que atingiu diversas gerações. Há um curta patrocinado pela Petrobras em homenagem a Big Boy e a música "Baile da Pesada", cantada por Fernanda Abreu.