segunda-feira, fevereiro 27, 2006

De Volta ao Passado - Parte Um

Aparecida Azedo - Pintora autodidata, nascida no ano de 1929, no interior de São Paulo, na cidade de Brodowski, a mesma em que nasceu Portinari. Desde cedo foi filiada ao Partido Comunista (PCB). Em 1950, veio morar no Rio de Janeiro e começou a freqüentar a residência de Graciliano Ramos. Foi aluna de Ivan Serpa, casou com o jornalista Raul Azedo. Criou seis filhos. Esteve por diversas vezes presa Sua primeira exposição foi realizada em 1973. A autora está em exposição permanente do Museu Internacional de Arte Naïf (MIAN). O historiador Ivan Alves Filho, editou uma obra biográfica em sua homenagem. Zelito Viana dirigiu Uma Vida em 24 Quadros, documentário baseado no livro de Ivan, intitulado A Pintura como conto de fadas, editado pela Fundação Astrogildo Pereira, em 2003. Participa de exposição no Museu Nacional de Belas Artes. Homenageia os centenários de Drummond e de Portinari.(Fonte: Gramsci e o Brasil, AOL Páginas Pessoais/Aparecida Azedo, PPS, Educarede)
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Antes de cair na folia, deixo o texto pregado no mural da Quitanda. Desejo uma ótima semana para vocês.
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De volta ao passado. Através dos tempos vou recolhendo os fragmentos para a compreensão de minha trajetória.Dou uma parada no tempo, pego o retrovisor para desvendar minha inserção em um dado momento da história, de minha história de vida. O que me levou a esta fase, foi a notícia recente que li na web, informando sobre o fim da Rádio Cidade FM do Rio de Janeiro, que foi adquirida pela empresa de telefonia Oi. A Rádio Cidade, a partir da primeira semana de março, passa a ser denominada Oi FM, uma emissora que opera em seis cidades brasileiras. Ontem, no céu de Copacabana, na praia, diversos banhistas ficaram entretidos com a logomarca da Oi, feito por fumaça e dissipada em seguida.A empresa estava muito preocupada para ocupar o espaço em nossa cidade, por fim, conseguiram.
Decepção! Não foi maior por ter sido uma decisão dos atuais donos do Jornal do Brasil, não esperava outra coisa, uma vez que há boatos que a Rádio JB, pode ser adquirida pelo Sistema Globo de Rádio. Aliás, o grupo Jornal do Brasil tem a vocação de destruir as rádios de seu sistema. Criou a rádio 105 FM para disputar espaços com a 98 FM, do Sistema Globo de Rádio. A Rádio Manchete das empresas Bloch, é criada e acirra a disputa pela audiência.Algum tempo depois, a Manchete, entra em crise, arrendam para o empresário e apresentador Jair Marchesini. Lembro que a Manchete passou por uma fase com a bandeira do Flamengo, assumindo uma face rubro-negra em sua programação. Não deu certo, nem poderia, uma rádio de um único time.
Pelo visto, audiência incomodava muito os antigos donos da rádio que se dizia rockeira. A grave crise na empresa jornalística empurrou as decisões de implodir como fez com o JB (Jornal), detonando a rádio. O JB perseguiu e conseguiu com sucesso despencar em vendas, foi passado pelo Extra e O Dia. As rádios não poderiam conseguir destino diferente.
Acabou na década de 90 com a Rádio Opus 90 FM, dirigida pela jornalista Heloísa Fischer, com predominância de música clássica. Heloísa, mantém o portal Viva Música! A rádio ficou por pouco tempo no ar, foi passada adiante para uma outra rádio.A Rádio 105 de sucessos populares, foi vendida anos mais tarde para um deputado e depois para a Igreja Universal do Reino de Deus, passando a denominar como Rede Aleluia – A rede da família - composta atualmente por 56 emissoras.
O Ano de 77, criou um vínculo maior comigo, em um primeiro momento, por ter sido o ano que o meu primeiro e único filho nasceu. No dia de seu nascimento, Marilene sofreu um abalo no trabalho de parto, ficou inconsciente por mais de 10 dias. Foi um período de apreensão, de angústia no desenvolvimento daquele quadro. Ficou sob os cuidados de neurologistas e recuperada lentamente. Sairam juntos da maternidade. Meu filho não pode ser amamentado pela mãe, foi tratado à base de leite Nanon. Nasceu no mês de maio, o mesmo do surgimento da Rádio Cidade, uma invenção de Carlos DunsheeTownsend, sobrinho da Condessa Pereira Carneiro.
Há muito tempo, que a Cidade vinha perdendo suas características. Fui ouvinte da primeira fase da rádio, de 77 a 81.Uma interessante experiência que balançou com a mesmice dos rádios na cidade do Rio de Janeiro.Curti muito as criativas vinhetas.Um bom e seleto grupo de locutores, entre os quais destaco o querido Fernando Mansur ( atualmente apresenta os programas Palco MPB e Revista MPB, na Rádio MPB, que em 2005 foi adquirida pela Bandeirantes), mais Eládio Sandoval, Jaguar, Monika Venerabile, Romilson Luis, Ivan Romero e outros.
Falar sobre rádios, para mim, é uma volta ao passado.De minha formação de ouvinte, na escuta das rádios Mundial, Mayrink Veiga, da Tamoio, Continental, Mauá, do Jornal do Brasil.e muitas outras. O rádio é meu companheiro constante, o levo para qualquer lugar.Tive diversos aparelhos, desde o Philco Super Transglobe até o rádio Spica. Volto ao assunto no próximo post.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Sussurro

Luca de Castro - "Azulianas". Artista nascido no Rio de Janeiro, em 1949. O pintor participa da Associação dos Artistas Visuais de Santa Teresa. Luca de Castro, é um artista muito talentoso e ganhador de diversos prêmios em nosso país e no exterior. Nos anos 90, morou na Alemanha, na cidade de Freiburg. Professor da Univercidade, em curso de cinema e tv na formação de atores. Dirigiu recentemente a peça Teatro do Nada, no Hipódromo Up, contando com a presença de sua filha, a atriz Carol Castro, Luis Salem, Alice Borges e muitos outros artistas.Participou também como ator da peça Terror no Baixo Gávea.(Fonte de Consulta na Web: Chave Mestra, Cultura Hoje, Univercidade, O Fuxico)
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Olá!
No final de semana, o bairro onde moro, esteve muito agitado pelo mega evento realizado na praia. O grupo de rock, ou melhor, o lendário Rolling Stones, cantaram para uma imensa multidão. Antes de começar o show, caminhamos (Eu e Marilene) pela Avenida Atlântica e observamos; o comércio informal, se alastrava, ocupando qualquer espaço da via pública, com uma imensa pluralidade de mercadorias. O fluxo de pessoas em direção à praia, era constante. Havia momentos em que a calçada, onde transitávamos, ficava congestionada, tal o número de pessoas que passavam.
Não fomos assistir ao show. Nos anos 60, eu era um garoto que amava os Beatles e não os Rolling Stones. Claro, que ouvia e gostava de alguns hits. Fomos até ao local do show, com Ramom no dia anterior, apenas pela parte da mahã, para dar uma olhada e não passamos disto.
A imprensa televisiva estava presente, esbarramos em fotógrafos e repórteres. Na parte da tarde, Ramom, ficou com Marilene no calçadão; não é que ele achou uma pequena garrafa vazia de água mineral e começou a chutar, não estava nem aí para quem estava passando...estava dando um show, para sua avó, que afirmou com toda convicção, de que foi um espetáculo, sujeito à risadas e gritos.
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Aproveito para desejar um ótimo incio de semana para vocês, leitores e amigos blogueiros. Coloco pendurado no varal e deixo ao sabor do vento, um texto recém saído do forno. Um grande abraço.
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Continuo a seguir os rastros dos ventos
espalhados
deixados em meu coração.

Quebro muro e recolho entulhos.
Cimento emoções baratas
surgidas no vazio.

Desenho sombras na
solitudes das horas
intermináveis.

Escrevo por linhas
transversais.
Rabisco versos nos reversos
das horas noturnas
soturnas.

Nos intervalos dos sonos
Ouço minha voz
Apenas.

Apenas
Ela
Em um monótono
sussuro que me
sufoca.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Nas Asas dos Sonhos

Elizabeth Jobim : Pintora/Desenhista/Professora Nasceu no Rio de Janeiro, em 1957.(Fonte de Consulta: Canal Contemporâneo, Itaú Cultural, RIOARTE, Museu Lasar Segall) Participa da exposição "Como vai você geração 80?", em 1984.Presente também em "Rio Hoje" e Panorama da Arte Atual Brasileira. Especialista em História da Arte pela PUC/RJ. Leciona na Escola de Artes Visuais, EAV/Parque Lage. Curso de Mestrado em Belas Artes, na School of Visual Arts de Nova York.Atua em diversas exposições coletivas e individuais.Elabora a capa de Passarim, lançado em vinil em 1987, no mesmo disco. Participou da mostra no Paço Imperial, do Museu da Chácara do Céu. Elizabeth Jobim, filha de Tom Jobim, é uma artista bem atuante, vive e trabalha no Rio de Janeiro.


Olá!
Abri as janelas da inspiração para deixar um texto produzido por mim. Vai ficar exposto no varal, secando ao sabor dos leitores e amigos, entre os quais, agradeço muito pela simpática presença e os comentários feitos.
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Andei por ruas, becos e esquinas
Atravessei avenidas iluminadas pela
escuridão.
Peguei carona nas asas dos meus sonhos tingidos
cerzidos pelas cores da esperança.

Tenho apenas um destino
sem tino.

Em silêncio
caminho apressado
ouço meus passos
soluçantes
Abro meus braços.
Corro
Em direção ao seu coração de papel.

Ali
Nas dobraduras dos meus desejos
a vontade de estar ao seu lado.
Foi guardada no fundo
da gaveta
sem fundo.



segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Fragmentos da Memória

Fernando Diniz : "Sem Título", 1954 - Artista Plástico. Nasceu em Aratu, Bahia, em 1918 - Morou por 50 anos, no Hospital Psiquiátrico Pedro II, no bairro do Engenho de Dentro. Desde de 1949, viveu internado no hospital. Morreu em 1999. Autor do filme de animação Estrela de Oito Pontas, realizado por Fernando Diniz e Marcos Magalhães, em 1979. Fernando era um artista do Museu de Imagens do Inconsciente, uma instituição criada por Nise da Silveira.
Foi observado nas leituras feitas através dos relatórios de pacientes, a presença da monitora Aparecida, que contribuiu de um modo muito especial, para que Fernando, tivesse progresso em sua capacidade de expressão artistica. Aparecida com traços orientais, foi inspiração para o surgimento de uma estética japonesa em sua obra. A partir deste relacionamento, a progressão de seus trabalhos foram criando e estabecendo contatos com o mundo real. O tema casa, se faz presente em sua produção artística. (Fonte de Consulta : Museu de Imagens do Inconsciente, Itaú Cultural, Estudos e Pesquisas em Psicologia, artigo 6, de autoria de Walter Melo).
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Há em mim, um menino escondido que aparece sempre quando meu neto surge diante de mim. Sua visita transforma-se em um encontro de idade e de felicidade. Meus passos acompanham sua alegria saltitante e vibrante. Um chamado pelo avô, é a senha de sua chegada. Grita por Vovô na portaria do prédio, desço e vou apanhá-lo. Recebo de imediato um abraço apertado, frases que não consigo entender, por mais que me esforce e olhares de curiosidade ao redor. Gosta de ver tudo que se passa. Na calçada, uma senhora acompanhada de um cachorro; Ramom o chama por Au au. O cachorro finge que não escuta e segue o seu destino.

Ramom adentra ligeiro pelo corredor lateral do prédio e vai direto sem titubear parar diante da caixa de correspondência; pego no colo , para ajudar a tirar a correspondência da caixa. Peço para apertar o botão do elevador e ganha os merecidos aplausos, por ter cumprido a sua tarefa. Fica muito satisfeito pelo elogio, sorri. Ajudo apertar o botão do elevador correspondente ao andar em que moramos, recebe em seguida, novo elogio. Saímos do elevador, como gosta de apertar a campaínha, eu faço a sua vontade e abro em seguida a porta com a chave. Vai direto para a sala e pega os patinhos de cerâmica, retira dali e leva para o quarto da bisa, colocando-os em cima da cama. É o inicio da brincadeira, depois de algum tempo, intervalo para um rápido sono para recompor as energias gastas e voltar a revigorado para mais brincadeiras e descobertas. De assimilar imagens e palavras que farão parte de seu cotidiano.

A presença encantadora de Ramom aqui em casa, faz com que eu promova diante do espelho, uma volta ao passado, a um passado que guardo na lembrança. Recrio e remendo imagens, mesmo esmaecidas de minha fase de criança. Volto ao tempo em que eu descia a ladeira da João Ricardo, rua em que eu morava em Sâo Cristóvão, bairro em que nasci. Das vêzes que ia correndo até a padaria, comprava duas bisnagas e voltava correndo. Das brincadeiras com bola de meia ou de couro, do jogo de bola de gude. Das brincadeiras de pêra, uva ou maçã com as meninas. Dos namoricos ingênuos. De pular corda, de subir no muro para chamar o amigo, da casa vizinha. De ouvir o vizinho do andar de cima, chamar por Mutter (Mãe) a todo momento. Era uma familia alemã que moravam no prédio. Não fui um garoto que soltava pipa, nem balões, não me interessava.

Morei no térreo, e no corredor que dava acesso ao apartamento, eu ficava andando de bicicleta, uma Mercswiss de cor marrom. Largava a bicicleta e passava para o carrinho de rolimã, apostando corrida ladeira abaixo. Nem sempre ganhava, haviam garotos mais habilidosos e rápidos, do que eu. Em 1956, optei por torcer pelo Vasco, cujo estádio na época, situava no mesmo bairro, hoje a área, ganhou status de bairro, passando a ser São Januário. Coloquei a cruz de malta em meu peito. Das caronas de bonde, pegando no estribo para soltar do bonde 36 Cancela, andando, antes dele parar. Gostava de pegar o bonde 53 São Januário, para subir a Rua Fonseca Telles, descer dois ou três pontos seguintes, ir ao Colégio Brasileiro e aguardar minha madrinha sair, ela era professora. Corria até ao jornaleiro no Largo da Cancela comprar o jornal Diário de Notícias ou o jornal Última Hora. Havia nesta época jornais vespertinos. Comprar jornais foi um hábito que adquiri desde a infância, fui leitor dos jornais que a minha madrinha lia, bem como mais tarde, fui leitor de O Jornal, do Correio da Manhã até a fase em que passou para a familia Alencar, do Jornal dos Sports, o cor de rosa da sua primeira página, da experiência do O Sol e que faz parte dos versos da canção Alegria, Alegria de Caetano Veloso, do Jornal do Brasil, por muitos anos, do jornal República, da Folha de São Paulo e finalmente o jornal O Globo. Ganhei de minha madrinha Dilene, livros de Monteiro Lobato e o livro Cazuza, de Viriato Correia. De comprar cadernos e livros em frente ao Instituto de Educação, na Casa Mattos, uma livraria e papelaria que se auto-proclamava como amiga número um dos estudantes. Havia o desconto de 10% por minha madrinha ser professora. Depois de muitos anos em destaque no comércio, esta papelaria, com filial em vários bairros, foi desativada por dificuldades financeiras.

Nos finais de semana, quando não visitava à Quinta da Boa Vista, que aliás, eu era vizinho; gostava de passar por baixo da roleta, a minha idade e altura, me davam garantias de gratuidade para visitar o zoológico. Era um passeio extremamente agradável, mais ainda, quando pegávamos o trenzinho ou a charrete. A bicicleta era parte integrante do passeio, ao ir para o Campo de São Cristóvão, de brincar no coreto, de colocar barquinho de papel no lago, de mais tarde, visitar o pavilhão de exposições. De meus pais, junto ou, com minha madrinha, freqüentávamos as igrejas, as missas eram faladas em latim. Morávamos próximo da Igreja de São Januário, da Santa Edwiges e um pouco distante da Igreja de São Cristóvão. De meu pai trabalhando como inspetor na parte da noite no Instituto Cyleno, na rua São Januário. Da antiga árvore plantada por D. João VI , no meio da Avenida do Exército. Do ponto de táxi no Largo da Cancela. Da numeração dos bondes, do bonde taioba e dos ônibus, nesta época, ainda circulava os lotações. De quando, eu pegava o ônibus 25 (hoje 474 Jacaré – Jardim de Alah) acompanhado de minha avó Celina, para visitar minha tia que morava no bairro do Riachuelo. Dos armazéns e quitandas. Da falta de energia. De comprar leite em garrafa, no caminhão parado na Avenida do Exécito. De ouvir rádio em um aparelho imenso que ficava na sala. Do casal de periquitos que eu e minha irmã tínhamos, o meu tinha a cor azul, que é a minha preferida, o de minha irmã, uma colaração verde e amarela. Da compra do aparelho de televisão. Lembro do nosso número de telefone, que era: 341025. Para se conseguir telefone, tinha de ficar em uma fila e era se não falha a memória, feita através de sorteio. O aparelho era de cor preta.

De arrumar a merendeira para ir ao Jardim da Infância, no Instituto de Educação na Rua Mariz e Barros, de dar lata de biscoitos ou de bombons, no dia dos mestres, para a professora Geysa que eu adorava. De deixar a minha irmã na escola Benedito Ottoni, na Rua Senador Furtado, na Praça da Bandeira. O local do bairro, era conhecido como Engenho Velho da Tijuca, mais tarde, passou a denominar como Tijuca. Do corte de cabelo Principe-Danilo, que eu fazia no barbeiro da esquina da Fonseca Teles, levado por minha mãe. Da queda de minha irmã, levando ponto no pulso, por cortes de garrafas de refrigerantes, ao cair na porta de casa. De aguardar o sorveteiro ou baleiro passar para comprar. Do apito da fábrica de botões, na esquina da Rua Antônio Henrique de Noronha. De olhar para o prédio imenso da faculdade, que ficava na Rua Fonseca Teles. Foi no bairro de Sâo Cristóvão que passei a brincar e construir sonhos de criança, naquele velho bairro imperial, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, comecei a tecer minha história.

Meus queridos amigos, hoje e mais alguns dias, estarei juntando os cacos coloridos de minha infância, onde através dos pedaços esquecidos em um canto da memória, seguirei perseguindo os rastros do tempo, tempos que não voltam mais...sem dúvida, mas que foram inesquecíveis.





domingo, fevereiro 12, 2006

Mania




















Amorelli
- "Liberdade" - Gledson Franqueira Amorelli: Pintor, Escultor, Professor, Cenógrafo.Nasceu em Três Corações, Minas Gerais, em novembro de 1948.(Fonte de Consulta: Amorelli Art, Itaú Cultural, Art Polonaise) Um artista bem atuante, participou de diversas exposições, foi aluno de Inimá de Paula, Amilcar de Castro, Iara Tupinambá,Frederico Bracher Jr. Guignard e muitos outros artistas. Premiado com uma bolsa, em 1997, no 1º Salão de Artes do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, uma viagem para Nova York. Para olhar a interessante obra do artista, convém visitar sua página na internet, por sinal, muito bonita.


Olá!
Hoje vou falar de manias, uma das quais, é gostar de você. O tema foi uma proposta do pessoal blogueiro.O convite foi através da querida blogueira Saramar, uma goiana que tem a mania de escrever muito bem e criar blogs. Fui eleito para escrever alguma mania que por acaso, eu tenha. Em uma rápida revisão do meu comportamento diurno, percebi que uma das manias e que envolve uma busca no tempo, um olhar para o passado, é que me deparo com a minha formação de leitor de jornal. Tenho a mania de começar a ler jornal pela última página, sempre pelo esporte. Ignoro qualquer manchete para ir direto ao futebol. Sempre da última para a primeira.
Minha segunda mania, é testemunhada por Marilene, sempre quando compro livros, leio sempre, as primeiras páginas, depois, escolho qual o livro que começo a ler. Sempre folheio os livros. Uma mania que ficou muito acentuada quando tive livraria.
Terceira mania, é avistar qualquer objeto em cima da pia, seja talher ou louça, lavo de imediato. Não tolero olhar para a pia e encontrar os utensílios domésticos sujos, ou deixar para depois...não é comigo.
Quarta mania, se é que posso assim chamar, ao levantar, eu ligo o computador. Quinta mania, é ficar mudando de canal de televisão constantemente, até encontrar um programa que me interessa.
A Sexta mania, foi uma contribuição de Marilene, aliás, confirmo como muito valiosa, admiti com pouca resistência, para acabar por confessar, a mania de perfeição, de ser tudo certinho. Acho esta última, a que consolida em muito, minhas poucas manias incorporadas ao meu cotidiano.
Para dar continuidade a mais recente mania de alguns blogueiros; elejo alguns dos meus pares, para que eles possam dar prosseguimento a descrição de suas manias, caso, as tenham. Antecipo meus agradecimentos pela colaboração.
São eles:
Laura
Lia
Vera
Mércia
Milton Toshiba

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Papo de Segunda

Maria Helena Vieira da Silva : "Biblioteca" - Nasceu em Lisboa, em 1908, falecida em Paris, no ano de 1992. Naturalizada francesa e veio para o Brasil, fugindo da ocupação nazista na França. Morou em Santa Teresa, viveu no Brasil de 1940 a 1947. Neste período, cria um mural para a Universidade Rural, participa de exposições e recebe prêmio na VI Bienal de São Paulo. O govêrno de Salazar, não lhe concede a nacionalidade e a partir daí, vem com o marido morar no Brasil. Realiza, em 1975, vários cartazes em alusão ao 25 de abril, em Portugal. É criada uma fundação com o nome do casal - Arpad Szenes - Vieira da Silva, na Praça das Amoeiras, 56, em Lisboa. O seu marido, o pintor húngaro Arpad Szenes, morre em 1985. Em 1983, Vieira da Silva, é convidada pelo governo português para fazer o painel do Metropolitano de Lisboa, da Estação Cidade Universitária. (Fonte de Consulta : Vidas Lusófanas, Página do pintor Carlos Scliar, Portal da História, Pitoresco e Blogs Sapo/PT)
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Olá!
Voltei, após um breve intervalo, em que deixei de escrever para esse espaço e fazer visitas aos blogs dos amigos. Quero registrar meus agradecimentos aos leitores e amigos da Quitanda, que deixaram ou não, comentários e ficaram preocupados com a minha ausência.
Em relacão ao meu neto em visita ao teatro, foi surpreendente. A peça que assistiu, foi: Gasparzinho, o Fantasminha Legal, uma adaptação e direção de Alessandro do Valle, no Teatro Princesa Isabel, em Copacabana/Leme. O menino comportou-se de modo interessado na peça, houve um dado momento, em que largou a companhia da mãe e de minha afilhada, preferindo estar ao lado de uma menina, ficando mais próximo do palco. O elenco brincou com ele, fizeram a maior festa. Ramom, era o mais novinho em idade presente na platéia. Foi um sucesso. Achei muito legal, o interesse dele em se aproximar do palco, ficando mais próximo e junto a uma menina. Não houve em nenhum momento em que ficasse inibido, assustado, tampouco, chorou. A peça encerrou ontem.
Diga-se de passagem, o meu neto, adora um agito, uma rua. Levo o neto para caminhar/correr na Avenida Atlântica, para subir em postes e em árvores, claro que é, com a minha prestimosa colaboração. Na árvore, o coloco em troncos baixos, no poste, seguro e ele vai subindo... Está em uma fase em que a curiosidade fica mais ampla, quer examinar, conhecer, tudo. Quando chega em nossa casa, ele começa a chamar por mim. Eu escuto e desço, para apanhá-lo. Neste momento começa a bagunça, minha e dele. Com o crescimento dele, acabou encerrando as aulas de digitação avançada, interrompendo sem dar nenhuma satisfação; concluí, que foi para o espaço, já era. Prefere agora, escutar músicas e fazer uma coreografia corporal, engraçado, é espontâneo. Marilene, também, participa muito como avó, fazendo as coisas para ele. Quando ele aparece, é certeza, de que alegria estará presente até o momento de voltar para a sua casa.
No final de semana não apanhamos filmes (dvds). Ramom, no domingo, tinha ido para o Vasco. O sol esquenta lá fora, Copacabana está lotada de gente, muita gente, indo à praia. Eu escuto a Rádio Paradiso - 95, 7 FM ( Inaugurada em março de 2003, na Torre Rio Sul e pertence aos empresários: Luciano Huck, Luiz André Calainho, Alexandre Accioly, Arnaldo Cardoso Pires) e escrevo. A música e o rádio fazem parte de minha vida, estão presentes em meu cotidiano. Desde garoto, curto rádio, ficou mais intenso, na época dos Beatles e da Jovem Guarda. Ouvia um programa na Rádio Mundial - AM (Sistema Globo e desativada) conduzido por Big Boy, encarnado pelo jornalista Newton Duarte, dedicado ao rock e ao conjunto de Liverpool. Mais dois apresentadores de muito sucesso, que atuaram junto com Big Boy, em bailes nessa época, que era Ademir Lemos e Messiê Limá, os três citados, são falecidos. De madrugada fico escutando as rádios CBN e Band News. Rádios Ams, escuto, transmissões esportivas e programas noturnos das rádios Globo e Tupi, vez por outra, a Rádio Nacional. Aqui, na Quitanda, pensei no começo abrir uma porta, uma sala em um dos corredores, para se comentar assuntos ligados ao rádio e sua história. Preferi abandonar a idéia inicial, dei um novo desenho para o blog, passei a focar mais assuntos que dizem respeito ao neto, uma literatura mais no âmbito doméstico - textos produzidos por mim - com a temática existencial como sustentação da escrita. Estou iniciando na escrita e percebo de imediato a dificuldade de elaboração de registros narrativos diferentes, é o que pretendo, embora, não tenha a pretensão de ser escritor, de editar comercialmente. Bastou a minha experiência como editor/livreiro/distribuidor. Tenho procurado recentemente voltar a comprar livros, no entanto, prefiro adquirir em sebos, são mais baratos, melhor ainda, gosto de ficar garimpando nas prateleiras, livros que acho interessante. O prazer de achar um livro, é inenarrável. Há muito tempo, que não dou uma passadinha em uma livraria, estou igual a traseira de ônibus, mantenho distância. Passo pela porta, sigo em frente e entro em um sebo. Bom, meus caros amigos, um grande e forte abraço.
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Nota: Faleceu ontem, dia 05 de fevereiro, o artista plástico Aldemir Martins, vítima de enfarte aos 83 anos. O grande artista plástico, nasceu em Ingazeiras, no Ceará, em 8 de novembro de 1922. Aldemir apareceu homenageado na Galeria da Quitanda, em post no ano passado.