quinta-feira, dezembro 21, 2006

De volta ao aconchego da Quitanda.

Analice Uchôa: Uma talentosa artista, graduada em Psicologia, surgida nos anos 80, em exposições realizadas na Feira de Arte e Artesanato, localizada na Praça da República, na cidade de São Paulo. Dali, o caminho para sucesso e o reconhecimento de uma grande artista, foi participar de exposições na Paraíba, no final dos anos 90. Passa também por Recife com grande sucesso. Selecionada como expositora no Salão Municipal de Artes Plásticas e para outros eventos como a exposição individual no Casarão de Azulejos, com o título "O Pulo do Gato". (Fonte consultada: Governo da Paraíba, em 12/11/2003) - Imagem da pintura da artista em www.shoppingpb.com (Galeria Gamela de Arte, Vida e Arte, Oscar D`Ambrosio)

Queridos leitores, estou de volta após uma breve experiência em uma livraria de livros usados, no bairro do Catete, um dos bairros da zona sul do Rio de Janeiro. Realmente fiquei sem tempo para navegar, visitar os amigos blogueiros ou escrever no blog. Não pude nem registrar a presença de Ricardão em minha vida, a partir do final de outubro. Prometo mostrar flagrantes de Ricardão nos braços de Marilene ou deitado em nossa cama. Fiquei encantado com os olhos verdes de Ricardão e por sua careca, aliás, dou vários beijos quando encontro com ele aqui em casa. Ele me encara e sorri com um sorriso totalmente sem dentes. São dois netos, Ramom e Ricardo. Ramom, sem dúvida, é um capitulo a parte, mas ficará para a próxima postagem.

Meu retorno ao livro foi um momento em que pude realizar ou completar a minha última etapa em meu ciclo como profissional do livro. Encerrei esta experiência no final do mês de novembro e foi muito gratificante, pois, encontrei com várias pessoas, desde Rizzo, o meu primeiro gerente na Livraria Interciência, antigos clientes/leitores, o livreiro Jô da Uerj, professores, pesquisadores e colegas sociólogos; editores, como: o vascaíno Pontes e o editor-assistente, poeta intelectual Jorge, da Martins Editora Livraria, que passou um bom tempo em Portugal. Conheci pessoas interessantes de diversas áreas.

Certo dia pela manhã, fui presenteado pelo representante de vendas da editora paulista Landmark, com A Divina Comédia, uma edição bilíngüe. No dia anterior conversamos sobre o mercado de livros do Rio de Janeiro, passei algumas informações, parece que ficou satisfeito. Revi o escritor e astrólogo Pedro Tornaghi, atualmente trabalha, divulgando técnicas de meditação; papeamos sobre livros e a Espaço e Tempo, principalmente sobre a fantástica editora Rose Marie Muraro, uma mulher extraordinária. Trabalhamos na mesma casa editorial, ele como autor e responsável por uma coleção de esotéricos e eu, pelo setor comercial. Uma pena tudo foi abortado com a saída de Rose e Fernando Sá. Trabalhei na editora com Herbert Daniel e seu companheiro, o artista plástico Claudio Mesquita.

Conheci na livraria, o escritor angolano Zetho Cunha Gonçalves, uma pessoa extremamente simpática conversamos sobre a vida literária portuguesa, especialmente sobre a escritora portuguesa Sophia de Mello Breyner, sua militância e sobre o engajamento de seu marido, o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares. Comentamos sobre, o jornalista português Miguel Sousa Tavares, filho do casal e autor do elogiado romance histórico “Equador”, lançado no Brasil, pela Nova Fronteira. Zetho comprou livros de autores brasileiros, comentou sobre o lançamento de seu livro infanto-juvenil “Debaixo do Arco-Íris não passa ninguém”, na noite anterior na Casa de Cultura Laura Alvim, um dos títulos do catálogo da nova Editora Língua Geral, que tem entre os sócios, o escritor angolano José Eduardo Agualusa. No dia seguinte a nossa conversa, Zetho, viajaria para Ouro Preto. Conheci pesquisadores e contribuí como profissional do livro, ou melhor, como livreiro, com indicações de livros. Minha memória colaborou muito, pois, lembrei de títulos, autores e temas. Meu ultimo atendimento a clientes, foi para uma pesquisadora negra, moradora no interior do Estado do Rio, que queria material sobre o TEN, lembrei de imediato de Damas Negras, livro editado pela Mauad, de autoria da jornalista Sandra Almada. Mostrei também livros de Abdias do Nascimento.

Foi um momento muito bom, organizei as prateleiras/seções como era a proposta inicial de minha atuação na livraria. Minha atuação foi principalmente de um livreiro, pude confirmar a necessidade do profissional do livro carregar uma boa ou sólida bagagem intelectual para atender um público bem heterogêneo de leitores com diferentes matizes. Importante possuir uma boa cultura livresca. Caso contrário, ou não atende bem ou fica totalmente perdido diante dos clientes e dos livros. Ao me desligar da livraria, agradeci ao seu proprietário, o livreiro Antonio Augusto Seabra, pela oportunidade de retornar ao interesse pelo mercado de livros. Conversei sobre a minha idéia de investigar a historiografia editorial brasileira, de imediato, ele me cedeu dois livros de José Otávio Bertaso, de seu acervo particular. Foi um incentivo. Não conhecia Antonio, mas tive um prazer em trabalhar em sua livraria. Nada ficou fechado entre nós, as portas e janelas estão abertas para mim. Sou o único profissional do livro, no Rio de Janeiro, com experiência em vários segmentos.

Mãos à obra.

Comecei, no dia seguinte a inventariar o universo editorial brasileiro, mesmo de modo fragmentado esteve sempre presente de modo estampado, colado e impresso nos corredores e balcões da Quitanda.

Nota: Agradecimento especial a todos amigos blogueiros, leitores que passaram pela Quitanda, deixaram recados, sentiram a minha ausência. Estava sem tempo, Ramom quando aparece quer exclusividade e me obriga a ficar assistindo inúmeras vezes o mesmo dvd Kingdom under the sea. "Reino Submarino".