quarta-feira, agosto 31, 2005

Alberto e Alice


Analu Prestes - "Rino Tantarix", Óleo s/ canvas, 2002.Atriz e Artista Plástica, participou de várias novelas, peças e cenários para teatro, além de diversos filmes.Uma mulher atuante nas artes do Rio de Janeiro. Elaborou os cenários para o show Trajetória em 1997, do conjunto Biquini Cavadão.Participou do grupo de teatro Pão e Circo, nos porões do Teatro Oficina, junto com :Luiz Antonio Martinez Correa, Luis Fernando Guimarães entre outros.Há muito material sobre a atriz em relação a sua atuação como intérprete, na internet.Analu, faz diversas exposições pelas galerias da cidade.Participou de uma exposição na Casa de Cultura Laura Alvim, intitulada "Auto-Retrato", a partir de uma frase do poeta Manoel de Barros: "Com pedaços de mim eu monto um ser atônito", ela preparou nada menos do que 112 pequenas telas para este evento, usando para isto, várias técnicas.Uma artista extremamente talentosa. Posted by Picasa

Consegui colocar este texto hoje para exposição no varal. Ontem, minha afilhada, ficou paquerando na internet.Aproveitei para colocar as leituras em dia.Digo leitura, pois, tenho o velho hábito de ler mais de um livro ao mesmo tempo, ficam vários livros a minha espera e boa vontade.O último que eu comprei e só compro em sebos, incorporo a uma pilha de livros, logo, fica um amontoado. Tenho predileção pelo autor nacional e nestes meus novos tempos, a ficção é o meu consumo maior.Consegui ontem, achar um livro de crônicas de José Carlos Oliveira, editado pela editora Sabiá, de Fernando Sabino e Rubem Braga, o título A Revolução das Bonecas, que são crônicas selecionadas durante o periodo em que o autor foi cronista do Jornal de Brasil, o periodo compreende de 1963 a 1966. Encontrei no sebo, um livro que eu em outro momento, não deixaria de comprar, o esgotadissimo livro editado pela mesma Sabiá com prefácios de Fernando Sabino e Rubem Braga para a edição nacional de Furacão sobre Cuba, de Sarte; esta preciosidade eu dispensei, com certeza estou mudado...


Alberto acabara de dar o último trago, o último gole, naquela que parecia ser a última garrafa. Abriu uma parte da janela, o suficiente para iluminar Alice deitada em sua cama de solteira. Nos últimos anos, dividiam os espaços e não dividiam mais a cama. Cada um tinha a sua. Os risos e sorrisos foram alterados, as conversas encurtadas, assim como o dinheiro que andava curto. Viviam uma solidão a dois. Um para um lado e o outro para o lado oposto.O amor de um pelo outro começou em uma festa do pessoal da faculdade, bebidas, e a canção do Chico, dos festivais de música, eram a trilha sonora daquela paixão. A tristeza, substituiu a felicidade e tornou-se companheira de Alberto e Alice. Os desejos esquecidos e lembrados nos porões da solidão, eram distraídos pelos programas da televisão. Alice, na verdade pensou em ser atriz, hoje ela representa no palco doméstico a sua novela diária, ela conquistou o papel de protagonista. Reinventa os capítulos para a sua sobrevivência diária, em uma monótona narrativa. Alberto perdeu o encanto e no peito apenas a solidão ardida e encardida pelo tempo. Alberto e Alice encontravam-se nos desencontros marcados no mesmo teto, para um diálogo de surdos e mudos com os sinais invertidos.
A luz do sol iluminava uma beleza apagada pelos anos e abandonada por Alice, com tudo isto, ainda, levava Alberto a voltar ao tempo e começar apagar a sua história. Colocou as mãos nos bolsos e percebeu que o cigarro tinha acabado. Gentilmente, deixou um bilhete para Alice: vou ao bar comprar cigarros. Alice, acordou tarde, leu o bilhete , abriu às janelas e compreendeu que ele não estaria mais ali.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Garota de Copacabana


Vicente do Rego Monteiro - "Deposição", 1924. Pintor pernambucano de Recife, nascido no ano de 1899, no dia 19 de dezembro.A familia tinha vínculos com a pintura, através de sua irmã Fedora que foi aluna de Eliseu Visconti. Sua familia viaja para Paris, que em pouco tempo, Vicente conhece e se relaciona com o meio artistico francês, como: Miró, Braque, Modigliani, Lérger e outros artistas e intelectuais. Sua estréia foi na França no ano de 1915, em exposição no Salon des Indépendants. Artista esteve envolvido na Semana de Arte Moderna de 1922, ao lado de Anita Malfatti, Goeldi, Di Cavalcanti, entre outros.Achei muito interessante a compreensão de vida e obra, proferida pelo artista e exposto na Fundação Joaquim Nabuco: "A vida é tudo o que eu tenho. A vida e somente a vida. É sobre ela que estou construindo minha obra."Venceu vários concursos de dança de salão. Há registro que ele ia dirigindo o seu Gordini, no final dos anos 60, por diversas vezes, em viagem do Rio de Janeiro ao Recife.Vicente, foi editor, automobilista, dançarino e fabricante de aguardente em Pernambuco, a famosa Gravatá, citada em livro de João Cabral de Melo Neto.Na Renovação, revista criada por ele, lança o poeta João Cabral de Melo Neto.Filma vários curtas no interior de Pernambuco.Em 46, cria em Paris a editora La Presse à Brás.Recebeu prêmios como poeta. Criou o Salão de Poesia, em 1952 e o Primeiro Congresso Internacional de Poesias, em Paris. Morre em Recife, no dia 5 de junho, de ataque cardíaco.Uma pintura marcada por sensualidade. A obra do artista nos remete a um clima místico e metafiscico. A temática religiosa, está presente em sua obra.Expõe em museus do nosso país e no estrangeiro. Posted by Picasa

Meu tempo neste final de semana, ficou bem reduzido. Tive aulas de digitação com o meu neto.Ramom, não pode me ver sentado diante do computador, que cisma sentar em meu colo para ministrar as revolucionárias técnicas de digitação com a mão espalmada. Dizem que cada um com a sua mania.Não gosto muito de contrariar o meu neto, confesso, que ainda gosto de manter o jeito tradicional de digitar.Para minha surpresa o tempo de aula, foi curto, repentinamente, desceu de meu colo, para ficar entretido com uma bola colorida.Não ando com o esqueleto azeitado, de modo que, acabo fazendo um contorcionismo "condor", estou realmente fora de forma, para ser o seu parceiro nestas atividades. Não houve jeito, aí prá lá, uí prá cá, mesmo assim, entrei em campo.Mais tarde, o filho fica fazendo trabalhos que trouxe do escritório.Este teclado vive em um ambiente democrático e pluralista. No sábado e domingo, Marilene utilizou para fins de trabalho da escola.Apenas hoje, que ficou liberado para o meu uso.Aproveitei antes que alguém apareça, para pendurar no varal, este texto.


A Garota de Copacabana
Dorme ao relento
Cobrindo-se de vento
Ao lado de seu rebento.

Sobrevive da rua
Quase nua.
Arruma trocados
Para o seu sustento.

Rouba sonhos
Vende momentos
Disfarçados em felicidade
Caidas, esquecidas no anonimato
Encontrada nos bares
Nas esquinas, nos carros
No primeiro freguês.

Distraída na cola
Cheirada como alimento
Do corpo e da alma
Gruda sonhos
De uma vida melhor
Projeta
Seu futuro escuro.

Abandonou a infância
Em troca da dura
Realidade da vida
Fingida
Fugida

Vida bandida, atrevida
Excluída
Detida
Bem ali na avenida.
Torna-se estrela de
Brilho fácil e
Passageiro

Nas passarelas
Desfila em um corpo
Com os trejeitos
Marcados pelo tempo
Tecidos por sinais de cansaço.

Olhando para a Garota de Copacabana
Descobre traços de uma beleza fingida
Desenhadas pelo colorido da noite.
Maquiagens enfeitadas
Adornadas
Nas imaginadas batalhas
Diárias
Para sobreviver no dia seguinte
Como garota de programa
Nas noites de Copacabana.

sexta-feira, agosto 26, 2005

No Quarto de Maria.


Tarciso Viriato - Esta pintura está exposta na Visual Galeria de Arte.Encontrei um reconhecimento por parte da critica, ao apontar que as cores fortes das pinturas, são marcas inconfundíveis, um dos sinais para identificação deste talentoso artista plástico. Há uma bonita e interessante página do autor na internet.Extraímos dali, parte desta biografia.O artista nasceu em Fortaleza, no ano de 1950.Graduado em Comunicação Social, pela Universidade do Ceará em 1973, mudando-se para Brasilia em 1978. Vive desde então, nesta cidade.Um artista premiado, obtendo em um deles, o primeiro lugar, obtendo uma viagem aos Estados Unidos. Premiado no salão de Artes Plásticas de Brasilia, em 1997, ganhando também o primeiro lugar.Suas exposições estão presentes nas cidades de Brasilia e outros estados, assim, como no exterior.Recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasilia, em 2003.O artista continua bem atuante, com presença de sua obra em várias mostras.Tarciso, pode ser identificado como artista contemporâneo de Brasilia.Comemorou os 25 anos do Banco Central em 1989, com uma bela exposição. Posted by Picasa


No quarto de Maria
Despia meus desejos
Revelava meus segredos
Projetava meus sonhos
Maria deitada
Desejada
Pelos corpos entrelaçados
Engraçados.

Suaves carícias
Trocadas
Apenas risos
Cúmplices
Antes de encontrar
Os beijos
Misteriosos.

Lábios lambuzados
Abusados
Possuídos
Seios
Mãos agitadas
Trocadas

Deitada
Sentada
Em pé
De joelhos
Buscamos o
Prazer
Oral
Anal

No quarto de Maria
Acontecia
O amor urgente
Subversivo
Delinqüente

No quarto de Maria
Os corpos tocados
Grudados
Rolados no chão
Ou na cama
Em qualquer posição
Eles
Sorriam de tesão
E
Tudo acabava em
Poesia.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Paixões


Joubert Pantaneiro - "Brasil Brasileiro". Óleo s/ tela. - Fonte: Nartsgaleria Procurei na internet e nas anotações que disponho, informações sobre este grande artista pantaneiro.Localizei outros quadros em exposição, mas a precariedade biográfica se confirmou. Como achei muito interessante o trabalho do artista que resolvi, colocar na Galeira da Quitanda, abri uma exceção, dada a dificuldade de subsidios para registrar os elementos que acho muito importante na compreensão de um artista. No entanto, quero encontrar algo sobre este artista, assim, que localizar, vou inserir na primeira oportunidade. Posted by Picasa

Um dia chuvoso que acabou inibindo minha visita aos três sebos perto de casa.Estou voltando a minha antiga rotina. Curto muito sebo, por pouco não monto um.Desde que fechei a minha editora e distribuidora, que não freqüento livrarias, nem compro livros novos. Recuso a comprar livros novos, não vou gastar com algo que eu já tive.Hoje, compro usado e com bom preço. O melhor ramo do livro é o usado, compram baratinho e vendem um pouco carinho. Com tudo isso, fica mais barato do que comprar um novo. O preço do livro em nosso país é muito alto. Um dos fatores determinantes para o preço elevado, que me desculpem os intelectuais/autores, é a falta de leitor.As tiragens são baixas.Há muita espuma e marketing das editoras de ponta.Gosto de lembrar, que fui livreiro em Ipanema nos anos 80, portanto, atuei em diversos segmentos do livro para afirmar o que eu considerei no que escrevi acima. Um dos temas que gosto de abordar, é o mercado editorial. Aproveito para deixar pendurado no varal da Quitanda.



Andei por
Todos os caminhos
E rotas que me levam ao seu
Coração.
Mesmo assim eu me
Perco
Nos atalhos de meus
Sonhos
Noturnos.

Desperto entardecido
Nas
Emoções
Adormecidas
Esquecidas e
Achadas.

Embrulhadas em
Meus braços
Nos laços
Antigos
Das paixões.

Sentimentos
Ilusórios
Daqueles
Momentos.
Poucos momentos
É verdade
Mas
Lembro que um dia
Experimentei.

quarta-feira, agosto 24, 2005

O Amor não mora mais aqui.


Fábio Sombra - "O Desfile do Carnaval", Acrílico s/ tela, datado de 1998.Nasce no Rio de Janeiro, em 1965 e com 24 anos começa a pintar.Sua obra aparece em livros editados no exterior.Sua pintura sobre "Quilombo dos Palmares", foi reproduzida em cartões telefônicos da cidade do Rio de Janeiro. Exibe uma linda imagem do carnaval no sambódromo e da Escola de Samba Portela. Um interessante pintor que expõe também seus trabalhos em naïf. Encontra-se na página do Terra, intessante exposição de seus trabalhos com o tema do Rio de Janeiro. Autor de um livro editado pela Rocco, com o título: A Lenda do Violeiro Invejoso, com ilustrações do artista. Participou da Mostra E O Rio Continua Lindo, no Museu Internacional de Arte Naïf, no bairro do Cosme Velho. Este artista carioca é autodidata e praticante de uma arte que existe no Brasil, desde da época colonial.. Seus quadros estão em vários cantos do mundo, em museus na Espanha, Brasil, França, Alemanha e Portugal.O pintor teve sua obra escolhida para ficar em exposição no Museu Olimpico de Lausanne, Suíça., com a pintura "A Maratona". O artista é estudioso do folclore brasileiro. Posted by Picasa



O amor não mora mais aqui
Faz tempo que foi embora
Não deixou recado
Não se despediu
Não olhou para trás
Simplesmente
Partiu
Levou meus sonhos
Embrulhou minhas lembranças
Carregou minhas ilusões
Guardou na mala minhas
Fantasias eróticas
Dispensou minha companhia
Transformou minha alegria
Cerziu meu sorriso
Fez reluzir minha
Tristeza.

O amor não mora mais aqui
Não sei para onde foi.
Seguiu em frente
Esqueceu as lágrimas
Em meus olhos
Derrubou apressado minha
Paixão no chão.
Baniu a felicidade
Segregou meus sentimentos
Embaralhou as doces palavras
Dos meus versos

Despedaçou o meu âmago
Deu voz a minha dor.

terça-feira, agosto 23, 2005

Driblando ilusões


Axl Leskoschek - Nascido na Áustria, na cidade de Graz, no ano de 1889.Exilou-se na Suiça, em 1938, fugindo do nazismo. Formado em Direito, chegou a trabalhar como juiz em sua terra natal. Após a Primeira Guerra, interessa pela pintura.Gravador,Pintor, Desenhista, Professor, Ilustrador e Cenógrafo. Viaja para o Rio de Janeiro e trabalha como ilustrador de livros para a Editora José Olympio. Cria na Glória, bairro no centro do Rio de Janeiro, o seu próprio ateliê e passa a ter cerca de 30 alunos, entre eles:Ivan Serpa, Décio Vieira ( um dos fundadores do Grupo Frente), Renina Katz, Danúbio Gonçalves, Fayga Ostrower, Teresa Nicolau e outros artistas. No final da década de 40, ensina xilogravura, em curso na FGV, criado por Santa Rosa. Em 1985, sob a curadoria de Frederico Morais, a galeria Banerj, realizou a Mostra Axl Leskoschek e seus alunos (1940/1948) e levada depois para o Museu de Arte Moderna de São Paulo.É apontado como um grande xilógrafo. Interessante observar que muitos artistas exilados deram uma imensa contribuição na vida artistica nacional, entre eles, podemos destacar: Otto-Maria Carpeaux, Herbert Caro, Anatol Rosenfeld, Vilém Flusser, Stenfan Zweig, oriundos da Alemanha e Áustria.Fonte de Consulta, a revista Olhar Virtual/UFRJ. Lembro, que o artista em consideração, deu grande contribuição ao panorama das artes no Brasil.Axl von Leskoschek, faleceu em Viena, no ano de 1975. Posted by Picasa


Passei por corredores e salas da Quitanda.Entrei por uma porta e saí por outra, para conhecer novos blogs. Revisitei com prazer os meus amigos blogueiros, que estão cada vez, melhores, postando interessantes manifestações de criatividade, sensibilidade e qualidade em seus textos.Diga-se de passagem, são caracteristicas singulares em cada um deles.Terminado o tour pela net, aproveitei e estiquei o varal, para expor este texto.

Nós desatamos
Os nossos
Nós.
Desfizemos emoções
Desarrumamos a felicidade
Desmontamos
Limites impostos
Ciúmes doentios
Papéis colados
E coloridos
Elos desenhados
No tempo.

Frágeis lembranças
Esquecidas nas memórias
Páginas de nossas histórias
Escritas perdidas
Na linha do tempo.

O silêncio de sua companhia
Minha agonia.
Meu presente
Sua felicidade.
Atada
Ao dia de amanhã.
Seu futuro.

Não encontro mais
Os sonhos
Aqueles sonhos
Ficaram para trás
Ou quem sabe foram vendidos
Na padaria da esquina.
Embrulhados por
Doces lembranças.

Driblei ilusões
Passageiras
Para me manter
Vivo
Escondido
Enquanto
Respirava
Momentos de
Saudade e
Dor
Nos versos de
Minha poesia.

sábado, agosto 20, 2005

Silêncio


Nilton Bravo - Pintor - Nasceu no Rio de Janeiro, começou ajudando o pai o pintor Bravo Filho, na pintura de painéis , murais, igrejas e bares. Lembro muito da pintura deste artista, nos anos 60, quando eu era morador do bairro da Tijuca e os bares que eu conhecia, muitos levavam a sua assinatura.Um artista muito solicitado neste segmento do comércio. Sempre encontrava alguma decoração do artista nestes bares da vida.Alguns o consideram como o Michelangelo dos botequins.Importante salientar, que muita coisa foi perdida do singular trabalho deste artista, por falta de preservação dos proprietários de botequins. Nilton Bravo também participou na elaboração dos painéis no carnaval da União da Ilha, de 1991, com o enredo De Bar em Bar, Didi, Um Poeta. Uma pena, não há disponivel na web, subsídios para extrair o material sobre este artista. Posted by Picasa

Ontem, eu estava disposto a ter lições de digitação aplicada pelo meu querido neto.Confesso que fiquei frustado, a minha rotina de aprendizado foi alterada, por causa, do período de vacinação. Fomos em familia, até ao posto. Nesta caminhada, aproveitei para levantar peso, de mais de 10 kilos.Meu neto, a minha revelia, trocou o chão pelo braço. Acredito piamente que a intenção foi para o avô adquir massa muscular. Marilene, chegou a comprar um brinquedo de empurrar, para estimular nesta caminhada. De nada adiantou, preferiu os braços do avô.Alongamento, claro que fiz, alongou-se por um bom tempo em meus braços. Garoto esperto, só faltou o avô ser e pedir colo para ele. Avô e ou Avó, passa cada uma.Como estou com os braços em forma, aproveito para esticar e colocar este texto no varal.


Eu descansava entre um sonho e outro
De olhos abertos
Quando
Silenciosa
Você Chegou
Interrompendo
O meu momento
Para falar em uníssono
Sobre você.

Fingi que ouvia
Respondendo
Vagamente
Palavras sem nexo

Você continuava
Falando e andando.
Dizendo poucas e boas
Eu afinal, fingia
Que não era comigo.

Palavras afiadas
Palavras afinadas
Palavras afins.
Você continuava
Falando e andando.

Quando você parava
Eu andava e falava
Você fingia ouvir
Minhas palavras
Atadas
Agonizadas
Aladas.

Mudos
Calados
Com feridas
Cicatrizadas

Eu falava
Você falava
Eu não ouvia
Demos voltas
Em círculos
Representamos
Disfarçamos
Adiamos
Trocamos palavras

Você não me ouviu
E eu também
Não ouvi você
Falamos um para outro
Respondemos gritando
Em silêncio .

Caminhamos na direção
Oposta
Lado a lado
Para trocarmos
Palavras
Sólidas
Solitárias .

Seus olhos dizem
O que os seus
Lábios não
Falam
Não sou surdo.

E você
Grita
Mas
Fala baixo
Se não eu grito.

Meus olhos cerrados
Nada dizem
Mas os meus lábios
Falam.

Uma fase de silêncio
E o silêncio é de ouro.
Você calada
Eu sem dizer nada
Você saiu
Bateu à porta
E eu fiquei.
Acho que
Falamos mais
Do que devíamos.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Quimeras


Rubens Gerchman - Extraída da exposição Olhares Urbanos, em parceria com Claudio Tozzi, no Espaço Cultural Citigroup, na Avenida Paulista.Pintor/Gravador/Escultor - Nasceu no Rio de Janeiro, em 1942. Estudou no Liceu de Artes e Oficios no ano de 1957. No inicio dos anos 60, estuda na Escola Nacional de Belas Artes.Em 1968 é membro fundador do Museu do Imaginário Latino-Americano de Nova York.Entre 68 e 72, reside em Nova York. Na volta ao Brasil, como cenógrafo,roteirista dirige o filme Triunfo Hermético, colorido, rodado em 35 mm.Ao examinar sua biografia, encontramos intensa atividade do artista, em bienais, onde começa em São Paulo em 1965 e depois, presença constante em bienais no exterior. Wilson Coutinho, importante critico nacional, escreve em 1989: "Será praticamente impossível pensar plasticamente o Rio de Janeiro desse século, sem que uma imagem criada por Gerchman não intervenha, não crie um ponto de referência, um elo imaginário com a cidade.Desse modo ela é mais do que um evento puro das artes visuais; ela é um acontecimento da ´sociabilidade`urbana." Edita as gravuras Parangolés, de Hélio Oiticia, edita a revista Malasartes, como co-editor, junto com Waltércio Caldas (1946. Há diversas referências bibliográficas a respeito deste talentoso artista.Em matéria para o jornal O Estado de São Paulo, no ano de 2001,há uma abordagem, dos 40 anos deste grande artista, sempre em conexão com a sua realidade. Posted by Picasa

Hoje eu tinha preparado o ambiente para receber aula de digitação altamente moderna e revolucionária ministrada pelo meu neto. Um aviso de última hora, cancelou este momento singular que atravesso, ou seja, o aprendizado com a mão espalmada, seguidas vezes em cima da primeira tecla que alcança. Nota-se que é um método aleatório, mas de eficaz agrado ao meu querido mestre. Prometeu que será amanhã, após a vacinação.Meu neto e professor, segundo o pai, está fazendo novas experiências no computador.Na verdade, tem de haver um momento todo especial, é quando os pais, distraídos por alguma razão, ele lépido e fagueiro, de modo preciso, atinge o botão de ligar/desligar o computador.Cochilou, dançou.Esta lição, estou convicto que não quero aprender, longe de mim, experiências deste porte.Tenho que inverter os papéis, passarei de aluno para professor.Um curso rápido e básico, lição única. Naquele botão vovô e vovó não querem que você mexa. Resta saber, se o aluno, será rebelde. Aproveitando a folga, para deixar colado no varal, este texto.


Joguei minhas palavras ao vento
Palavras guardadas
Pronunciadas
Soletradas
Ditas e silenciosas
Escritas
Versadas
Nas entrelinhas
Do coração
Solitário .

Na esperança de encontrar
Você.
Perguntei ao tempo
Se ele teria, todo o tempo
Do mundo...
Mas
Ele não respondia
Acho que
Não lembrava mais de
Você
Pudera todo o seu
Amor estava
Guardado em
Mim.

Resolvi pegar o fio
Da memória
Costurar restos de imagens
Recortar paisagens
Congelar algumas horas
Debruçar na primeira
Ilusão
Súbita
Vestir fantasias de
Sonhos colecionados
Em segredo
Nas
Quimeras renascidas
Das cinzas do
Meu coração.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Passageiros ligeiros


Antônio Poteiro - ( Antônio Batista de Souza) "Passando a Bandeira", Óleo sobre tela. Nasceu em 1925, em Santa Cristina da Pousa, Portugal. Veio para o Brasil ainda criança, morando em São Paulo, Minas Gerais, passou um período vivendo com os índios Carajás, na Ilha do Bananal.Começou no artesanato e fazendo esculturas em cerâmica.Iniciou a arte ceramista em Minas Gerais. Em 1957, adota o apelido de Poteiro, por sugestão da folclorista Regina Lacerda. Sofreu influências de Siron Franco e foi muito incentivado pelo escritor e critico de arte, Miguel Jorge. Participou de Bienais e de exposições no exterior. O autor possui uma página na internet, vale uma visita.Fixou residência em Goiania. Lecionou cerâmica no Centro de Atividades do SESC. Considerado como artista muito importante no panorama da arte nacional, principalmente, na arte primitiva. Posted by Picasa

Ontem fui acompanhar minha querida companheira ao médico. Nesta visita foi solicitado alguns exames e a prescrição de remédios.Acabei não retornando para ficar neste espaço, não tive mais oportunidade de postar.A grande surprêsa para mim foi a deliberação de Marilene, apagar a idéia de continuar a fumar.Como por encanto, começou a diminuir drásticamente este sedimentado vício tabagista. Foi um grade passo neste sentido, e isto deveu-se ao momento em que se viu entre a cruz e a caldeira. O cardiologista também reforçou a proibição de fumar. Se manter neste ritmo e descartar esta idéia, vai ser muito bom para a sua saúde, pois eu já a identificava como uma nicodependente.Todas as iniciativas que ela promoveu para parar, foram abortadas. Eu deixei de fumar, há mais de 20 anos e nunca tive recaída.Confesso ter sido um vigilante muito chato,ficava monitarando seus cigarros, neste caso, a preocupação superou qualquer ato racional e equilibrado de minha parte.Precisou ter uma angina para sinalizar, cuidado redobrado com a saúde. Com o ar menos poluido, aproveito para colar no varal, este texto.

Ao passar por ela
Recebi um olhar
E um sorriso
Presentes Cruzados
Silenciosos
Enigmáticos
Que interromperam
O meu silêncio.
Caminho ligeiro
Seguindo o caminho
Do vento.
Nada no bolso e no coração
Meu olhar sob encanto acompanha
O movimento, o balançar
Do corpo moreno
De cabelos ondulados
Levando meus sonhos
Instantâneos
Passageiros ligeiros
Apressados
Você em uma direção
Eu em outra.
Seguimos no anonimato
Para um encontro marcado
Nas paralelas
Passarelas
Da vida.

terça-feira, agosto 16, 2005

Olhando a Vida


Tomás Santa Rosa - Nasceu em João Pessoa, na Paraíba, em 1909 e falece em Nova Déli, India, em 1956.Muda para o Rio de Janeiro em 1932, no ano seguinte funda o grupo teatral Os Comediantes.Começou trabalhando como auxiliar de Portinari.Foi cenógrafo premiado,pela Associação Brasileira dos Criticos de Arte pelos cenários das pelas: Vestido de Noiva, A Morte do Caixeiro Viajante e Senhora dos Afogados. Capista e ilustrador de livros da Editora José Olimpio. Professor da Escola Nacional de Belas Artes.Foi jornalista, critico de arte do Diário de Notícias e escritor. Na biografia elaborada pelo CPDOC/FGV, indica que ele foi diretor do Departamento de Teatro.Há diversas obras a seu respeito.Após a sua morte, houve várias exposições de sua obra. Posted by Picasa

O tempo hoje, me pareceu mais curto. Andei arrumando as coisas que insisto em deixar fora do lugar.Quando percebo, o caos, dominou o meu espaço. E as horas tinham passado e arrumação que era bom, nada. O que aconteceu, foi que, tirei de um lugar e coloquei em outro, de modo que, mudei para ficar tudo igual. Na verdade, primeiro, preciso me organizar, para então, organizar os objetos. Enquanto isto, deixo pendurado no varal, este texto.

Andava distraído
Com a menina dos meus olhos
Olhando a vida
Passando toda uma noite
Abraçado em minhas memórias
Encardidas
Tecendo os fios
Colorindo sonhos
E tingindo as sombras desenhadas
Nas paredes de meu coração.

Enquanto recortava
Imagens de seu corpo
Aproveitei e dividi o seu silêncio
Comigo.

Despido dos pudores
Sem as dores.
Dos beijos trocados
Os seios tocados
Os corpos cruzados
Afloravam os nossos desejos roucos
E adormecidos
Na cama daquele quarto.

Penso em você
Companheira de minhas
Lembranças afagadas
Costuradas e remendadas
Pelo tempo.

As velhas esperanças que ainda estão
Guardadas em meu refúgio
Eterno e silencioso
Escondo palavras
E sentimentos.

Espectros do meu penar
Refletem no espelho
De minha solidão.
Devassa

Recordações dos
Momentos em que eu
Observava a vida.
Quieto e feliz.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Papo de Segunda


Waldomiro de Deus - "A Lingua Maligna", 1981.O artista possui um página na internet. Nascido em Itagibá, no sertão da Bahia, em 1944.Um pintor extremamente criativo.Sua obra esteve presente em várias galerias no exterior. É destaque em nosso país e referência na pintura naif. Uma de suas caracteristicas pode ser considerada o tom ironico, sarcástico dos fatos cotidianos em sua tela.Alguns criticos, o identificam com a chamada arte ingênua. Um provocador com certeza, criou santos modernos, imagens de Nossa Senhora de mini-saia, Jesus gay. Nos anos 60, sua presença foi bem destacada na Paulicéia. Participou de uma entrevista no programa de Hebe Camargo na década de 60. Esteve em exposição em Paris, com a presença de Salvador Dali, Umberto Eco, a atriz Brigitte Bardot, que mostrou-se interessada pelo seu trabalho e adquiriu uma pintura, intitulada"Enterro no Ceará".O artista esteve uma vida bastante sofrida, perambulava pelo sertão baiano, o norte de Minas e posteriormente para S�o Paulo, chegou a vender seu trabalho no Viaduto do Chá.Teve sérios problemas com a organização reacionária TFP (Tradição, Familia e Propriedade), que o sequestrou, sob a orientação de um grupo de rapazes armados, para abandoná-lo despido. Andava de minissaia pela rua Augusta, no período dos hippies.Viveu no exterior, em kibutz e no convento de freiras na França. Sua primeira exposição individual foi em 1966, na FAAP. A Editora Unesp, publicou um título sobre a obra deste talentoso artista, que se chama: Os Pincéis de Deus: vida e obra do pintor naï Waldomiro de Deus, de autoria de Oscar D`Ambros. Este critico, nos ajuda a entender a arte naïf, que se define como: " a arte primitiva, tipicamente brasileira e está fortemente vinculada à arte popular nacional". Para maiores esclarecimentos, observe artigo em artcanal na web. Posted by Picasa



Ontem, eu pretendia abrir este espaço da Quitanda pela manhã, por pouco tempo, uma vez que, teria que dividir as tarefas domésticas com a minha companheira Marilene. Ela fazia umas coisas, no âmbito culinário, eu cuidava da limpeza da casa e lavava pratos e talheres para o almoço de domingo. Minha sogra que mora conosco, gosta de ir à feira e foi pra lá , comprar frutas e verduras. É um hábito antigo dela. Ao chegar da feira, retiramos as mercadorias e conversávamos. A sogra, depois, dirigiu-se ao banheiro, no entanto, Marilene, estranhou a demora e a chamou, insistentemente, mas, não gerou nenhum retorno, percebemos, que algo de estranho havia acontecido. Porta do banheiro trancada, produziu um desespero para Marilene. Como levo o sobrenome de Chaves, alguma intimidade, eu poderia ter com fechadura, foi quando surgiu a idéia de apanhar uma chave-de-fenda e foi com ela, esta pequena ferramenta, que me possibilitou abrir a porta.
Ao entrarmos, deparamos com minha sogra, sentada e com a cabeça inclinada sobre o corpo, totalmente desfalecida. Teve um sincope e não era a primeira vez. O chato que ela é muito refratária com a sua saúde . Nisto, toca à campainha, era o meu filho, o neto e a nora.
Vieram para o almoço e o neto veio para os ensinamentos de modernas técnicas de digitação acelerada nos teclados. Trouxeram um velocípede para que andasse na Avenida Atlântica, creio que com a minha participação e da Vó Marilene . Bom, a parte doméstica estava sob controle, à sogra com chá e um remédio, recuperou-se.
Eis que, em poucos minutos após a chegada do filho e a melhora da sogra; Marilene começa a sentir fortes dores no peito. Pronto! O dia dos pais estava começando, tivemos que levá-la para a emergência . Foi diagnosticado como angina e ficou por mais de 6 horas em observação. Apenas à noite, foi quando recebeu alta, viemos para casa... Eu fiquei a maioria das vezes com o neto no colo, de um lado para o outro. Um dia complicado, com certeza. Ontem não houve aulas com o meu neto, mas apenas a lição que ficou para todos, que com saúde não se brinca. Muito mais, quando não se apaga um cigarro. Marilene, hoje, tentará marcar uma consulta com o cardiologista. Há um detalhe importante nesta situação, minha companheira, é uma fumante contumaz.Ela parece dizer sempre a expressão do escritor Mark Twain: “Deixar o tabaco é a coisa mais fácil do mundo. Eu até já o fiz mais de cem vezes”.
Agradeço muito sensibilizado aos amigos que postaram mensagens pelo dia dos pais, assim, aos que enviaram mensagens por e-mail, o meu Muito Obrigado, valeu!

sexta-feira, agosto 12, 2005

Nas Claras Manhãs


Humberto Espíndola - Pintor e Desenhista. Nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 04/04/1943.No inicio dos anos 60, vai para o Paraná, estudar jornalismo, graduando-se na PUC. É casado com a critica de arte Aline Figueiredo. Cria a Associação Mato-Grossense de Arte. em 1967.Elegeu como temática a cultura do boi (bovinocultura), conforme texto critico elaborado por sua mulher na página do Itaú Cultural.Na Casa Andrade Muricy, na internet, pode ser observado uma retrospectiva da fase Bovinocultura, um dos aspectos da produção artistica, que abrange o período de 1967/1999. Sua primeira exposição, acontece na Exposição de Pintura dos Artistas de Mato-Grossenses, em Campo Grande. Autor muito premiado com participação em Bienais internacionais.Convém salientar a importância do artista no panorama das artes no Brasil.Acho muito importante esta fase do artista em que se assinala sua criatividade no tratamento do ciclo existencial do boi.Pode ser considerado como o primeiro artista a projetar o Brasil Central. Um artigo para o Diário de Noticias, o critico Frederico Morais, comenta esta fase do artista, como "uma reflexão em torno de uma realidade concreta: o boi". Participa de várias exposições em nosso país. O casal mantém elementos importantes da cultura regional. Achei muito legal a exploração da arte neste universo da cultura do boi. Posted by Picasa

Sexta-feira, parece ser hoje, o dia em que o presidente Lula, fará um pronunciamento ao País. Até o momento em que escrevo, não ouvi nenhuma manifestação do mandatário estabelecendo o horário de tão aguardado pronunciamento. Lula perdeu a grande oportunidade de sair-se melhor desta situação. Deixou muito a desejar, não conseguiu se desvincilhar do grupelho que manipulou a nação por este tempo.Ouço Lula pelo rádio. Tenho impressão de ser um blá-blá-blá. Fui durante muito tempo um eleitor do PT e trabalhei em algumas candidaturas, sempre com um perfil de esquerda. O PT com certeza foi quem mudou. Fico triste por um governo de esquerda, se utilizar dos mesmo meios que outros partidos se utilizaram até hoje das regras mais sórdidas de se manterem no poder.Xô, corrupção! Deixo pendurado no varal este texto.

Nas claras manhãs de agosto
Suas imagens passeavam em
Meu pensamento desbotado
Em direção ao meu coração.
Turbinado
Regendo meus órgãos
Coloria meus sonhos
Encobria meu corpo
Deslizava por artérias,
Placas
Becos e
Esquinas.

Silenciosa
Atravessava
Lépida, paisagens inóspitas
Componentes doloridos do meu ser.

Meu divertimento era apenas,.
Quando esquecia,
Por momentos
Em que a felicidade
Vinha acompanhada por você.

O sol lá fora
Brilhava como se fosse a lua
Em meu peito.
Não era dia,
Era noite.
Escutava apenas as batidas
Sem compasso de espera
Do meu coração
Que ainda pulsava
Solenemente.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Autores e Neto


Jairo Arcoverde - "Paisagem", Acrílica s/ Tela, 2001. Artista Plástico e Ceramista - Jairo Jordão Arcoverde, nasceu em Canhotinho, Pernambuco, no dia 29/03/1940. Residente em Olinda.Participa de diversas exposições em seu estado.Considero também como um nome muito importante no panorama das artes pernambucanas.Tela em exposição no salu.cezar.org.br. Na revista Época, edição nº 183, em reportagem com o artista plástico pernambucano, ele se declara como usuário de maconha, junto com o seu genro, o cantor pernambucano Otto. Posted by Picasa

Uma pena que o Caderno Verso e Prosa, do Jornal O Globo, tenha dispensado, alegando motivos financeiros, dois grandes escritores-colunistas, que por muitos anos abrilhantaram com seus comentários o panorama da literatura brasileira. Um deles, eu conheci pessoalmente, que é o ensaísta mineiro, escritor, poeta, professor Affonso Romano de Sant`Anna, importante nome na produção literária do nosso país.Este também, é um dos autores, que cumprimentam ao passar por você. Sua esposa, a escritora Marina Colassanti, também, é muito simpática, mas era com o mestre que eu sempre encontrava. O outro escritor afastado, foi o crítico literário curitibano Wilson Martins.Importante matéria, abordando o assunto pode ser lido no último Observatório da Imprensa, conduzido por Alberto Dines. Affonso escrevia no Globo, há mais de 17 anos e o critico Wilson Martins, por mais de 10 anos.Na matéria seguinte no mesmo OI, somos informados que os dois criticos, receberam convites do Jornal do Brasil. O mesmo jornal em que os dois colaboraram tempos atrás.
No dia de ontem, 10 de agosto e no ano de 1995, morria um dos maiores cientistas sociais de nosso país.Eu particularmente admirava muito a obra deste singular pensador.Quando estudante eu possuía diversos títulos em livros e artigos de revista. Um homem que teve uma trajetória academica e parlamentar, com atuação partidária pelo PT. Há neste OI, uma matéria que trata do sociólogo Florestan Fernandes, por Marcos Marques de Oliveira, jornalista e cientista social, com livro editado pela Autores Associados, uma editora de Campinas. Esta editora teve uma passagem pela Cortez & Morais, que encerrou as atividades, após a separação dos sócios; onde cada um, formou a sua editora.E o conselho editorial da antiga editora, criou uma nova casa publicadora, com o nome Editora Autores Associados, fazendo uma parceria por algum tempo com a Cortez.Um dos nomes deste conselho, é: Dermeval Saviani, Walter E Garcia e outros educadores, que prestam uma homenagem a um dos membros do conselho, o professor Casemiro dos Reis Filho. Hoje, registro minha homenagem ao meu filho Raoni, por ser o dia do Advogado, o garotão, pai do meu querido principe e professor que emprega recursos dos mais sofisticados e atuais em assuntos de digitação; segundo fui informado, terei aula extraordinária no domingo.Tenho que me preparar para quando o rapaz chegar.
É muito interessante, a relação que foi estabelecida com o meu neto. Como um ser pequenino, interagiu comigo, de modo singular. Criou-se vínculos que não sei explicar, se percebe que há uma manifestação de querer ficar com o avô, de procurar o avô. Acho isto muito legal ter acontecido, foi comigo e não com outra pessoa, com a avó ou qualquer outro parente, não foi criada esta empatia. Chega a chorar ao se despedir, ao ser transferido de meu colo para o da mãe ou do pai. Quando esta relação surge, quando alguém fala é mais fácil, tentar compreender esta interação, e quando não fala, como é o caso do neto. Não sei se a barba, exerce algum fascinio nele, ou as brincadeiras que crio, o deixam envolvido. Gosta de imitar o que eu faço, se eu bato em alguma coisa, ele, tende a repetir e complementar com um sorriso de felicidade pelo intento alcançado.Muito maroto, não para quieto um instante. Sempre encontra algo para tocar e descobrir. Acho natural, o mundo está sendo apresentado a ele, da maneira que ele entende, claro, que há perigos e a vigilância tem de ser redobrada. Todo cuidado é pouco. O olhar para o neto, penso ser diferente, para com o filho. Neto, é outro papo.As interdições são em menor escala.
Tenho uma certeza, que foi com o nascimento de meu neto, que me deu uma enorme motivação para voltar a escrever e criar este blog. Foi o gatilho que desencadeou alterações que se manifestam agora. Também ampliou a minha capacidade de amar o futuro personificado na sua presença hoje em nossas vidas. Marilene também é responsável por esta motivação, criando estimulos que favoreceram o meu retorno diante desta minha nova realidade.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Felicidade


Gustavo Rosa - "O Pescador" - Acrílico sobre Tela, 1997.Artista muito interessante, sua obra registra uma arte repleta de figurativismo e representações do cotidiano. O autor mantém uma página na internet, vale a pena, uma consulta neste belo acêrvo.Artista gráfico, Gustavo Machado Rosa, paulistano, nascido em 1946.Foi publicitário até 1967, quando abandonou a profissão para se dedicar a pintura.Participa de várias exposições internacionais.Participa de exposições no Rio de Janeiro e São Paulo. Posted by Picasa

Na data de hoje e no ano de 1912, nasceu em Itabuna, no distrito de Ferradas no sul do estado da Bahia, em uma fazenda de cacau, o escritor Jorge Amado, considerado um dos maiores autores do século passado. O de maior alcance internacional e com traduções para diversos países, cerca de 46.Um autor também muito popular.Há uma interessante página da Fundação Casa de Jorge Amado, na internet. No dia 06 de agosto de 2001, falecia em Salvador, sendo cremado e suas cinzas foram enterradas no jardim de sua residência, no dia em que completaria 89 anos.Sua primeira obra foi o País do Carnaval, publicado em 1931 por Schimidt Editor, no Rio de Janeiro. Já destaquei em um post anterior o surgimento da Editorial Vitória, e a participação de Jorge Amado. Quem cuidou da parte empresarial da editora foi o historiador comunista Leôncio Basbaum, que tem livros editados pela paulistana Alfa-Ômega, de Fernando Mangarielo. Fui divulgador editorial desta editora nos anos 80 no segmento universitário. Deixo hoje no varal, para secar ao vento...

Meus sonhos davam cambalhotas
Ao encontrar com a felicidade
Foi um encontro rápido
Enquanto a ilusão não chegava.
De malas prontas para seguir
Viagem
Partiu sem se despedir
Com o sorriso nos olhos
Com o colorido nos lábios
E lágrimas impressas na face
Moldava o momento
Em que a felicidade apareceu
E
Desapareceu silenciosa
Aos prantos
Para não mais voltar.

terça-feira, agosto 09, 2005

Os Passos


Flávio Schoelles - "Familia" - in Casa das Artes. - Artista Plástico, nasceu em 1950, na cidade de Morro Reuter, Rio Grande do Sul, descendente de emigrantes alemãs. Licenciado em Artes Plásticas pela PUC/Campinas e na UFRGS no inicio da década de 70. Em 1977, na cidade de Novo Hamburgo, funda e idealiza o Movimento de Arte Casa Velha, com proposta de radicar o artista em sua terra. Cria o monumento ao Sapateiro em Novo Hamburgo. Participa de várias exposições no sul do país, bem como, na Alemanha.Participa do movimente liderado por Scliar em 1988, na Galeria André. Publica livros, entre eles: O Apito Misterioso, em parceria com Tânia M. Baccin, pela editora Sinodal, Seu nome é uma referência para se compreender a história das artes plásticas no Rio Grande do Sul. A obra do artista tem como norte, as palavras de Tolstói: "Queres ser universal, fala de tua aldeia".Sua arte tem aplicações do Cubismo e alguns aspectos do Expressionismo. Posted by Picasa

Sábado foi o dia de pegar alguns dvds para assistir.Pegamos 4 títulos, divididos em 2 para assistir no domingo, que foram: Amores Parisienses, de Alain Resnais, um musical francês, que achei muito chato. A seguir, assisti Desde que Otar partiu, sob a direção de Julie Bertuccelli. Um bonito filme que aborda a questão familiar na Georgia pós-soviética e tendo uma protagonista, uma atriz que iniciou a carreira aos 85 anos. O ponto de partida do filme, é saída de um jovem médico de sua cidade para trabalhar em Paris.Filme que foi selecionado para ser exibido na Mostra BR de Cinema de São Paulo, mas não compareceu.O filme é produzido em 2003. Os filmes de segunda-feira, foram: Casa de Areia e Névoa, dirigido por Vadim Perelman, recebeu 3 indicações para o Oscar. Com os atores Jennifer Connelly e Ben Kingsley. Filme baseado no livro homônimo de André Dubus III. Destaco a atuação da atriz iraniana Shohreh Aghdashloo.Gostei deste filme.Também pode ser classificado como suspense, embora, sua indicação de gênero, seja: drama. O último filme era: Má Educação, de Pedro Almodóvar, com Gael Garcia Bernal, Fele Martinez, Leonor Watling (Fale com Ela) e outros atores. Lançado na Espanha em 2004.Um filme que recebeu diversas indicações em vários festivais.Um filme como a maioria dos dirigidos por Almodóvar, a temática gay e religiosa, são bem tratados pelo diretor. Há cenas de felação, coito anal e pedofilia.Acho que vale a pena assistir.
Ontem ao visitar à Feira do Livro na Praça Serzedelo Correia, encontrei em uma barraca de saldo, o Livro Aberto, de Fernando Sabino, por 10 reais. Um calhamaço de 656 páginas, editado pela Record, no ano de 2001.Parece ser o seu último livro, que trata-se de uma coletânea de crônicas que cobre um período de 1939 e 1999. Sabino também foi editor, criou junto com Rubem Braga e Walter Acosta, a editora do Autor. Anos mais tarde, rompe com a editora do Autor e cria com Rubem Braga, a editora Sabiá. Conheci o autor, uma pessoa muito agradável, simpático, educado. Não era destes autores que fingem que não vê. Passa por você na rua ou outro espaço e cumprimenta. Conheci muito autores, tem um, que é muito badalado, imagino tímido; possui uma coluna dominical em um jornal de grande circulação, que não cumprimentava ninguém, circulava pela livraria para saber se o livro dele estava exposto. Entrava calado e saía mudo.Tinha impressão que ele estava sempre alcoolizado. Passei hoje, para deixar pendurado no varal.


Os passos dados, foram em sua direção.
Atrapalhado.
Escorreguei na emoção de meus sentimentos
E nas lembranças do meu presente
Mais do que ausente,
Pois, tinha partido levando os meus sonhos
Alados
Conturbados.

Albergados nas ilusões
Surgidas e espremidas
Nas horas de sonos noctívagos.
Aproveitei
Fitei os seus olhos
Segurei suas mãos
Abracei você.

Meu corpo de encontro ao seu
Falava apenas a língua do desejo
Travesso
Nossos lábios trocaram de
Posição...

sábado, agosto 06, 2005

Palavras Silenciosas


Ana Goldberger - "Harsch Realities", Acrílico s/ tela - Ana Maria Goldberg Coelho, nasceu em São Paulo, em 1947. Artista Plástica, Desenhista e Gravadora. Trabalhou como editora e tradutora.Ilustradora de uma série de capas para editoras brasileiras.Produziu trabalhos de tradução para a Editora Perspectiva. Aprendeu desenho com a artista húngara Yolanda Mohayl, cursou cinema na ECA/USP. Faz tapeçaria e xilogravura como autodidata. Desde de 1989, dedica-se exclusivamente à pintura. Participa de inúmeras exposições individuais e coletivas. Faz também tapeçaria. Atua na exposição Cenário para uma cidade, onde apresenta uma cartografia subjetiva de São Paulo,como sendo um mosaico de peças isoladas. Afirma em uma de suas declarações que "A vida em São Paulo é aos pedaços, que é preciso reivindicá-los a todo momento, portanto, eu resolvi acrescentar mais pedaços". Encontrei um cartaz desta exposição São Paulo: Cidade das Mulheres, realizada em maio de 2004, com a participação de Ana Goldeberg e Astrid Salles, no Núcleo Brasileiro da Arte do Esmalte. Na comemoração dos 450 anos de São Paulo Posted by Picasa

Ontem, estava programado minhas aulas de digitação moderna e revolucionária que o meu neto pretendia transmitir para o avô.O querido mestre, achou melhor subverter este processo de aprendizagem, preferindo abusar das brincadeiras com os brinquedos disponiveis na sala.Reconheço, que ele ontem, veio para dar aula, um pouco sonolento, dispersivo, diria eu.Preferiu sem nenhuma cerimônia, optar por brincar e dançar.Houve um lance em que achou melhor, se posicionar protestando em não querer comer, nada que lhe fosse oferecido.Achava muito divertido, um sabonete escorregar na pia e ele não conseguir pegar,pois, escapava de sua pequena mão. Dava gargalhadas com o ocorrido. Chama sua atenção qualquer batucada em qualquer objeto. Gosta do som, acha muito engraçado e tenta repetir. Ontem, definitivamente, não era dia de aula, mas que houveram lições que com certeza, aprendemos muito. Dizem alguns estudiosos, que é na hora do recreio que mais se aprende...Fico aguardando às próximas aulas, qualquer erro de digitação, peço antecipadamente, minhas desculpas.

Na sala de pouca luz
O silencio de nossa
Conversa
Prosseguia
Ouvíamos o barulho
Surdo e insistente
De vozes e gestos
Estagnados
Decorados
Você de um lado
Eu do outro.
Distantes e Próximos
Perto e Longe.
Não ouvia o que você
Me dizia.
Você ouvia o que não
Falava
Disse tudo em nada
Dissemos nada em tudo
Você nada dizia
Eu calado sabia
Um grito mudo
Interrompeu nossa conversa
Assustados, ficamos em silencio
Alguém poderia estar escutando
O que não sabíamos dizer.
Calados, nada dizíamos
Um para o outro.
O barulho do silencio.
Mudo minha posição
Fico diante de mim
De frente para você
Você troca o silencio
Pela mudez
Queria falar em silencio
Com você
Mas você interrompe calada
Com palavras escritas
Em uma folha em branco.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Pescando ilusões.


Reinaldo Guarany - "Vênus de Chernobyl", Acrilica liquida, colagem, pintura sobre colagem, em eucatex - Exposta na Chave Mestra - Associação dos Artistas Visuais de Santa Teresa. Pesquisando alguns artistas, para colocar nesta galeria, encontrei um, que conhecia na minha época de livreiro da Quarup. Ele na ocasião era cunhado de meu sócio Jaime Cardoso. Fui apresentado como escritor e tradutor.Iniciou seus estudos na Escola de Arte de Icaraí, em Niterói.Não recordo se ele acompanhou Jaime no exilio, que teve passagem no Chile e na Suécia, mas acredito que sim. Ele também esteve exilado. Sei que Reynaldo está sempre em plena efervescência.Conheci em sua fase de escritor, de volta ao Brasil, lá pelos anos 80, em Ipanema; tinha lançado um livro pela Brasiliense, na coleção Cantadas Literárias, vol 18, A Fuga, em 1984 que aborda as memórias escritas de sua experiência como militante da ALN, O autor mantém um fotoblog da UOL, seria interessante para quem desejasse conhecer melhor este talentoso artista, fazer uma visita. Pode ser encontrada uma entrevista na internet, de Denise Rollemberg, para um projeto de história oral e militância politica. Posted by Picasa

Hoje, recebo meu mestre para assuntos de digitação revolucionária, aquele mesmo, que acha mais eficiente espalmar seguidas vezes o teclado. A lição parece que terei dificuldades em aprender e passar adiante. Já preparei o repertório, para que, ao iniciar as aulas entre logo no ritmo da festa. O detalhe do mestre, quando coloco o som ligado, ele olha para mim e para o som e começa a dançar, inicia com um sorriso e as mãos, quando não teclado, ficam batendo palmas. O corpo em movimento.Espero que meu neto seja mais eclético no gosto musical, uma vez que o pai, por algo que não sei bem explicar, escolheu como trilha sonora de sua vida, as músicas metaleiras.Entendo os jovens, mas se fechar em um único som, parece ser de um empobrecimento muito grande. Fui bem diferente de meu filho, passei por várias fases musicais, cheguei a ficar convencido de saber tocar guitarra e formar um conjunto. A Tijuca agradece! Caí na real, em pouco tempo, desisti. Mas o ouvido, continua sempre plural.É papo para um outro post.Vou deixar no varal o mais recente escrito.

Em um mar de aventuras
Jogava minha rede
Para pescar ilusões e
Viajar em sonhos ondulados.

Mergulhar em um mundo
Que no fundo
Do meu coração,
Acabo sempre náufrago de minhas
Esperanças
E certezas
Incertas.

Que o destino
Em desatino
Recortava
De meu tempo,
Os momentos
Em que o sorriso,
Liame de minha felicidade
Existente, Consistente,
Sempre em despedidas.
Acena
Apenas para
Dizer adeus.

Nado em volta de mim
Em busca de socorro
Corro
Atrás de um ser
Que não sou,
Ou, será que sou?

Finjo ser poeta
Quebro os versos
Remendo estrofes
Colo minhas emoções
Misturo palavras
Apago acentos
Rimo canto ao pranto.

Olho para dentro de mim
Ainda vejo você
Grudada no papel de
Musa.

Acalanto meus desejos
Em seus seios despidos
Navego no mundo
Onirico
Sempre em busca de você.

Você está dentro de mim
Lembro.
Mas, esqueço!
Continuo atrás de você
Sigo as pistas
Mas não adianta,
Continuo náufrago
Nas ondas de minha solidão.

Mergulhei em um mundo
Bem fundo
Um oceano de dores
Silenciosas.

Reparei que a
Nau
Desaparecia
Rebocando
Meus momentos
De felicidade.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Mulher Amada


Heitor dos Prazeres - Nasceu no Rio de Janeiro, em 23 de setembro de 1898 e faleceu no Rio de Janeiro, em 04 de outubro de 1966. Pintor, Compositor e Poeta .Importante figura na fase inicial do samba. Desde menino andava pela zona do Mangue e na Praça XI. Filho de pai marceneiro e que tocava na Banda de Policia Militar. Heitor desde garoto que começou a trabalhar como lustrador de móveis.Foi preso por vadiagem ao 13 anos, cumprindo pena na Ilha Grande. Freqüentava as rodas de samba e de macumba de Tia Ciata e onde ouvia choros e sambas..Estudou até a quarta série do primário. Chegou a ser expulso dos vários colégios onde estudou, como: Benjamim Constant e colégios de padres.Trabalhou como funcionário público federal. Um dos fundadores da Escola de Samba Vai como Pode, que mais tarde se transformou em Portela. Também da Deixa Falar, em 1928, mais tarde Mangueira .Suas primeiras composições datam de 1912.
Desenvolveu uma rixa com Sinhô por causa da autoria de algumas músicas, ele alegava que o compositor teria se apropriado indevidamente de “Gosto que me enrosco”, cantada por Mário Reis.
Um dos grandes sucessos de Heitor, aconteceu em uma parceria com Noel Rosa, foi Pierrô Apaixonado, em 1936, com arranjo de Pixinguinha. Parte da trilha sonora do filme “Alô, Alô Carnaval. Respondeu com algumas letras, de modo irônico o conflito com Sinhô, como o Rei dos Meus Sambas. Mais tarde foi reconhecida a sua autoria na música. Em uma destas músicas destacava a seguinte frase: “Samba é como passarinho: é de quem pegar”. Andaram fazendo provocações entre si..Começou a pintar em 1937, usando os temas : malandros; mulatas e carnaval. Participou da Primeira Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, ganhando um prêmio em que , dentre os jurados, estavam, o critico de arte Herbert Read. Participou de outras bienais, além das mostras coletivas realizadas em várias cidades do mundo. Heitor dos Prazeres, teve 5 filhos e dois casamentos. Em 1966, ano de seu falecimento, tinha sido selecionado, para representar o Brasil, no Festival de Arte Negra em Dacar. Neste mesmo ano, o cineasta Antônio Carlos Fontoura, produz um curta em sua homenagem, rodado na casa em que morou, nas imediações da Praça XI. Sua primeira exposição individual foi realizada em 1959 na Galeria Gea.Houveram varias exposições póstumas e sendo a mais recente, realizada em 2005, no Espaço Cultural BM&F, em 2005.
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Uma bela manhã, temperatura que me agrada em muito. Não gosto muito do calor escaldante e na primeira oportunidade, procuro logo uma sombra e de preferência com água fresca. Abro janelas e portas, para que o ar entre e seja bem-vindo. Aproveito e estico o varal e coloco meu último texto para ficar em exposição. Na galeria, a exposição permanente é do artista nacional, espaço garantido nos salões da Quitanda.

A mulher amada
Desatada de meus sonhos
Foi perdida no tempo e
Encontrada adormecida
Em meu coração
Sonhador .

Amava e caminhava
Na selva de meus delírios
Salientes. Esquivados em
Dançantes festins que
Meu corpo libidinoso
Vestido de pálidas lembranças

Encenava sempre
Após os momentos
De prazeres
Plenos.
A cena
Dos beijos, dos leves e rápidos toques
Em seu púbis angelical
Gemidos abafados
Peles arrepiadas
No emaranhado de lençóis
Remendados

Camuflando nossos desejos
Acesos.
O tempo não mudou o amor,
Que sempre,
De qualquer maneira vale a pena.

Nos abundantes movimentos
De sua bunda,
A felicidade ficou ali
Para sempre.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Estrada


Umberto França - Pintor, Nasceu na cidade de Sabará, em Minas Gerais, no ano de 1950.Graduado em Belas Artes em Amsterdã, pela Rietveld Academie e Pós- Graduado em Pedagogia da Arte pela mesma instituição no ano de 1976.Pintor muito criativo. Seu trabalho, é uma referência na obra de Walmyr Ayala, como o Dicionário de Arte Brasileira. Um artista bem atuante em exposições individuais e mostra coletiva.Sua obra, localizei, no Niterói Artes.Também no Jornal Rio Arte Cultura.Para maior esclarecimento deste importante autor, há uma página de sua autoria na internet. Vale a pena conferir! Posted by Picasa

Entrei por uma porta e saí por outra. Coloquei o varal em seu devido lugar, dei uma soprada na poeira do tempo e tratei de imediato colocar algo para ser exposto neste espaço.

Caminhava a margem da vida
Levando o meu coração na bagagem
Carregada de ilusão e revestidos
De sonhos adocicados
Caramelizados
Cristalizados
No tempo.

Olhei para o céu
Vi apenas estrelas
Que brilhavam

No firmamento distante
A lua nua
Desapareceu .
Junto a uma nuvem de pensamentos.

Árvores me cumprimentavam
Ao som dos pardais.
Abrigavam as sombras
Que me assombram
No silêncio da noite.

Segui os passo de minha vontade
Para encontrar com os batimentos
Cardíacos
Acelerados quando pensava em
Você

Onde a paixão lembrava de
Existir, apenas
Naquele momento.
De caminhadas
De encontro com
A vida.

Perdido no labirinto do tempo
Peguei a estrada do passado
Para descobrir o atalho
Para o futuro.
Só então, me dei conta,
Que este era também o caminho
De volta
Para o passado.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Silenciosa Música


Aluisio Carvão - "Sem Título", guache, 1980.Nasceu em Belém do Pará, em 1920 e morre em Poços de Caldas em 2001. Foi pintor, escultor, ilustrador, professor.. Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1949. Foi aluno de Ivan Serpa (1923/1973), em 1952 Integrou o Grupo Frente entre os anos 54 e 56. Vincula-se ao Grupo Neoconcreto em 60/61.Participou da Exposição de Arte Nacional Concreta em São Paulo e Rio de Janeiro. Parte rumo à Alemanha, como aluno visitante da Hoschsule für Gestaltung , através de uma bolsa concedida pelo prêmio recebido do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro.Em 1960, participa da Koncrete Kunst em Munique. Em 1963, torna-se professor do MAM/RJ. Leciona também na EAV/Parque Lage. Participa de várias bienais. Faz capas de livros para a Editora Civilização Brasileira., Edições Bloch, para o caderno de Jornalismo do Jornal do Brasil. Há um enorme painel feito por Carvão, em 1996, na via de entrada do túnel Lagoa-Barra, na ocasião , o prefeito era César Maia e a secretária de cultura Helena Severo. Participa do projeto do mural do metrô do Largo do Machado.Em 2000, ganha o Prêmio Universidade Estácio de Sá – UniversidArte VIII Posted by Picasa


Este amigo quitandeiro está de volta, após breve aprendizado com o neto sobre o modo rápido, seguro e muito avançado na arte de digitar.Mesmo considerando as boas intenção de meu mestre, garanto ainda, não ter conseguido grandes avanços, prefiro no momento, seguir o modo tradicional de digitar; o dele, que está na aplicação, de espalmar a mão sobre o teclado, seguidas vezes, de nada adiantou para mim, de modo que, prefiro adiar para um futuro, bem distante, as aplicações que ele bem intencionado, ensinou.Tenho observado o comportamento de meu neto, engraçado, como a música interfere e provoca reações no corpo, através do balançar e das mãos. O que leva ele, ao escutar o som e tentar corresponder com o movimento do corpo, sinais expressos de manifestações de contentamento e de sintonia com o som, aparecem prelinarmente neste contexto.Aos poucos, penso, ele vai fazendo uma leitura do mundo precedida ao da escrita... Pregando no varal e deixando ao sabor do vento.

Tenho ouvido a silenciosa
Música de minha solidão
Nos acordes de
Gritos ensurdecedores
Compostos
De minhas dores
E dos amores
Danço e rodopio
Pelos passos dados
Nos salões de meu coração.
Ornamentados pelas imagens
Recortadas naqueles momentos
De ilusão.
Sentado de braços dados com a vida
Formei meu par
Eterno