segunda-feira, agosto 29, 2005
Garota de Copacabana
Vicente do Rego Monteiro - "Deposição", 1924. Pintor pernambucano de Recife, nascido no ano de 1899, no dia 19 de dezembro.A familia tinha vínculos com a pintura, através de sua irmã Fedora que foi aluna de Eliseu Visconti. Sua familia viaja para Paris, que em pouco tempo, Vicente conhece e se relaciona com o meio artistico francês, como: Miró, Braque, Modigliani, Lérger e outros artistas e intelectuais. Sua estréia foi na França no ano de 1915, em exposição no Salon des Indépendants. Artista esteve envolvido na Semana de Arte Moderna de 1922, ao lado de Anita Malfatti, Goeldi, Di Cavalcanti, entre outros.Achei muito interessante a compreensão de vida e obra, proferida pelo artista e exposto na Fundação Joaquim Nabuco: "A vida é tudo o que eu tenho. A vida e somente a vida. É sobre ela que estou construindo minha obra."Venceu vários concursos de dança de salão. Há registro que ele ia dirigindo o seu Gordini, no final dos anos 60, por diversas vezes, em viagem do Rio de Janeiro ao Recife.Vicente, foi editor, automobilista, dançarino e fabricante de aguardente em Pernambuco, a famosa Gravatá, citada em livro de João Cabral de Melo Neto.Na Renovação, revista criada por ele, lança o poeta João Cabral de Melo Neto.Filma vários curtas no interior de Pernambuco.Em 46, cria em Paris a editora La Presse à Brás.Recebeu prêmios como poeta. Criou o Salão de Poesia, em 1952 e o Primeiro Congresso Internacional de Poesias, em Paris. Morre em Recife, no dia 5 de junho, de ataque cardíaco.Uma pintura marcada por sensualidade. A obra do artista nos remete a um clima místico e metafiscico. A temática religiosa, está presente em sua obra.Expõe em museus do nosso país e no estrangeiro.
Meu tempo neste final de semana, ficou bem reduzido. Tive aulas de digitação com o meu neto.Ramom, não pode me ver sentado diante do computador, que cisma sentar em meu colo para ministrar as revolucionárias técnicas de digitação com a mão espalmada. Dizem que cada um com a sua mania.Não gosto muito de contrariar o meu neto, confesso, que ainda gosto de manter o jeito tradicional de digitar.Para minha surpresa o tempo de aula, foi curto, repentinamente, desceu de meu colo, para ficar entretido com uma bola colorida.Não ando com o esqueleto azeitado, de modo que, acabo fazendo um contorcionismo "condor", estou realmente fora de forma, para ser o seu parceiro nestas atividades. Não houve jeito, aí prá lá, uí prá cá, mesmo assim, entrei em campo.Mais tarde, o filho fica fazendo trabalhos que trouxe do escritório.Este teclado vive em um ambiente democrático e pluralista. No sábado e domingo, Marilene utilizou para fins de trabalho da escola.Apenas hoje, que ficou liberado para o meu uso.Aproveitei antes que alguém apareça, para pendurar no varal, este texto.
A Garota de Copacabana
Dorme ao relento
Cobrindo-se de vento
Ao lado de seu rebento.
Sobrevive da rua
Quase nua.
Arruma trocados
Para o seu sustento.
Rouba sonhos
Vende momentos
Disfarçados em felicidade
Caidas, esquecidas no anonimato
Encontrada nos bares
Nas esquinas, nos carros
No primeiro freguês.
Distraída na cola
Cheirada como alimento
Do corpo e da alma
Gruda sonhos
De uma vida melhor
Projeta
Seu futuro escuro.
Abandonou a infância
Em troca da dura
Realidade da vida
Fingida
Fugida
Vida bandida, atrevida
Excluída
Detida
Bem ali na avenida.
Torna-se estrela de
Brilho fácil e
Passageiro
Nas passarelas
Desfila em um corpo
Com os trejeitos
Marcados pelo tempo
Tecidos por sinais de cansaço.
Olhando para a Garota de Copacabana
Descobre traços de uma beleza fingida
Desenhadas pelo colorido da noite.
Maquiagens enfeitadas
Adornadas
Nas imaginadas batalhas
Diárias
Para sobreviver no dia seguinte
Como garota de programa
Nas noites de Copacabana.
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