sexta-feira, agosto 05, 2005

Pescando ilusões.


Reinaldo Guarany - "Vênus de Chernobyl", Acrilica liquida, colagem, pintura sobre colagem, em eucatex - Exposta na Chave Mestra - Associação dos Artistas Visuais de Santa Teresa. Pesquisando alguns artistas, para colocar nesta galeria, encontrei um, que conhecia na minha época de livreiro da Quarup. Ele na ocasião era cunhado de meu sócio Jaime Cardoso. Fui apresentado como escritor e tradutor.Iniciou seus estudos na Escola de Arte de Icaraí, em Niterói.Não recordo se ele acompanhou Jaime no exilio, que teve passagem no Chile e na Suécia, mas acredito que sim. Ele também esteve exilado. Sei que Reynaldo está sempre em plena efervescência.Conheci em sua fase de escritor, de volta ao Brasil, lá pelos anos 80, em Ipanema; tinha lançado um livro pela Brasiliense, na coleção Cantadas Literárias, vol 18, A Fuga, em 1984 que aborda as memórias escritas de sua experiência como militante da ALN, O autor mantém um fotoblog da UOL, seria interessante para quem desejasse conhecer melhor este talentoso artista, fazer uma visita. Pode ser encontrada uma entrevista na internet, de Denise Rollemberg, para um projeto de história oral e militância politica. Posted by Picasa

Hoje, recebo meu mestre para assuntos de digitação revolucionária, aquele mesmo, que acha mais eficiente espalmar seguidas vezes o teclado. A lição parece que terei dificuldades em aprender e passar adiante. Já preparei o repertório, para que, ao iniciar as aulas entre logo no ritmo da festa. O detalhe do mestre, quando coloco o som ligado, ele olha para mim e para o som e começa a dançar, inicia com um sorriso e as mãos, quando não teclado, ficam batendo palmas. O corpo em movimento.Espero que meu neto seja mais eclético no gosto musical, uma vez que o pai, por algo que não sei bem explicar, escolheu como trilha sonora de sua vida, as músicas metaleiras.Entendo os jovens, mas se fechar em um único som, parece ser de um empobrecimento muito grande. Fui bem diferente de meu filho, passei por várias fases musicais, cheguei a ficar convencido de saber tocar guitarra e formar um conjunto. A Tijuca agradece! Caí na real, em pouco tempo, desisti. Mas o ouvido, continua sempre plural.É papo para um outro post.Vou deixar no varal o mais recente escrito.

Em um mar de aventuras
Jogava minha rede
Para pescar ilusões e
Viajar em sonhos ondulados.

Mergulhar em um mundo
Que no fundo
Do meu coração,
Acabo sempre náufrago de minhas
Esperanças
E certezas
Incertas.

Que o destino
Em desatino
Recortava
De meu tempo,
Os momentos
Em que o sorriso,
Liame de minha felicidade
Existente, Consistente,
Sempre em despedidas.
Acena
Apenas para
Dizer adeus.

Nado em volta de mim
Em busca de socorro
Corro
Atrás de um ser
Que não sou,
Ou, será que sou?

Finjo ser poeta
Quebro os versos
Remendo estrofes
Colo minhas emoções
Misturo palavras
Apago acentos
Rimo canto ao pranto.

Olho para dentro de mim
Ainda vejo você
Grudada no papel de
Musa.

Acalanto meus desejos
Em seus seios despidos
Navego no mundo
Onirico
Sempre em busca de você.

Você está dentro de mim
Lembro.
Mas, esqueço!
Continuo atrás de você
Sigo as pistas
Mas não adianta,
Continuo náufrago
Nas ondas de minha solidão.

Mergulhei em um mundo
Bem fundo
Um oceano de dores
Silenciosas.

Reparei que a
Nau
Desaparecia
Rebocando
Meus momentos
De felicidade.

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