sábado, agosto 20, 2005

Silêncio


Nilton Bravo - Pintor - Nasceu no Rio de Janeiro, começou ajudando o pai o pintor Bravo Filho, na pintura de painéis , murais, igrejas e bares. Lembro muito da pintura deste artista, nos anos 60, quando eu era morador do bairro da Tijuca e os bares que eu conhecia, muitos levavam a sua assinatura.Um artista muito solicitado neste segmento do comércio. Sempre encontrava alguma decoração do artista nestes bares da vida.Alguns o consideram como o Michelangelo dos botequins.Importante salientar, que muita coisa foi perdida do singular trabalho deste artista, por falta de preservação dos proprietários de botequins. Nilton Bravo também participou na elaboração dos painéis no carnaval da União da Ilha, de 1991, com o enredo De Bar em Bar, Didi, Um Poeta. Uma pena, não há disponivel na web, subsídios para extrair o material sobre este artista. Posted by Picasa

Ontem, eu estava disposto a ter lições de digitação aplicada pelo meu querido neto.Confesso que fiquei frustado, a minha rotina de aprendizado foi alterada, por causa, do período de vacinação. Fomos em familia, até ao posto. Nesta caminhada, aproveitei para levantar peso, de mais de 10 kilos.Meu neto, a minha revelia, trocou o chão pelo braço. Acredito piamente que a intenção foi para o avô adquir massa muscular. Marilene, chegou a comprar um brinquedo de empurrar, para estimular nesta caminhada. De nada adiantou, preferiu os braços do avô.Alongamento, claro que fiz, alongou-se por um bom tempo em meus braços. Garoto esperto, só faltou o avô ser e pedir colo para ele. Avô e ou Avó, passa cada uma.Como estou com os braços em forma, aproveito para esticar e colocar este texto no varal.


Eu descansava entre um sonho e outro
De olhos abertos
Quando
Silenciosa
Você Chegou
Interrompendo
O meu momento
Para falar em uníssono
Sobre você.

Fingi que ouvia
Respondendo
Vagamente
Palavras sem nexo

Você continuava
Falando e andando.
Dizendo poucas e boas
Eu afinal, fingia
Que não era comigo.

Palavras afiadas
Palavras afinadas
Palavras afins.
Você continuava
Falando e andando.

Quando você parava
Eu andava e falava
Você fingia ouvir
Minhas palavras
Atadas
Agonizadas
Aladas.

Mudos
Calados
Com feridas
Cicatrizadas

Eu falava
Você falava
Eu não ouvia
Demos voltas
Em círculos
Representamos
Disfarçamos
Adiamos
Trocamos palavras

Você não me ouviu
E eu também
Não ouvi você
Falamos um para outro
Respondemos gritando
Em silêncio .

Caminhamos na direção
Oposta
Lado a lado
Para trocarmos
Palavras
Sólidas
Solitárias .

Seus olhos dizem
O que os seus
Lábios não
Falam
Não sou surdo.

E você
Grita
Mas
Fala baixo
Se não eu grito.

Meus olhos cerrados
Nada dizem
Mas os meus lábios
Falam.

Uma fase de silêncio
E o silêncio é de ouro.
Você calada
Eu sem dizer nada
Você saiu
Bateu à porta
E eu fiquei.
Acho que
Falamos mais
Do que devíamos.

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