Olá! Estou colocando no mural da Quitanda, o texto que finalizei durante a semana, espero que gostem. Desejo um ótimo final de semana para vocês. Estou procurando acertar o blog.
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Havia algum tempo que estava desempregado.Levantava cedo, arrumava o quarto e cuidava com muito zelo da penteadeira que trouxe de sua antiga casa, em uma vila, na Tijuca. Nascera naquele bairro da zona norte, mas tinha o bairro de Copacabana, como a sua grande opção para morar e trabalhar. Alimentava este sonho da familia, é verdade, não era só dele. Alfredo seu pai, não pode realizar. Ele, um dos idealizadores da mudança de bairro, morreu infartado, no dia de finados. Depois do enterro, Jorge, prometeu para si e para Olga, que cumpriria o sonho de seu pai. Alfredo, um alegre sapateiro, que adorava contar piadas, jogar carteado, jogar no bicho, que insistia em jogar no burro e no carneiro; tinha sempre um palpite, cercar pelos lados, pelas dezenas, centenas e grupos. Consultava horóscopos e dos sonhos, sua interpretação, que espalhava ser infalível. Mais tarde saía à rua para ver o resultado colado no poste. Vez por outra, arrumava uns trocados com o resultado e ficava radiante, com a sorte.Passava no bar do Almeida, para uma cervejinha gelada.Encontrava com amigos para uma roda de bate-papos. Ao sair do bar, levava para casa uma garrafa de Grapette, refrigerante que Jorge, adorava.Olga preferia tomar mate.
Alfredo, tinha sempre uma nova piada para contar para os amigos, mas em assuntos de politica, assim, como o futebol, era muito passional. Manifestava sua torcida por uma escola de samba, cujo símbolo, é uma ave de rapina de hábitos diurnos; no entanto, ficava na dele, apreciava calado o resultado pela televisão das campeãs do carnaval. Gostava mais não vibrava, tanto, quanto os gols do Vasco feito no Flamengo. Lia às segundas, a coluna de Otelo Caçador. Alfredo, era um cinéfilo. Sempre que podia, optava por uma sessão noturna, após o jantar. Assistia, de preferência aos filmes no cinema Madri, ou, no Comodoro, situado em uma galeria da rua Haddock Lobo. Nos finais de semana, pegava o ônibus, geralmente, uma linha, em que o ponto final ficava na Usina.Escolhia um cinema na Praça Saenz Peña, depois, um café no Palheta. Papai, andava queixando-se de umas dores, de cansaço e que pretendia pela milésima vez, fazer um regime, não deu mais tempo.
Jorge, sempre recorda as nuanças da beleza de sua mãe, diante da penteadeira com banqueta em madeira maciça, dos reflexos daquela imagem, que por muito tempo, ficava em silêncio admirando. Sua beleza acompanhava o tempo. Até o momento em que Olga, sua mãe, o convidava para entrar. Jorge, meu filho, pode entrar, não precisa ficar aí parado. Com um largo sorriso, ia de encontro da mãe, com beijos e abraços.Naquele quarto vivia momentos de encantamento.Sentava na ponta da cama, com os olhos respondia a conversa com a mãe.Pedia para pentear os seus cabelos, ela aceitava, com um sorriso e com elogios a sua habilidade com escovas e pentes.
Olga pela manhã preparou o café como de costume, deixou tudo arrumado, em ordem, como Jorge, gostava de encontrar a mesa, ao entrar na cozinha.Olga deixara um bilhete pregado à porta da geladeira.Vou à casa de tia Marli e volto na parte da noite. Beijos.
Jorge levantou da cama, foi direto para a penteadeira da mãe; sentou na banqueta, olhou para o espelho. Abriu a primeira gaveta, encontrou batons de diversas tonalidades, os pós recém comprados que passava no rosto, imitando a mãe, colocou os brincos que estavam escondidos em seu armário.Retirou de uma bolsa, produtos de maquiagem.O rosto maquilado, vestiu a blusa azul que retirou do guarda-roupa de sua mãe., pegou o vestido que deu de presente de aniversário para a mãe. Olhou mais uma vez para o espelho, sentiu-se lindo.
Achou que era o momento de ler os classificados do jornal e deu de cara com um anúncio de vaga em salão de cabeleireiros, no bairro de Copacabana. Telefonou, marcou uma entrevista, no dia seguinte, inciou o seu trabalho, como ajudante.O primeiro corte, na primeira cliente, seu sorriso diante do espelho.Estava perfeito, os elogios começaram aparecer.Jorge diante do espelho, refletia ares de mudança de vida e de algo que estava escondido.
No dia seguinte, comprou jornal para ler os classificados, na sessão de imóveis.Percorreu os olhos e achou um apartamento, colocado à venda, na rua Francisco Sá, próximo à praia. Telefonou para Olga, marcaram de encontrar na imobiliária; acabaram de comprar o apartamento.Na hora da mudança, redobrou as recomendações para o pessoal da transportadora, alertando para o cuidado com a penteadeira. Diante da penteadeira, Jorge sorriu, pegou o sonho que um dia também foi de seu Alfredo, o estojo de maquiagem, começou a se transformar.Olga sua mãe, sorridente, começou a pentear os cabelos de seu filho. Achou que estava muito lindo.O telefone toca, era Silvio, convidando Jorge para jantar. Mãe, pega por favor, aquele vestido que comprei para sair hoje à noite.
6 comentários:
Wilton, boa noite.
Linda história de amor. Amor de pai, amor de filho, amor de mãe. Linda história de esperança. Final feliz e mais amor.
Adorei.
Beijos
O amor é lindo. Tenha um lindo final de semana cheio de muito amor.
Bjãooo no querido netinho Ramon, e fique com Deus.
Meu querido amigo blogueiro, saudades... Ah! o amor e seus encantos e mistérios.
Bom final de semana pra ti também.
Beijos no coração.
Jane Marques
Wilton estou passando porque faz tempo que não te vejo no Verdes. Vim ver o que estava acontecendo e te encontro de mudanças de templates. Tomara que vc consiga concertar tudo o que vc perdeu.
Bom domingo.
Bjos natalinos.
Ops, consertar...
Wilton: adorei o desfcho de sua história...e chegar aqui na Quitanda vendo esse varal repleto de criatividade!
beijos carinhosos e uma excelente semana pré-Natalina.
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