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Olá!
Passei rápido para deixar o texto produzido recentemente, para ser colado no mural. Agradeço pelos comentários feitos e deixados por novos e velhos amigos.
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Havia combinado com Walter, que sábado, após a sessão de cinema, voltaríamos para casa, pediríamos uma pizza grande; os refrigerantes, eu havia comprado em promoção, no supermercado. Acordei cantarolando, há dias em que acordo com vontade de cantar. Aviso aos navegantes, que sou péssima cantora, muito desafinada, mais ainda, quando penso em imitar Teresa Salgueiro, cantando Alfama: “Agora, que lembro, as horas ao longo do tempo”...”Esquecida, em cada dia que passa, nunca mais revi a graça de teus olhos”... que serviu como parte da trilha sonora do filme Céu de Lisboa. Gostei deste filme quando assisti e me tornei fã do grupo português.
Walter inicialmente, não concordou, mas acabou aceitando os meus argumentos para passar o final do dia, em casa. O cinema era próximo, na saída, retornamos caminhando de mãos dadas pela avenida. A maioria do comércio tinha cerrado as portas. Camelôs, mendigos e a sujeira tomavam conta da calçada, dificultando o trânsito de pessoas. Um grupo de pivetes cheirando cola, insistiam em entrar no ônibus parado no ponto. Os passageiros no interior do ônibus, ficaram assustados. Os garotos eram bem agressivos, não conseguiram entrar e correram em disparada para pegar o próximo, não conseguiram. Sairam em disparada fazendo algazarra.
Quando chegamos à praça Serzedelo Correia, estava instalada a feira de livros, ao caminharmos em direção a uma das barracas, nos deparamos com um senhor que gritava desesperadamente por Pega Ladrão! Tentava perseguir o lépido ladrão descalço, vestido com as cores do Brasil e que sumia no meio da rua, entre os carros.Ninguém se mexeu, mas não sei se conseguiram prende-lo mais adiante.
Uma amiga disse certa vez, que éramos um casal à moda antiga, destes que ficam de mãos dadas e recebe flores de presente. Lembrávamos sempre das datas mais importantes de nossa história de vida. Em uma tarde de domingo, sem assistir televisão,apenas escutando rádio, ficamos rememorando o nosso primeiro encontro e quem tomou a iniciativa de começar a conversar. Walter negou, que tinha sido ele quem começou, afirmava que era eu quem a pretexto de acender um cigarro, perguntou se tinha fósforos; na ocasião Walter ainda fumava, tempos depois, abandonou o vício do cigarro. Lembrando hoje, fico a rir da situação, Walter ficava bastante incomodado com o cheiro, passou a ser intolerante. Eu, cada vez, fumava mais. Não renunciava a minha vontade de fumar.
Ao chegarmos em casa, o telefone estava tocando, eu atendi, eram amigos combinando para mais tarde, um encontro em um bar. Abandonamos o que inicialmente havíamos combinado e resolvemos sair com os amigos. Nove horas, foi a hora acertada, havia tempo, para mudar de tomar banho e mudar de roupa. Fomos em um bar perto de casa. Por sorte encontramos uma mesa vazia, geralmente, sentávamos nela, dali, tinha uma boa visão da rua e do interior do bar. Eu, defronte para Silvia e Walter diante de Carlos. Pedimos o de sempre. Enquanto, aguardava, eu estava olhando para o outro lado, de repente, meus olhos fixaram em um homem barbudo, com ar de intelectual, lendo um livro, que à distância, me pareceu ser Alma de Pássaro. Estava entretido na leitura, restava um pouco de bebida em um copo. Não conseguia tirar os olhos daquele estranho.Algo me atraia. Ficara pertubada com a sua presença. Walter distraia com as piadas contadas por Carlos, algumas eram repetidas, mesmo assim, risadas eram ouvidas.Carlos tinha um jeito todo especial para contar piadas.
Fiquei aliviada, quando percebi, que o homem fechava o livro e pedia a conta. Distante eu controlava todos os seus movimentos. Levantou, passou por mim, deu uma olhada para o relógio e foi embora.Nem me reparou. Que alivio, eu o acompanhei seguindo por meus olhos, até o momento em que fez sinal para o taxi e partiu.
Meia hora depois, pedimos a conta. Walter muito animado pelos chopes tomados, acabou me dando um beijo. Despedimos dos amigos e fomos para casa dormir, no dia seguinte, o trabalho nos aguardava. Deixei de ser sonhadora, voltei a dura realidade das minhas tarefas do cotidiano.
4 comentários:
Quando há amor, a realidade e a rotina são sempre lindas. Como seu texto.
Adorei o texto e estou a gostar muito do blog. Voltarei com mais tempo para ler tudo. ;) Obrigada pela visitinha. Beijo enorme!
Wilton, sempre aprendo algo por aqui. Seja em artes, seja em crônicas.
Amigo, encerrei hoje a série "Atrás de seus olhos". Espero que tenhas apreciado!
Um abraço,
Sílvio
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