Olá!
Aproveitei o momento, em que ainda, não recebi a visita de Ramom, para fazer alguns rabiscos no Mural da Quitanda. Inicialmente, agradeço as visitas de amigos leitores e blogueiros amigos. Esclareço aos amigos que aqui passaram e deixaram mensagens, farei visitas em breve, tão logo, administre melhor o meu tempo. Tenho ficado muito contente, pois, recebo visita de pintores que “exponho” na Galeria do blog, estão chegando aos poucos.
O assunto de hoje, são as reminiscências do meu tempo de livreiro. Depois que voltei ao mercado de livros, pude observar e confirmar a prazerosa identificação que tenho com o universo do livro, seja pela via do título de uma obra, do nome de um autor ou a oportunidade de encontrar velhos amigos; alguns desde dos tempos em que criei nos anos 80, a Livraria Quarup, na Rua Visconde de Pirajá, com Aníbal de Mendonça, no bairro de Ipanema.
Era um tempo de muita efervescência intelectual, de muito agito, de contato com escritores, psicanalistas, poetas, professores universitários; a livraria promovia vários lançamentos de livros; ou como uma vez, colocamos cenas do filme, “Prova de Fogo”, de Marco Altberg, produzido em 1980, com a participação de Pedro Paulo Rangel, Maitê Proença, Ligia Diniz (irmã de Leila Diniz) e outros artistas. Um dos roteiristas do filme foi o meu colega de faculdade, o antropólogo Níveo Ramos, que publicou em livro de mesmo título do filme e editado, pela querida editora Achiamé, depois pela ECO, uma casa editorial concentrada em sua linha editorial, livros de Umbanda, parece que ali, foi editado a primeira edição de O Diário de Um Mago, de Paulo Coelho e posteriormente editado pela Rocco, havia um outro livro chamado Manual Prático do Vampirismo, na verdade estou em dúvida se foi lançado pela editora Christina Oiticica, esposa de Paulo Coelho e proprietária da Shogun Arte, sediada no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, lembro que editavam livros de poesia, livros de Paulo Coelho em parceria com Raul Seixas. Havia neste período muitas editoras chamadas alternativas, com pequenas tiragens e com dificuldade de penetração no mercado, muitas sucumbiram, assim, como as livrarias.
Sempre tive vontade de participar do mundo dos livros, primeiro, claro, como leitor e depois, como aprendiz, iniciei como “auxiliar de vendas”, em uma livraria e minha “estréia” foi concretizada, na Interciência, livraria, uma boa livraria, especializada em livros técnicos. A partir dali, compreendi, que é imprescindível, para o profissional do livro, ter uma intimidade com a leitura. Hoje, percebo claramente, que a bagagem que carrego, facilitou em muito, o meu trajeto no ramo do livro. Acredito que eu seja profissional singular no mercado editorial.
Por curiosidade intelectual fui um sujeito de “dialogar” em vários campos do saber, como: Serviço Social, Pedagogia, Psicologia, Comunicação. Claro, dando uma tintura maior na área de minha formação. O perfil de minha clientela havia uma ligeira predominância do pessoal psi.
Alguns livreiros (donos de livrarias), atualmente são receptivos ao pessoal com formação mais elaborada, com bom nível de cultura geral. Por outro lado, observei e esbarrei em uma barreira, revestida por puro preconceito em que o profissional mais qualificado era considerado por um segmento de “livreiros”, como “mais caro”. Assim, como ouvi de livreiros, que declaravam que raramente pegavam um livro para ler, alegavam falta de paciência e de tempo, para se dedicarem à leitura.
Ler é uma atividade solitária, requer tempo e naturalmente dinheiro, para aquisição de livros. Acho interessante neste momento, foi resgatar, reviver através da memória, da leitura de resenhas e dos títulos, autores e situações envolvidas com o livro; estavam ali, adormecidas em um canto da memória e foi sendo reativado aos poucos.
Há mais de dez anos que estou afastado dos livros, de livraria, o tempo é maior, por volta de 20 anos. Fico satisfeito, pois, a minha memória está bem viva e “não me abandonou”.
Hoje, faço um mês que voltei para o livro, é um sebo, estou curtindo muito, pois, sou um caçador de preciosidades, farejo os livros, manuseio este objeto com carinho, que me proporciona uma enorme satisfação. O prazer da leitura está presente e alegria de reencontrar com pessoas amigas. Uma constatação que gosto de salientar, o público feminino, é o maior consumidor de livros. Uma declaração destas, ao ser entrevistado, foi dada por mim em um seminário do pessoal da Revista Rádice – Revista de Psicologia (surgida nos anos 70 e extinta em 81) e do jornal Luta e Prazer (jornal “alternativo” que foi editado pelos meus conhecidos dos anos 70, Carlos Ralph e Dau Bastos) Dau, encontrei anos depois, quando publicou o livro “Das trips, coração”, pela editora Marco Zero, lugar em que trabalhei na parte de vendas, junto a um dos donos da editora, o escritor amazonense Márcio Souza, autor de uma vasta obra
Queridos amigos e leitores amigos, volto a conversar no próximo domingo, agora, chegou Ramom, cheio de pintas pelo corpo, com catapora. Agora, fica impossível de continuar. O texto estava previsto para ser postado pela parte da manhã, mas mal terminei de escrever, o menino muito levado, fazia ser ouvido, pelos gritos chamando por vovô.
Até breve.
