terça-feira, abril 03, 2007

Sobre Livrarias -

Carlos Bastos : Pintor, ilustrador e cenógrafo. Considerado como pintor pioneiro da arte moderna na Bahia. Escolhi para mostrar aos amigos e leitores deste blog, este talentoso artista, motivado ao folhear um livro em sua homenagem, cujo título, leva o seu nome. Editado pela Organização Odebrecht no ano de 2000,com prefácio de Antonio Carlos Magalhães, seu amigo desde a escola primária. O artista tinha a Bahia como fonte maior de suas inspirações. Faleceu em 14/03/2004, na Bahia, seu corpo foi cremado, conforme o seu desejo no cemitério Jardim da Saudade.
O livro que eu consultei, estava em promoção na livraria Beta de Aquarius, no bairro do Catete.



Olá!


Em meu último post deixei de mencionar a rede de livrarias StudioLivros, situada em bairros da zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Deste modo, ao escrever ou falar em livrarias penso dar prosseguimento através de algumas lembranças nítidas ou não, registrar elementos para a história do mercado livreiro no Rio de Janeiro. Estou ciente de que este registro passa por eventuais lapsos, mesmo assim, eu mantenho o meu propósito, que é de alguma forma alimentar a memória sobre as livrarias, o hábito de leitura e a produção editorial. Reconstituir momentos em que vivenciei como leitor, livreiro, editor e distribuidor na cidade do Rio de Janeiro.

O surgimento da StudioLivros passa pela Entrelivros e Unilivros. Lembro que o seu proprietário era Durval e um dos diretores, era o jornalista e critico de cinema Valério Andrade. Uma das lojas da StudioLivros ficava, onde hoje é a Livraria da Travessa, na Rua Visconde de Pirajá, 462. A filial do Largo do Machado abrigou a livraria Dazibao(o casal de livreiros Chico, Graça Neiva e a cunhada e excelente livreira Rita), que na ocasião passava por uma fase de expansão, com lojas no Centro, Botafogo e Catete.

Copacabana, o bairro em que moro, teve períodos que havia poucas livrarias. A rede Entrelivros e Unilivros , era uma delas. A primeira conseguiu um artifício para trabalhar aos domingos e feriados, passou a vender jornais e revistas. Em sua fase de declínio, vendeu até ovos de Páscoa. A Studio também utilizou desta prática, vender jornais e revistas. Jorge Ileli não embarcou nesta, fechava aos domingos e feriados. A Entrelivros foi a maior rede de livrarias do Rio de Janeiro, cobria vários bairros. A Unilivros herdou a grande maioria dos pontos da Entrelivros, os melhores.

Utilizando um retrovisor, um pouco embaçado, lembro que havia em Copacabana a livraria Carlitos, precursora da livraria Muro, com perfil pintado por leve tintura de esquerda; trabalhava com livros importados, algum tempo depois sucumbiu. A editora Record, assumiu o espaço localizado próximo à Praça do Lido.Houve uma vendedora que atuou na Carlitos que foi para a Muro.Havia uma filial da Carlitos em Ipanema, se não me engano no mesmo local, onde surgiu a livraria Muro. Fui freqüentador da livraria Muro, meu filho também, foi sócio da livraria Murinho, uma versão da livraria para o publico jovem. Houve uma experiência da livraria Muro no bairro da Tijuca em uma galeria na Praça Saenz Peña, no segundo piso. O pessoal da Tijuca pertencia ao meu grupo, alguns foram meus colegas no Instituto La-Fayete, da Rua Haddock Lobo, ainda existia a filial da Rua Conde de Bonfim, só de meninas. Éramos militantes do Partidão, o pessoal da livraria Muro montou uma editora, se não falha a memória levava o nome de Ilha. E iniciou a edição de alguns títulos, como o livro com as peças de Vianinha (Oduvaldo Vianna Filho 1936/1974). Um dos sócios era o professor da PUC, Antonio Abranches, Tinoco. A livraria Muro sem dúvida ficou na história, foi testemunha ocular dos movimentos literários dos anos 70/80. Abriu espaço para a produção alternativa, lançamento de livros, leitura de poesia. O livreiro Rui Campos veio de Minas Gerais, me parece que ele tinha vínculos familiares com um grande político mineiro. Importante lembrar do momento político que vivenciávamos, era pleno período de ditadura e censura. Apreensão de livros em editoras e livrarias. A livraria Muro montou uma filial no bairro do Catete, na rua do Catete, 228, na galeria ao lado do cinema.

Uma pequena livraria em uma galeria da Rua Prado Junior, que não recordo o nome. Se não estou enganado havia uma ligação com o escritor e jornalista Flávio Moreira da Costa. Sei que fui ao lançamento nesta livraria da revista quadrimestral Debate & Critica, editada pela paulista Hucitec, de Flávio Aderaldo e Adalgisa Pereira.

Lembro de Aluízio Leite sócio da Livraria Timbre no Shopping da Gávea com a livreira Kiki, passou antes pela experiência com a livraria Muro de Ipanema e com a livraria Xanam, no Cassino Atlântico. Era uma livraria ligada à Nova Fronteira, a razão social, é o titulo de uma obra de contos do falecido editor e jornalista Carlos Lacerda. Aluízio passou também um momento junto com o escritor e jornalista Gustavo Barbosa, co-autor com Carlos Alberto Rabaça do Dicionário de Comunicação editado pela Codecri. Parece que tinham interesse em adquirir as Edições Graal, cheguei a ver os dois na editora. Não obtiveram êxito. Continuou sendo dirigida por Paul Joseph Cristoph Jr. Nesta ocasião fui divulgador editorial da Graal na área universitária.

Copacabana teve mais livrarias, como: as livrarias Eldorado ao longo da Avenida Copacabana, a Casa do Livro Eldorado de Décio Guimarães Abreu, antigo sócio de Alfredo Machado, nos idos de 40 da Editora Record. A loja situada no posto 6, na Avenida Copacabana 1189 passou a ser da Nórdica do editor e jornalista português Jaime Bernardes. Jaime publicou no ano passado um livro sobre golfe pela editora portuguesa Arte Plural.

Eu & Você livraria do Jairo, havia a Globarte, Butique do Livro, Carrossel localizada na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, próximo da Rua Miguel Lemos. Lucena com grande experiência no mercado de livros, foi pracista da Nova Fronteira, criou a Livraria Criação, título extraído do catálogo da Nova Fronteira, de autoria de Gore Vidal.

A rede (cadeia) Siciliano de livrarias do editor e livreiro paulista Oswaldo Siciliano, na década de 80 veio para o bairro de Copacabana, situando-se Avenida Copacabana e posteriormente transferindo-se para a antiga loja da Sloper. No centro da cidade, a Siciliano foi para o Edifício Central, no lugar em que era a Entrelivros. Mais tarde a rede paulista Saraiva marca presença em nossa cidade. Recentemente, uma outra rede de livrarias, que começou como jornaleiro na Rodoviária Novo Rio, a Sodiler foi adquirida por uma outra empresa paulista, a La Selva.

2 comentários:

SV disse...

Aos amigos do cotidiano meus desejos de uma Feliz Páscoa!

Um abraço,

Sílvio Vasconcellos
http://minicontos.blogspot.com

Alô Música disse...

Wilton,
Que delícia de texto... Obrigada.
Solange Castro