sábado, outubro 13, 2007

Quitanda : Uma Página sobre o Mundo do Livro.













Hoje sonhei que estava em uma livraria, não identifiquei o nome, apenas que tinha um enorme acervo de publicações de editoras brasileiras. Despertei com a imagem de ter atendido uma professora universitária e pesquisadora gaúcha, da obra de Monteiro Lobato. Procurava, me confidenciou, há muito tempo pelo biógrafo de Monteiro Lobato, para a sua surpresa, informei que a loja tinha um exemplar dos dois volumes da biografia. Está ali, a sua espera,apontei a sua localização no canto inferior da estante. Abriu um largo sorriso de felicidade. Informei o preço, achou barato, realmente estava. Com todo cuidado, como se estivesse achado uma pedra preciosa e rara, decidiu que levaria. Deixou pra mim um sorriso de agradecimento.
Deu tempo para conversar por alguns minutos sobre Monteiro Lobato. Disse que desde de garoto, fui leitor de Monteiro Lobato e que ganhei de presente de minha madrinha. Assim começou minha grande admiração e foi tanta que cheguei por um momento na época em que fazia ciências sociais, a iniciar uma pesquisar sobre a obra deste grande escritor. Falei que um dos meus professores do IFCS, o mestre Aluizio Alves Filho tinha a intenção de fazer uma pesquisa sobre a identidade de Jeca Tatu; que posteriormente foi editada sobre a forma de livro, com o título Metamorfoses de Jeca Tatu, editada pela Inverta, em 2003, que acabei vendendo para a pesquisadora.
O livro está tão presente em minha vida, em meu inconsciente, que acabei por decidir que este espaço fica dedicado ao livro e ao seu mundo. Para outros textos de minha parca produção intelectual, criei o blog Esquinas do Tempo.
***************************Edgar Cavalheiro (1911-1958) é considerado como o principal biógrafo e muito amigo de Monteiro Lobato (José Bento Monteiro Lobato, 1882 -1948) um dos nossos maiores escritores e pioneiro na publicação e distribuição de livros em nosso país. Edgar, autor de Monteiro Lobato: Vida e Obra em dois volumes, publicado em 1951 pela Brasiliense, com cerca de 900 páginas, posteriormente em 1955, foi editado pela Companhia Editora Nacional; estudioso da obra de Fagundes Varella (1841-1875), com edição pela Livraria Martins Editora, com ilustração de Belmonte (Benedito de Bastos Barreto, 1896-1947, um dos colaboradores do vespertino jornal paulista Folha da Noite, criador do Juca Pato, um dos nossos maiores chargistas). Juca Pato passou a ser uma premiação literária promovida pelo jornal Folha de São Paulo e a União Brasileira de Escritores (UBE), surgida em 1962. Seu primeiro contemplado foi Afonso Schmidt (1890-1964) como intelectual do ano.

Cavalheiro, participou da formação do conselho editorial da Revista Brasiliense, editada pelo historiador e editor Caio Prado Junior; junto com Raimundo de Menezes (org) publicou Histórias de Crimes e Criminosos - Uma Antologia de Contos Brasileiros, editado pela Companhia Distribuidora de Livros, São Paulo, 1956, 344 páginas, ilustração do artista italiano radicado em São Paulo, Mick Carnicelli (1893-1967). Uma de suas obras, Panorama da Poesia Brasileira, vol. II (Romantismo) foi editada pela Civilização Brasileira, em 1959. Obras primas da lírica brasileira, com notas de Edgar, publicado pela Martins, em 1957. Em parceria com Almino Rolmes Barbosa, criou uma série de antologias. Em Obras Primas da Lírica Nacional, seu parceiro foi Manuel Bandeira. Em 1944 foi autor de Testamento de uma Geração, livro de entrevistas com escritores modernistas. Prefaciou diversas obras de Monteiro Lobato. Publicou em 1955, a Correspondência entre Monteiro Lobato e Lima Barreto, editada pelo Serviço de Documentação do Ministério da Cultura. Edgar teve o seu nome ligado a uma premiação do Instituto Nacional do Livro, sendo um dos contemplados o historiador Sergio Buarque de Holanda, em 1958, com o livro “Caminhos e Fronteiras”, publicado em 1957, pela José Olympio.
Edgar presidiu a Câmara Brasileira do Livro, pela Editora Globo, no período de 1955 a 1957. Criado em 1958, como projeto de Edgar, o troféu Jabuti, foi desenvolvido por seu sucessor, o editor Diaulas Riedel, proprietário da Editora Pensamento. A mais tradicional e prestigiada premiação promovida pelo mercado editorial sob o patrocínio da CBL. Com o propósito de divulgar escritores, editores, livreiros, ilustradores e gráficos. O troféu foi criação do escultor autodidata Bernard Cid de Souza Pinto, ganhador do concurso em que disputaram 32 escultores de São Paulo. O primeiro ganhador do Jabuti, foi o escritor Jorge Amado, na categoria de romance com o livro Gabriela, Cravo e Canela, em 1959, editado em 1958 pela Livraria Martins Editora de São Paulo.

*Tikashi Fukushima - Pintor nascido no Japão, na cidade de Fukushima, em 1920 e faleceu em São Paulo, em 2001. Migra para o nosso pais em 1940, para a cidade de Pompéia e Lins, cidades no interior de São Paulo. No ano de 1946, muda para o Rio de Janeiro e passa a freqüentar a molduraria de Kaminagai, em Santa Teresa. torna-se seu assistente e aluno. Aprendeu a fazer moldura No período seguinte, na condição de ouvinte é aluno da Escola Nacional de Belas Artes. De volta a São Paulo, em 1949 criou uma oficina de molduras no bairro do Paraiso, no Largo Guanabara (Hoje - Estação do Metrô Paraíso). Ponto de encontro de artistas japoneses e "estrangeiros", como Arcanjo Ianelli. Criou o chamado Grupo Guanabara, nos anos 50. O artista deu importante contribuição ao panorama da arte Nipo-Brasileira. Membro de Comissão de Artes Plásticas da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e da Comissão de Artes da Fundação Brasil-Japão de Artes Plásticicas. Seu filho Takashi Fukushima (1950) é bem atuante, solicitado para exposições coletivas em nosso pais e no exterior. As obras dos artistas, pai e filho podem ser examinadas na web, algumas das fontes estão citadas abaixo. Vale a pena, para maiores detalhes e pesquisas.
Fonte de Consulta: James Lisboa - Escritório de Arte // Pitoresco (texto de Paulo Victorino) Anuário Artes&Artistas Ivo Zanini
Imagem exposta : Chuva, Leblon - óleo s/ papel






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