O texto que publico neste espaço foi feito com o propósito de contribuir mesmo de modo tímido para a discussão do mercado de livros. A intenção de participar de um tema em que as pequenas livrarias estejam à beira da morte, partiu de uma leitura do Blog do Galeno que abordava o assunto com base em uma discussão que passava pela Associação Nacional de Livrarias (ANL). Imagino que eu esteja de alguma forma credenciado para participar de tais debates. Minha trajetória profissional está estritamente vinculada ao mercado livreiro, com características singulares de ser aqui no Rio de Janeiro, um profissional com nível superior e com passagens em diversos segmentos do mercado de livros. Trabalhei como vendedor em lojas, fui divulgador editorial para o segmento de universidades, trabalhei como barraqueiro (feiras de livros em praça pública), em estandes da bienal do Rio e São Paulo, fui proprietário da livraria Quarup (livreiro) em Ipanema, montei a editora e distribuidora Obra Aberta,com perfil universitário, atuei assessorando livraria, como a Poiésis de Denise Emmer, vendedor pracista da Editora Paz e Terra/Graal na praça do Rio de Janeiro e São Paulo, pracista de editoras e distribuidoras na cidade do Rio de Janeiro, atuei por um tempo como vendedor de sebo (livraria de livros usados) que até pouco tempo, era o único espaço em que não tinha experiência no mercado de livros.
Desde a criação da Quitanda o tema mercado de livros sempre esteve em pauta, mesmo que tenha sido produzido de modo esparso. Abordo o momento em que atuei no meio do livro, com assuntos concebidos por um viés de escritos baseados em observação e fragmentos da memória, naturalmente com os vínculos de minha experiência. Esta reconstrução da memória tem sido para mim um exercício, um desafio. Extraio assuntos pertinentes ao universo livreiro, que sejam de minha intimidade e gosto.Não me proponho a fazer resenhas de livros, cabe a um profissional mais qualificado, com as ferramentas de análises que eles optarem. O que está em exposição neste espaço foi um texto que foi inserido no Blog do Galeno sob forma de comentário.
A criação de meu blog, foi a verdadeira via que me abriu possibilidades como autor poder escrever o quer der na telha, claro que dentro da ética. Não tenho a preocupação imediata com um público, interesso sim, por leitores, aqueles que usando a curiosidade e uma lupa encontraram e identificaram este blog como veículo para a história do livro, de livrarias e editoras.Sei que a midia impressa não acolheria com interesse o que escrevo e os cadernos culturais tampouco, estes me parecem alinhados as grandes editoras e aos melhores autores, é disto que sobrevivem. Sempre ignoraram qualquer palavra de um pequeno livreiro ou pequeno editor. Nunca li durante este tempo, qualquer entrevista com um distribuidor ou pequeno livreiro sobrevivente no mercado de livro. Torço para que um dia qualquer e de um ano qualquer, jornalistas saiam um pouco das redações e circule pelos bairros a procura de pequenos livreiros antes que eles acabem.
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Acho que o segmento mais atingido durante longas datas, são os pequenos livreiros, verdade que muitos estão em processo de extinção. Com isto é atingida a figura do livreiro, um profissional dedicado ao livro, ao seu conhecimento, acervo e muitas vezes também sua clientela. Hoje parece que há um encantamento da mídia, de alguns segmentos da clientela com as megaslivrarias, estão seduzidos pelas variedades de produtos culturais oferecidos.Convém ressaltar que estão certas, conseguiram se modernizar e acompanhar os novos desejos de consumo dos leitores.
Lembro que nesta cadeia de vendas e circulação dos livros, outras categorias estão sujeitas a extinção, como distribuidores, pequenos editores e um profissional do livro sempre esquecido que é o vendedor pracista; algumas editoras preferem ignorar este profissional, deletando os das relações comerciais do mercado. Tenho uma longa trajetória no mundo dos livros e fui por muitas vezes testemunha das dificuldades de sobrevivência de alguns segmentos do mercado. Eu mesmo fui envolvido como distribuidor no Rio de Janeiro de editoras universitárias, em uma crise que atingiu livrarias, distribuidores, grandes e pequenos e editoras, que foram contaminadas pela crise vivenciada nos anos 90. Aqui no Rio , distribuidores foram fechando quase que um após o outro. Hoje mudou um pouco, livrarias assumiram o papel de duble,ora são livrarias, ora são distribuidoras e gozam do descontos destinados aos antigos distribuidores. Acho pelo que conheço muitas pequenas editoras nem se aproximam das megalivrarias Quem conhece livro, de imediato fotografa uma grande rede e percebe a ausência de diversas editoras.
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Aldo Bonadei : Aldo Cláudio Felipe Bonadei, nascido em São Paulo, em 17 de junho de 1906 e falecido em São Paulo, em 16 de janeiro de 1974. Pintor e destacado participante do Grupo Santa Helena.Pintor autodidata, manifestou seu interesse por pintura desde garoto, Pioneiro da arte abstrata Em suas atividades atuou como poeta, na moda e no teatro.Nos anos 50 atuou como figurinista na Companhia de Nidia Licia. Artista premiado em diversos salões de arte, presente em exposiçoões em nosso país e no exterior. Foi lançado um livro sobre o pintor, de autoria de Lisbeth Rebollo Gonçalves, volume da Coleção Debates, nº 232, da Editora Perspectiva, na série Artes, cujo título é: Aldo Bonadei: O percurso de um pintor. Lisbeth é também curadora da obra de Bonadei, promoveu no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, uma homenagem aos cem anos de Bonadei, em outubro. Fonte de consulta: Jornal da USP, artigo assinado por Leila Kiomoura, O texto da Profª e Drª Daisy Peccinini, FAAP
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