terça-feira, abril 11, 2006

A Paixão de Neide

Enéas Valle : Nasceu em Manáus, em 10 de junho de 1951. É professor da EBA, escultor e matemático. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Participa com exposições em diversas galerias. Foi co-editado com a Universidade Federal do Amazonas, o livro "Hiperespaço Curvista", prefaciado por Milton Hatoum, conta a trajetória do artista em mais de 30 em plena atividade. Uma das obras bem citada de Enéas é: Geópolis que reúne 12 pinturas do artista e que ficou exposta na Galeria Toulouse. Participa no segmento Engrenajens e Engenhos da exposição Onde você está, Geração 80? Participa da exposição Doze Telas e a Sétima Arte, na Casa de Cultura Laura Alvim.
(Fonte de consulta - Art bonomo, Revista Museu, Galeira Virutal do Jornal Rio Arte, Olhar Virtual/UFRJ, Galeria de Arte da UFF, Galeria Toulouse, BB )
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Olá!
Wilton, Marilene e Ramom, desejam aos amigos leitores e blogueiros uma Feliz Páscoa, repleta de chocolate.

Peço desculpas por não ter postado a continuidade do texto de quarta-feira passada. Deixo este texto pendurado no mural, espero que gostem.

Neide trabalhava no salão de cabeleireiro de Adamastor, seu amigo e patrão. Chegando em casa, esparramou-se no velho sofá, depois de ligar a televisão.Tinha o hábito de deixar a televisão ligada, era a sua companhia, deste modo, não imaginava, estar só. Aguardava este momento com grande ansiedade, pois iniciava naquele dia, a sua novela... Aliás, gostava de todas e em qualquer canal. Mas aquela, que começava, tinha um interesse particular. Trabalhava o galã, que tanto admirava e que para amigas intimas, dizia estar apaixonada. Colecionava fotos e revistas a respeito do ator. Na verdade, ficou apaixonada. O casamento com Juvenal, restou apenas poeira.A todo instante, olhava para o relógio.Irritava com a morosidade dos ponteiros. Estava com fome.A grana curta. Na geladeira, pouca coisa que sobrara da última visita ao supermercado. Restavam dois pacotes de macarrão instantâneo, foi o que acabou comendo, junto com a ilusão. Para não perder um minuto sequer, comia diante da televisão.Quando o artista apareceu, o seu coração começou acelerar. O banho e arrumação da casa, ficaram para depois.Neide morava só, não teve filho em seus sete anos de casamento com Juvenal.

Quando não tinha clientes, ficava no salão, olhando para a televisão de 29 polegadas. Adamastor implicava com ela, dizendo que era uma fanática, não trocava por nada, o seu momento de ficar diante da televisão. Não estava nem aí, para os comentários. Tudo aconteceu durante o frustrado casamento com Juvenal. Quando determinado ator apareceu pela primeira vez na novela, que Neide, começou a sonhar cada vez mais com o ator.O ator, era casado, segundo as fofocas das revistas semanais.Neide, não fazia muita questão do estado civil do artista, achava se ele a conhecesse, ficaria com ela. Muitas vezes, durante a noite, perdia o sono e começava a escrever cartas de amor.Comprava diversos tipos de papéis de carta.Todas acabavam no lixo, nenhuma delas, foram endereçadas ao artista. Ficava envergonhada. Curtia sua paixão em silêncio. Nestas ocasiões, gostava de ouvir Roberto Carlos, em seguida, começava acompanhar a música, cantando.Pensava em ir até a emissora, mas desistia em seguida, não tinha coragem.

Uma vez, conversava com Lina, sua prima, ao telefone, enquanto comia um pacote de balas, confidenciava, que os verdadeiros motivos de sua separação.Abandonei aquele safado, em tom de irritação, continuava convesando com Lina...De um ano pra cá, continuava, agora com um semblante entediado. Lina, não imagina, o sufôco em que eu vivia. Juvenal chegava em casa sempre bêbado, suado e pensava em fazer sexo. A todo momento, levantava minha roupa, era insaciável...Era na cama, no chão, no banho, em pé, de tudo que era jeito. O homem só pensava naquilo, em transar.Sexo e bebida.O ato sexual dele, era selvagem, sem carinho, sem amor, só queria aliviar os seus instintos.Era agressivo, se eu por acaso rejeitasse.Gostava de me ofender. Dorme, não! Neide, quero fazer amor e não guerra. Não me enche! Não estava muito afim de sexo. Juvenal só gozava dentro de mim e mais nada.Eu ficava inerte,doida para acabar o mais rápido possível.Quando era na cama, Juvenal virava de lado e começava a roncar.Lina, minha querida prima, obrigado por me ouvir. Quando você aparecer aqui em casa, prometo que continuo.

Em uma certa manhã, Neide, abriu o armário e começou a colocar as roupas de Juvenal dentro de duas malas, as garrafas que sobraram em uma sacola. Na parte da noite, estava diante da televisão, diante da novela, completamente apaixonada. Pegou uma caneta e começou a escrever mais uma carta de amor.Na mesinha, um pacote de balas.

9 comentários:

Anônimo disse...

Feliz Pascoa ...e que ela se faça o ano todo...
Bjs...

Wilton Chaves disse...

Olá!
Querida Diana, agradeço pela presença e aproveito para lhe enviar os votos de uma Feliz Páscoa , extensivo aos seus familiares, em meu nome, de Ramom e Marilene

Laura_Diz disse...

lindo seu conto.
e feliz páscoa para a família toda, que cresce cada ano mais :) ainda bem, né? bjs
elianne

Vera F. disse...

Wilton, imagino que o Ramom esteja cheio de ovinhos comemorando a Páscoa.
Tudo de bom para vc e sua família. Que a Páscoa seja maravilhosa.

Bjos.

Luma Rosa disse...

Feliz páscoa pra você e seus familiares!! Beijus

Lia Noronha disse...

Wilton: obrigada pela carinhosa mensagem de Páscoa!
Te desejo tudo de mais feliz neste começo de semana.
Adorei td por aqui hj.
Beijos da amiga de sempre.

Anônimo disse...

Thank you!
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Anônimo disse...

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