O meu interesse em escrever sobre a indústria editorial, ou sobre livrarias, vem de longa data. Aliás, vez por outra, são feitos alguns registros nas páginas deste blog. A escolha do meu universo de pesquisa foi reforçado durante a minha trajetória como profissional do livro, trabalhei preferencialmente em editoras consideradas de esquerda, de oposição ao regime militar, intalado em nosso país, a partir de 1964.
Quando fui pracista da Editora Paz e Terra e Graal por mais de 4 anos, havia um reconhecimento por parte do mercado livreiro, que percebia em mim, uma forte identificação com a Paz e Terrra. Em tempo, era também, leitor das editoras, enquanto estudante, conhecia os livros publicados, alguns dos editados foram meus professores, como: Leda Barreto, autora de Paz na Terra, com o selo da Paz e Terra e Julião, Nordeste, Revolução, editado em 1963 pela Civilização. ou colegas do curso de Ciências Sociais, como José Ricardo Ramalho, autor de Mundo do Crime - A Ordem pelo Avesso, sua tese de mestrado, defendida em 1978, com orientação de Ruth Cardoso, editada em 1979 pela Graal.
Minha vontade de trabalhar com livros foi manifestada a partir de uma queima de livros promovida no final dos anos 60 pela Livraria e Editora Civilização Brasileira, que foi ampliada para rede de livraria Entrelivros e as feiras de livros que circulavam pelas praças da cidade. Os livros em promoção em grande parte foram os editados pela Civilização Brasileira, havia nesta queima: as Revistas: Civilização Brasileira, conhecidas como RCB, Politica Externa Independente, lançada apenas três números, Revistas da Paz e Terra, os livros em formato de bolso da série "Violão de Rua" - Poemas para a liberdade, que fazia parte da Coleção Cadernos do Povo Brasileiro, um dos projetos do Centro Popular de Cultura da UNE, era os meus primeiros contatos com a poesia engajada; os livros da BUP - Biblioteca Universal Popular que era financiada com a prestimosa colaboração do banqueiro José Luiz de Magalhães Lins. A BUP ficava sediada no terceiro piso da editora Civilização Brasileira, na rua Sete de Setembro, 97. Passava por várias vezes na Civilização, haviam livros que entravam em promoção ou em reposição; comprei O Capitalismo no Século XX, de autoria de Eugene Varga e outros livros descritos em posts passados. Os Cadernos do Povo Brasileiro faziam parte de minha biblioteca, os vários livros de Nelson Werneck Sodré, os livros de Gramsci (Os Intelectuais e a Organização da Cultura, Maquiavel, a Politica e o Estado Moderno, Cartas do Cárcere, Literatura e Vida Nacional, Concepção Dialética da História).
Naquela ocasião travei conhecimento com os livros da Paz e Terra, uma editora oriunda da Civilização Brasileira, como selo. Vivenciava uma fome de ler. Lembro de ter comprado Canto Melhor - Uma perspectiva da poesia brasileira, de autoria do ex-diretor do Instituto Nacional do Livro do Rio Grande do Sul, Manoel Sarmento Barata (1955-1960), que fazia parte da Coleção Série Estudos sobre o Brasil e a América Latina, editado em 69. O livro Educação e Revolução, de autoria de Lucio Lombardo Radice; um livro editado pela Fulgor em 1963, de autoria do pedagogo argentino Anibal Ponce "Educação e Luta de Classes", editado muito tempo depois pela Cortez. Menciono mais sobre a Civilização em um post datado de maio de 2007.
Uma combinação entre a minha postura ideológica com a produção editorial da Paz e Terra, compunha esta imagem. Confesso que perdi as várias oportunidades de entrevistar os editores, como Fernando Gasparian (1930-2006), ou Jorge Zahar (1920-1998), ou Ênio Silveira (1925-1996), ou os livreiros Lucien Zahar (1925-1998) com este, eu conversava muito, gostava de ouvir suas histórias sobre a trajetória da familia Zahar e sobre o mercado editorial, transpirava livros, da Livraria Galáxia ou Ernesto Zahar, da Livraria Ler, que apenas cumprimentava. Estes personagens são importantes no panorama editorial do Rio de Janeiro e do país, deram enorme contribuição à industria e o comércio do livro. Ênio Silveira não cheguei a conhecer, mas freqüentei como já apontei nestas páginas algumas vezes a Livraria Civilização Brasileira, na rua Sete de Setembro, 97 que na parte externa da livraria, na parede havia um enorme cartaz uma frase de Malba Tahan: "Quem não Lê, mal ouve, mal fala, mal vê", representada por três macacos.
Civilização Brasileira, Paz e Terra e Editorial Vitória, são dentre algumas representantes da produção intelectual da esquerda brasileira e localizadas no Rio de Janeiro; não defini o período, no entanto, tenho lido, para melhor compreensão, a partir da compra da Revista do Brasil, em 1918, surge a Editora Monteiro Lobato e Cia; passando pela Companhia Editora Nacional, criada em 1925 por Monteiro Lobato (1882/1948) que promoveu verdadeira reviravolta no mercado livresco, em sociedade com Octalles Marcondes Ferreira (1899//1972) de enorme contribuição. Para fazer qualquer leitura sobre o mercado editorial brasileiro, não se pode perder de vista a importância destes editores.
Outro dia, em conversa com Paulo Adolfo, um dos diretores da Editora Brasil-América (EBAL), uma das mais importantes editoras de histórias em quadrinhos de nosso país, fundada em 1945 por seu pai, o editor Adolfo Aizen, sugeriu que tivesse o Rio de Janeiro como fio condutor de minha pesquisa. Pelo caminho que estava tomando, fiquei convencido que ficaria muito abrangente, examinaria as editoras surgidas ou desaparecidas em diversos estados, na verdade, nem sei se daria conta, pois precisaria de um suporte que não disponho, sem dúvida, uma limitação para empreender tamanha tarefa.
A Paz e Terra foi adquirida por Fernando Gasparian de Ênio Silveira, a Paz e Terra fazia parte da Editora Civilização Brasileira. No obituário que li, em alguns deles, há referência que Fernando Gasparian foi quem fundou a Paz e Terra, um equívoco, a editora foi criada no interior da Civilização Brasileira, iniciando como Revista Paz e Terra em julho de 1966 e havia uma enorme participação do poeta Moacyr Félix, também editor e organizador de revistas e antologias. O sociólogo Waldo César, foi diretor da Revista Paz e Terra no período de 1966-1968. Quero deixar claro que não existiram apenas as editoras citadas como de esquerda.
*Continua na próxima oportunidade
Quando fui pracista da Editora Paz e Terra e Graal por mais de 4 anos, havia um reconhecimento por parte do mercado livreiro, que percebia em mim, uma forte identificação com a Paz e Terrra. Em tempo, era também, leitor das editoras, enquanto estudante, conhecia os livros publicados, alguns dos editados foram meus professores, como: Leda Barreto, autora de Paz na Terra, com o selo da Paz e Terra e Julião, Nordeste, Revolução, editado em 1963 pela Civilização. ou colegas do curso de Ciências Sociais, como José Ricardo Ramalho, autor de Mundo do Crime - A Ordem pelo Avesso, sua tese de mestrado, defendida em 1978, com orientação de Ruth Cardoso, editada em 1979 pela Graal.
Minha vontade de trabalhar com livros foi manifestada a partir de uma queima de livros promovida no final dos anos 60 pela Livraria e Editora Civilização Brasileira, que foi ampliada para rede de livraria Entrelivros e as feiras de livros que circulavam pelas praças da cidade. Os livros em promoção em grande parte foram os editados pela Civilização Brasileira, havia nesta queima: as Revistas: Civilização Brasileira, conhecidas como RCB, Politica Externa Independente, lançada apenas três números, Revistas da Paz e Terra, os livros em formato de bolso da série "Violão de Rua" - Poemas para a liberdade, que fazia parte da Coleção Cadernos do Povo Brasileiro, um dos projetos do Centro Popular de Cultura da UNE, era os meus primeiros contatos com a poesia engajada; os livros da BUP - Biblioteca Universal Popular que era financiada com a prestimosa colaboração do banqueiro José Luiz de Magalhães Lins. A BUP ficava sediada no terceiro piso da editora Civilização Brasileira, na rua Sete de Setembro, 97. Passava por várias vezes na Civilização, haviam livros que entravam em promoção ou em reposição; comprei O Capitalismo no Século XX, de autoria de Eugene Varga e outros livros descritos em posts passados. Os Cadernos do Povo Brasileiro faziam parte de minha biblioteca, os vários livros de Nelson Werneck Sodré, os livros de Gramsci (Os Intelectuais e a Organização da Cultura, Maquiavel, a Politica e o Estado Moderno, Cartas do Cárcere, Literatura e Vida Nacional, Concepção Dialética da História).
Naquela ocasião travei conhecimento com os livros da Paz e Terra, uma editora oriunda da Civilização Brasileira, como selo. Vivenciava uma fome de ler. Lembro de ter comprado Canto Melhor - Uma perspectiva da poesia brasileira, de autoria do ex-diretor do Instituto Nacional do Livro do Rio Grande do Sul, Manoel Sarmento Barata (1955-1960), que fazia parte da Coleção Série Estudos sobre o Brasil e a América Latina, editado em 69. O livro Educação e Revolução, de autoria de Lucio Lombardo Radice; um livro editado pela Fulgor em 1963, de autoria do pedagogo argentino Anibal Ponce "Educação e Luta de Classes", editado muito tempo depois pela Cortez. Menciono mais sobre a Civilização em um post datado de maio de 2007.
Uma combinação entre a minha postura ideológica com a produção editorial da Paz e Terra, compunha esta imagem. Confesso que perdi as várias oportunidades de entrevistar os editores, como Fernando Gasparian (1930-2006), ou Jorge Zahar (1920-1998), ou Ênio Silveira (1925-1996), ou os livreiros Lucien Zahar (1925-1998) com este, eu conversava muito, gostava de ouvir suas histórias sobre a trajetória da familia Zahar e sobre o mercado editorial, transpirava livros, da Livraria Galáxia ou Ernesto Zahar, da Livraria Ler, que apenas cumprimentava. Estes personagens são importantes no panorama editorial do Rio de Janeiro e do país, deram enorme contribuição à industria e o comércio do livro. Ênio Silveira não cheguei a conhecer, mas freqüentei como já apontei nestas páginas algumas vezes a Livraria Civilização Brasileira, na rua Sete de Setembro, 97 que na parte externa da livraria, na parede havia um enorme cartaz uma frase de Malba Tahan: "Quem não Lê, mal ouve, mal fala, mal vê", representada por três macacos.
Civilização Brasileira, Paz e Terra e Editorial Vitória, são dentre algumas representantes da produção intelectual da esquerda brasileira e localizadas no Rio de Janeiro; não defini o período, no entanto, tenho lido, para melhor compreensão, a partir da compra da Revista do Brasil, em 1918, surge a Editora Monteiro Lobato e Cia; passando pela Companhia Editora Nacional, criada em 1925 por Monteiro Lobato (1882/1948) que promoveu verdadeira reviravolta no mercado livresco, em sociedade com Octalles Marcondes Ferreira (1899//1972) de enorme contribuição. Para fazer qualquer leitura sobre o mercado editorial brasileiro, não se pode perder de vista a importância destes editores.
Outro dia, em conversa com Paulo Adolfo, um dos diretores da Editora Brasil-América (EBAL), uma das mais importantes editoras de histórias em quadrinhos de nosso país, fundada em 1945 por seu pai, o editor Adolfo Aizen, sugeriu que tivesse o Rio de Janeiro como fio condutor de minha pesquisa. Pelo caminho que estava tomando, fiquei convencido que ficaria muito abrangente, examinaria as editoras surgidas ou desaparecidas em diversos estados, na verdade, nem sei se daria conta, pois precisaria de um suporte que não disponho, sem dúvida, uma limitação para empreender tamanha tarefa.
A Paz e Terra foi adquirida por Fernando Gasparian de Ênio Silveira, a Paz e Terra fazia parte da Editora Civilização Brasileira. No obituário que li, em alguns deles, há referência que Fernando Gasparian foi quem fundou a Paz e Terra, um equívoco, a editora foi criada no interior da Civilização Brasileira, iniciando como Revista Paz e Terra em julho de 1966 e havia uma enorme participação do poeta Moacyr Félix, também editor e organizador de revistas e antologias. O sociólogo Waldo César, foi diretor da Revista Paz e Terra no período de 1966-1968. Quero deixar claro que não existiram apenas as editoras citadas como de esquerda.
*Continua na próxima oportunidade
11 comentários:
Olá!!! Amigo Wilton!!!
Estou sentindo sua falta, como vai?? Têm se dedicado bastante aos livros???Parabéns!!! Apareça quando puder, vc faz falta.Abraços.
Amigoooooooo Wilton,
Estou sentindo sua falta, onde estás??? Têm trabalhado muito??? Apareça lá no Compartilhando as Letras, sua presença traz muita alegria.
Amigo Wiltom,
Obrigada pela visitinha, a gente se acostuma com os amigos e sente falta. Fiquei muito feliz.Boa semana e sucesso nas vendas!!!!!
OI Amigo Wiltom!!! Tudo bem??? Como vai??? Muito trabalho?? Muitas vendas??? Que vc tenha muito sucesso!!!!!
Amigo Wiltom,
Fiquei muito felizcom sua visitinha.Vc está de parabéns, têm que curtir os netos mesmo, a vida voa e precisamos estar sempre presente próximo aos nossos.Aconselhando,amparando,dando bom exemplo.Legal,gostei!!!!!! Eu trabalho em Escola, quando vc quiser fazer demonstração de livros lá, é só me avisar.Minha Escola têm 1200 alunos e um monte de professores.
OLá!!!
Já linkei seu Blog lá no meu.VC já viu??? Passe por lá, estou sentindo falta de seus comentários e de suas visitinhas.
Amigoooooooooooooo Wiltom,
Onde vc estás??? Têm post novo lá no Blog, apareça!!!!!!
OI!!! Amigo Chaves,
Gostei muito da sua visita, volte sempre que puder, ok??? Têm nova postagem, eu atualizo o Blog diáriamante.Sucesso com os livros?!!!!!
Eu tenho muitos livros da Paz e Terra. Engraçado isso... há algumas editoras que acabam ganhando nossa preferência. E outras que compramos porque são mais baratas...
Quais suas preferidas, Chaves?
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