segunda-feira, maio 01, 2006

O Primeiro de Maio

Manuel Martins : Pintor, Ilustrador, Gravador, Desenhista e Ourives. Um dos integrantes do Grupo Santa Helena. Considerado como o ilustrador da vida urbana. Nasceu no Brás, em outubro de 1911 e faleceu em 1979. Filho de imigrantes portugueses. Começa a trabalhar em uma ourivesaria . A partir de 1924, adquiri o dominio da gravura. Conhece o escultor Vicente Laroca que lhe aconselha a freqüentar a Escola de Belas Artes. Estabelece conhecimento com artistas como: Volpi, Zanini, Rebolo e passa a dividir o ateliê no Palacete Santa Helena. Trabalha em relojoaria, exercendo atividades no comércio, aproxima-se da vida proletária. Pintou paisagens do centro e arredores de São Paulo.
Ilustrador de vários romances, como: O Cortiço e Bahia de todos os Santos. Carlos Scliar o considerava como ingênuo e primitivista. Na verdade, o artista é testemunha das transformações da vida urbana dos anos 30 e 40. Conseguiu captar para a sua arte este momento. Em 1937, participa de exposições da Familia Artisitica Paulista (FAP).
(Fonte de Consulta: Pintura Brasileira. com ( que não dispensa o comentário de um grande e interessante site sobre pintura brasileira, que vale sempre uma visita), MAC/SP- Carolina Amaral de Aguiar,Wilkipédia)
___________________________________________

Olá!
Volto a Quitanda para colocar mais um texto em que trato de maneira ficcional temas que fazem parte do nosso cotidiano. Continuo com minha caminhada pelas areias de Copa, em companhia de Marilene. Ramom tem aparecido, cada vez mais levado. Passou a fase de me ensinar a digitar. Agora, qualquer vacilo que eu tenha, assume sem cerimônia o teclado e faz resistência para não sair. Engraçado como o meu neto, gosta de computador. Temos que inventar que o computador foi dormir(desligado) para que saia do trono, caso contrário, insiste em ficar digitando, apertando várias teclas.
Agradeço pelas visitas e os comentários deixados no mural. Desejo que tenham um ótimo feriado.
*****************************************

Na sede do Reino da Bicholândia, havia um burburinho e a boca pequena comentava-se que ele estava assim, por engolir muitos sapos de uns tempos para cá. O seu momento atual dava para ser percebido à distância.Todos repararam no comportamento taciturno de Lula Lelé. Uma tristeza sem fim. Para passar o tempo, foi contratada uma sabiá cantante, tocadora de sanfona, para cantar próximo ao pé da escada: “Tristeza, por favor vá embora”, acreditavam que cantando espantavam todos os males. Tudo o que foi feito, não adiantava, o molusco cefalópodes ficava na dele, muito sisudo. De pouco riso, com cara de ter perdido os amigos. Fingia ignorar tudo o que se passava a sua volta, para alegria de uns poucos. Uma decepção só, comentou um dinossaouro, velho militante, em uma roda de chifrudos, em um canto do salão. Era ele, não havia dúvida. O que se ouviu dizer era que Lula Lelé estava isolado, muito jururu, pois, há dias que vinha pensando, apenas na morte da bezerra.Inúmeras piadas foram contadas e Lula Lelé, permanecia inerte, sem conseguir esboçar qualquer sorriso.
A oposição do Dogue Alemão, Gato Baiano e do Crocodilo Amazonense, oportunistas como sempre, espalhavam, que ele ficou com medo de ser feliz. Diziam cobras e lagartos. Semeavam o caos. Instigavam de tudo que era jeito, mas deram com os burros na água. Um cordeiro que trabalhava na Voz da Floresta, acompanhava atento as reivindicações risíveis da oposição, carregando na bolsa, diversas fitas e uma caixa de papelão.
Desde do dia, em que houve uma revoada de pombos trabalhadores assustados com os morteiros, que Lula Lelé sentiu-se cada vez mais isolado. Ficava cabisbaixo, dando voltas seguidas em torno de si. Ou, ia de um lado ao outro sem parar. Segundo testemunhas, ele ficava muito tonto, alguns serviçais diziam, que estava lelé da cuca. Lula Lelé, não conseguia falar cré com cré, nem lé com lé.O desespero tomou lugar da esperança.O forte cheiro de ilusão tomou conta dos ares da Bicholândia.
O Lago da Capivara, abandonado, não era mais usado para nadar, servia apenas, para lavar a roupa suja.Ajudantes de ordem não sabiam mais de quem recebiam ordens, desde que o Abelhudo, o Bode Ludovico e o Ganso do Ribeirão foram parar em outras bandas.
Era um momento de caos. Nuvens negras pairavam no ar. Fantasmas sobrevoavam o espaço, espalhando pavor, chegando anunciar que o banco central da praça, onde muitos ficavam sentados olhando pro céu, iria ser retirado do local. Houve protestos isolados.
Para voltar aquela alegria inicial de quando foi parar na Bicholândia, foram oferecidas pelos corvos, algumas das melhores lebres e pererecas do pedaço. Fizeram de tudo para distrair, queriam resgatar aquela alegria, o largo sorriso na face de Lula Lelé.Uma anta com livre trânsito,foi chamado às pressas para trazer duas gatas, que fizeram muito sucesso em uma festa realizada na mansão do Lago da Capivara.Nada adiantou, nem a dança das garrafas oferecidas pelas coelhinhas que circulavam livremente pelo interior da casa, resolveu.
A tristeza abatia o lider maior da Bicholândia.Muitos dos presentes, acharam que estava assim, por ter conhecimento de que o Porquinho do Ribeirão Negro, bateu a caçoleta e o corpo está desaparecido; alguns urubus de plantão suspeitavam que o corpo do renitente companheiro de lutas, acabou em uma churrascaria.
Noticias que circulavam, era que um caminhão da coleta de lixo bateu em um poste, fazendo vítimas. Na remoção dos corpos, constataram que o Porquinho, uma das vítimas, sofreu graves lesões e foi transferido para cuidar da saúde em uma clínica.
Nas cercanias da moradia onde Lula Lelé habitava, dava para escutar um forte alarido, um movimento de animais vindos de diferentes partes da floresta, gritavam uníssonos : Um, Dois, Três, não queremos Lula Lelé outra vez... passavam bandos de maritacas , gambás e fuinhas que entraram pela quadra, empunhando megafones, faixas e cartazes. Assessores estavam preocupados para não deixar o líder saber, que a hora da festa de comemoração dos bichos trabalhadores se aproximava. A tropa de choque muito atenta, compostas por águias, macacos e dromedários, ficou de prontidão. Por ordens do chefe, soltaram os cachorros e uma dúzia de mutucas para sair picando quem encontrasse pela frente.O chefe ria tanto que arreganhava os dentes, por saber do efeito da picadura na população de animais que transitavam para festejar o dia do animal trabalhador,provocaria fortes dores e inchaço.
Chegado a hora. O som rolava solto. Muita pinga com limão. Um formigueiro sem medo do tamanduá, fez vaquinha para ir em caravana, comemorar o dia do trabalhor desempregado. Entraram lentamente no eixo, dali, partiram para o ataque. Simpatizantes do movimento dos sem chão, juntaram-se ao animado grupo das abelhas dissidentes, que carregavam estalinhos e outros fogos. Uma minoria que rezava na mesma cartilha, resolveu soltar palavras de ordem, durante a manifestação: "Animais unidos, jamais serão vencidos".
Um gato escaldado, com medo de água fria, que certamente jogariam sobre ele, ficou escondido para não ir a manifestação. Andorinha Lolo bem do alto, tomava sol e agitava a galera. Um pintassilgo punk, queria pertubar o ambiente, ninguém prestou atenção, que acabou por saltar fora, desaparecendo na fumaça dos carros.
Em um bar próximo ao evento, duas águias e um papagaio, devotos do partido, discutiam o papel da organização partidária, em comandar as mudanças históricas necessárias.Um blá blá sem fim.Um agente vira-lata espreitava da janela a situação dos manifestantes.Eis, que para a surpresa de muitos, passa diante da casa de Lula Lelé, um gato preto e um bode da mesma cor. Pronto! Era o que faltava.
Uma gralha exaltada, tomou o microfone de uma toupeira e pediu uma escada para subir ao palanque: Senhores e Senhoras, Ilustres Vertebrados e Invertebrados moradores do Reino da Bicholândia. Prestem atenção! Lula Lelé está assim, por não cumprir o pacto que fez com os humanos.Deu diversos passos para trás, recuou e fingiu ser o que não é. Lula Lelé não fala lé com lé e não dá para acreditar mais nele.Lula Lelé, vá procurar a sua turma!Por ordens, não sabe muito bem de quem, foi mandado encerrar a festa.
Mandaram instalar um circo de um lado e uma pizzaria do outro. Uma hiena exaltada, bradava, até que enfim, estamos ao lado das massas. Pão e circo para todos! Lula Lelé dormia o sono dos justos.
*"Como será o amanhã responda quem puder". "O que irá me acontecer"

Obs: * O Amanhã, cantado por Simone, composição de João Sérgio.

8 comentários:

Laura_Diz disse...

Wilton, sabe que fu abrir seu link lá e cai na USP? o que será isto? outro dia foi o blog do santos passos... eu hein?
Tudo bem por ai?
Esta Bicholândia vai mal, agora com os vizinhos em polvorosa ficará pior.
:)
bjs querido, fico feliz em saber que tem caminhado, está se sentindo mais leve? responda por email.
Ainda estou sem o outlook arghhhh
bjssss elianne

Jonas Prochownik disse...

Boas caminhadas pra vc. e otima semana. Jonas.

Anônimo disse...

Caminhar ao ar livre é uma maneira simples e prazerosa de se entrar em forma, além de proporcionar um bom condicionamento físico. Continue com este hábito saudável, muito bem acompanhado pela sua querida Marilene.
Um grande beijo para o Ramon.

Anônimo disse...

Bom dia......

ri ao lembrar de quantas vezes disse pra minha filha que objetos teriam ido dormir.....
Obrigada por nos contar as coisinha do Ramon e por me trazer doces recordações.....
Bjs....

Lia Noronha disse...

Wilton: essas novas fases do Ramom...acompanhadas de perto pelos avós são muito interessantes! Descobertas e mais descobertas...Adorei o texto e te envio um abraço bem carinhoso nesta sexta-feira repleta de sol e de surpresas!

Anônimo disse...

Gostei da forma como vcs distraem o Ramon...o computador foi dormir...rs!
Bjos...tenha uma linda sexta-feira de muitas emoções.

Vera F. disse...

Wilton, a situação não tá fácil nem o reino da bicholândia. É uma decepção atrás da outra que estamos ficando sem opção de voto. Um se deixa enganar pelo Chavez e seu pupilo Evo, o outro come buchada no norte para ganhar votos porque nem onde residente está conseguindo manter a sua preferência e o outro se presta a essa palhaçada da greve de fome. A pouca consideração que alguém poderia ter por ele, foi pelo espaço. Aliás isso é um tema para tratar na bicholândia(vale a pena a greve de fome por não conseguir provar que é inocente?).
Que país é esse???
Bom domingo.
Bjos.

Isis B. disse...

EHHH! Um ano de blog de meninas!
Como tu faz parte dessa história, passa lá para dar os parabéns!
Beijos
Clementine K.