segunda-feira, outubro 24, 2005

A Breve Infância do Bode Ludovico.

Dionisio Del Santo: Nasceu em Colantina, no Espirito Santo, em 1925 e faleceu na cidade de Vitória, em 1999.Começou a pintar de forma autodidata, a partir de 1951.Reside no Rio de Janeiro, desde de 1949.No Museu Nacional de Belas Artes, há trabalhos doados pelo artista em exposição.Pode ser observado na página do Museu na web, na coleção de Gravuras Brasileiras. A obra de Dionisio, está presente na serigrafia, como referência na coleção de Fabio Settimi. No MAES - Museu de Arte do Espirito Santo, há grande destaque para a coleção do artista, considerada a maior do Brasil, provinda de doações.Dionisio foi vencedor de várias exposições, como a do IBEU, em 1978 e participação em várias mostras.Um pouco antes de sua morte, o MAES, promoveu uma restropectiva de sua obra.Fonte: Escritorio de Arte, MAES.
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Olá! Como já é do conhecimento dos amigos, hoje pela manhã, caiu um forte temporal na cidade do Rio de Janeiro, ruas alagadas e acidentes.No momento em que escrevo, a chuva deu uma parada. O tempo para ver os estragos. Ramom, o meu neto, compareceu na sexta e ontem para ministrar aulas em meu colo.
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Nascido no meio de uma família de bovídeos , logo, foi abandonado para viver com os avós. Seus pais há muito tempo não rezavam mais unidos. O pai fora acusado pela mãe de ter sido um cabra safado; ele por sua vez, acusava a sua companheira, de ser uma cabra vadia.Conviveram por muito tempo com estas ofensas, trocas de elogios e chifradas. Não havia mais hora para começar, a qualquer hora do dia, discutia-se a relação por qualquer coisa.Ela o chamava de cabrão, de chifrudo. Reclamava aos quatro cantos, para quem tivesse interessado em ouvir, que há muito tempo, não a cobria mais e nem para as suas tetas caídas, ele olhava. Perdeu o interesse. Ele, por outro lado, escrevia bilhetes em mal traçadas linhas, dizendo que ela, dava mais que chuchu na serra.Que ela vivia na zona, com um famoso chupa-cabras, seguindo os seus cascos. Aquela união estava chegando ao fim. Não demorou muito, cada um , seguiu o seu rumo.
Ludovico ao escutar e presenciar aquele cenário, mesmo tapando as orelhas e os olhos, os que os pais diziam um para o outro, acabava sempre no maior bode Cresceu ouvindo avó Cabrália, contar historinhas na hora de dormir. Uma das que deixava mais assustado era a do Bode Preto, mas sempre pedia para repetir, o trecho que mais gostava: “Certa vez um caçador, ao atravessar uma ponte, avistou um vulto do outro lado...”, outra história que ouvia com interesse, era sobre a Cabra Cabriola , que era um monstro horrível, botava fogo pelos olhos, nariz e pela boca e que entrava nas casas das crianças, durante a noite para devorá-las. Sua avó, garante que ela, chegou a ver a tal cabra, uma espécie de meio bicho, meio monstro, quando morava em um roçado, no sertão.Confidenciou ao neto foi quando fez xixi na cama e por pouco não apareceu. Preferiu aparecer na casa do vizinho, que moravam vários meninos.
Sua brincadeira preferida, era a cabra-cega e pular a cerca para paquerar uma cabritinha. Ludovico, adolescente, ficou apaixonado por um pé de cabra.
Há muito tempo que não recebia noticias de seu pai, no entanto, mais tarde a única e definitiva noticia dele, era de que tinha comido capim pela raiz. A noticia foi trazida pelo pombo-correio Honório.Que sempre que encontrava tempo, gostava de trocar umas idéias com Ludovico, ensinando as coisas da vida. Honório, pombo experiente, sacou que Ludovico, ficara triste com a noticia recebida. Gostava do pai, embora, o pai, não pudesse dizer o mesmo dele.Ludovico era ligado ao pai, deixou como homenagem o crescimento de sua barbicha. Gostava de apostar corrida com o pai e vencia todas.
Meses depois, sob um imenso lamaçal provocado pelas violentas chuvas na região, ficou atolado no lameiro. Era lama por tudo que era lado. Ludovico movia-se com dificuldade, passou um pano nos óculos e começou a ler o bilhete que acabava de receber.Reconheceu pela caligrafia, tratar-se de um primo de segundo grau. Dentre as várias conversas para encher lingüiça, havia uma, que mereceu atenção por parte de Ludovico, era um convite para uma boquinha, lá nos arredores do Plano Alto do Centro. O primo insistia e declarava as facilidades, as mordomias, caso ele aceitasse o convite. A resposta para o primo, de imediato, parto em seguida para assumir o cargo, desde que, seja um trabalho honesto, em prol dos homens e dos animais, aceitaria sim, de bom grado.
Largarei esta vida do sertão, de miséria, de minha mãe, aquela cabra vadia que me abandonou e deixarei em paz o meu querido pé de cabra, seguirei o meu destino, de mala e cuia, sem medo de ser feliz.Dali em diante, a vida do Bode Ludovico, mudou completamente.Passou a ser um militante das causas humanitárias.

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