segunda-feira, outubro 03, 2005

Notícias do velho Bode Ludovico










Artista Plástica, nasceu em Caruaru, Pernambuco, em 1950, residente no Rio de Janeiro,Edineuza Bezerril, é uma artista que ganhou diversos elogios sobre a sua obra.Participou de diversas mostras coletivas e individuais.Produziu trabalhos em xilogravura, como cenógrafa no Teatro Gláucio Gil.Participou do Primeiro Festival de Artes de Santa Teresa.Formada em Pedagogia em 1969 e nos anos 70, fixou residência em Santa Teresa. Referência em vários livros de arte.Carlos Scliar para uma descrição desta interessante artista, diz:"Cada um vê o mundo com os olhos que a vida ensinou.Mas a expressão de um pintor tem as suas leis próprias que ele nem sabe o que tem.Se a pintura é estado de poesia com linguagem própria - reinventada por cada pintor.Edineusa nasceu pintora e está marcada a significar uma presença em nossa arte."(Fonte: HC Galeria, Pitoresco)


Olá! Depois de ter recebido as aulas antecipadas para o dia de sábado, o meu neto, que não concluiu a lição, resolveu atender o apelo dos pais para ir à praia.O horário que resolveram, eu e a avó, não gostamos. Principalmente eu, que nunca fui à praia, as onze horas da manhã.O que faz um neto, com o avô. Primeiro que não é recomendado, mas os pais acharam que podia,lá fui eu e mais tarde avó para ver pela primeira vez, o contato de meu neto com o mar. Assim que chegou ficou assustado, evitava aproximar da água.Achamos muito gozado o experimento da água salgada, a expressão que fez, foi hilária.Para mim ir à praia ou caminhar,este último, o que mais faço,é sempre bem cedo.Não gosto de praia depois das 10.Como moro bem próximo, a praia, resolvemos trazer o menino para casa.Reduzimos sob protestos, a permanência por mais tempo do neto. Os pais ficaram.Hoje, um dia ensolarado, aproveitei e deixei, a continuação de um post anterior, uma fábula politica que trata do sumiço do bode,publicado no mês passado.Deixo no varal parte da continuação do texto. Um bom final de tarde.

Durante a madrugada, uma notícia em edição extraordinária, dada pela Rádio Papagaio – a que repete as mesmas monótonas noticias durante toda a programação -. Exatamente às três horas e três minutos e três segundos, o locutor de plantão que cochilava , levantou assustado para comunicar: Atenção!!!Atenção!!! Há fortes indícios de que foi visto entrando, acompanhado, uma estranha figura semelhante a um bode velho, em um local suspeito, nas cercanias de Plano Alto do Centro.
Sob a proteção do anonimato, mas que desconfiou, ter sido uma hiena, pois, não parava de rir, informava que figura semelhante a um bode, continuava ,o locutor plantonista, que apresentava uma gagueira repentina quando tratava de noticias de impacto e de interesse da população. Volto a repetir:Atenção!! Atenção!! O local descrito, é muito freqüentado, por diversas raposas militantes, algumas galinhas liberais, diversas piranhas oxigenadas, gatos malhados e gatas saradas, ratos espertos e espertas ratazanas, coelhinhas desnudas e antas politicas.
Uma noite movimentada e agitada, dentro e fora daquele prédio.Carroças, carroções,carrinhos de mão, velocípedes,patinetes e triciclos atrapalhavam o trânsito nas pistas.Um pixote de cabelo rastafari, sem ser incomodado, vendia amendoins em pó, balas de "ioguti" e outras guloseimas.Toda a mercadoria em promoção.Um engraxate conseguiu dar um brilho no pisante de uma autoridade.
Leões-de-chácara, atentos controlavam a entrada de estranhos, um pato fingindo ser ganso foi barrado; mesmo possuindo as credenciais da Granja do Ovo Virado, não tinha sido reconhecida a assinatura do Molusco, pela portaria. A grande falha observada, apontava, o local indicado,como do lado esquerdo e o Molusco, deixado levar-se por sua assessoria, entendeu que teria de assinar pela direita.Deu no que deu, o companheiro pato, foi barrado.Não adiantou mostrar a velha carteirinha do partido, não foi reconhecida, parece que sofreu o desgaste natural do tempo.O pato, pateta ficou; mesmo assim, descrente, por pouco não levou uns safanões.
A qualquer momento, voltaremos...em edi...A noticia foi interrompida, por um apagão na cidade, ficando sem energia, por poucas horas.O telefone, subitamente desligado.Não muito distante dali, algumas quadras da realização da festa, apareceu uma cabrita, de cílios postiços, com a boca cheia de formiga. Dois cães policiais indicados por ordens superiores, iriam conduzir as investigações,ficaram muito cabreiros, com o que farejaram.Pareciam estar diante de um intricado problema de exploração. Um tamanduá, junto com um amigo da onça, rondava o local, mas acharam melhor cambar fora.Na corrida, o tamanduá esbarrou, em uma mala preta, camuflada, que estava encostada em uma parede da suntuosa sede do partido, base de sustentação do Molusco.Um alto dirigente, no interior da carroça importada, observava o movimento; mandou em seguida o seu motorista, disfarçar e apanhar a mala. Com dificuldades pelo peso, conseguiu com muito esforço carregar a mala, para o interior da carroça. Seis baba-ovos, escolhidos a dedo pelo dirigente, ajudaram no interior do prédio do partido, a carregar a pesada mala.
No dia seguinte o sol nas bancas de revistas, iluminava as manchetes do jornal de oposição; o Tagarela, do grupo Folhas Soltas, lembrava em letras garrafais: Por onde anda Ludovico, o bode velho, que sumiu, ninguém sabe, ninguém viu? Uma nota em pé-de-página, assegurava que o bode, tinha sido visto, pelas bandas das Gerais.Precisava mais uma vez, de confirmação, de checagem dos dados que foram passados por uma araponga. A noticia dada pela madrugada pela rádio Papagaio, não se confirmou.A verdade que foi apurada, tratava-se de um gato pardo, que durante a noite foi confundido com um bode carregando o que parecia ser pela distância, uma sacola.A manchete do jornal concorrente, insistia em requentar a noticia, em seus vários veículos, tanto no rádio, na tv, na internet, garantia que Ludovico, o velho bode, foi visto na capital, carregando uma mala preta, informação prestada em off, por um espírito de porco.Perseguida pela imensa legião de focas em busca da noticia , acabaram na pressa, todas, se dirigindo ao circo.Era, o inicio do grande espetáculo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei o seu trabalho, como posso visitar o seu atelier?

Eliane