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Olá! Bom dia! O tempo, está nublado aqui no Rio de Janeiro. Ramom de volta e aparece durante a semana. Deixo pendurado no mural da Quitanda este texto.
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Fazia sol naquela manhã. Celina passeava distraída pela Avenida Copacabana e ao olhar uma vitrine, após pensar muito, resolveu comprar um estojo de maquiagem em oferta. Estava próxima de casa, atravessou o sinal, aproveitou para comprar um vestido, que há algum tempo pretendia comprar. Escolheu o azul, que se destacava no mostruário por sua beleza e simplicidade.Celina nesta manhã acordou diferente, não fumou e nem pegou o jornal deixado do lado de fora da porta do apartamento, tampouco, preparou o café.Reinaldo, seu filho mais velho, estava acordado e observava os movimentos da mãe pela porta entreaberta. Levantou, deu dois passos e dalí, reparou que a sua mãe, não arrumara a cama, deixara roupas e lençóis espalhados. Achou estranho o que estava vendo, mas acabou não dando muito importância e voltou a dormir, sem antes, escutar o barulho da porta da sala, sendo fechada.
Celina estava aposentada, foi casada com Ricardo, colega de profissão e pai de seu segundo filho. Ricardo, não foi uma grande paixão, conheceu, assim que entrou para uma grande loja de departamentos, foram apresentados por uma colega em comum, quando almoçavam em um restaurante na Travessa do Ouvidor, no centro da cidade. Ricardo estava na ocasião em processo de separação de Sandra, que muitos conheciam por sua militância nas ruas da cidade.Nos momentos de paralização, de greve, estava Sandra, sempre em atividade, discursando e distribuindo panfletos.Uma incompatibilidade ideológica, foi o motivo maior da separação do casal. Ricardo não tolerava a conduta de sua mulher, que cada vez mais, se envolvia na militância sindical, e que gerava atritos incontornáveis dentro de casa. Ricardo ficava de um mau humor incrível ao ver Sandra com aquele grupo, segundo ele, de babacas e desocupados.Na volta de Sandra para casa, era o incio das desavenças, das discussões, das ameaças verbalizadas.Um ódio latente, era desenhado no interior de cada um.Territórios era marcados, eu aqui e você ali.Os desencontros apresentados no tribunal, tomaram os melhores caminhos, cada um, por uma via.
Celina e Ricardo, depois de algum tempo, estavam sempre juntos, eram inseparáveis, era o casal 20, como Roberto brincava com eles, ao passarem juntos nos corredores do prédio em que trabalhavam. Depois, de longo tempo de vida em comum, Celina pediu a separação. Pensou, repensou, ouviu o coração, dialogou com os seus botões, e decidiu que não ficariam mais juntos, cada um, à partir de agora, morariam em casas separadas.O silêncio, a mudez, as conversas surdas, não circulavam mais naquele ambiente.
Celina, depois da compra, entrou em um restaurante, pediu o cardápio, almoçou e foi para casa. Reinaldo, trancado no quarto com o som bem alto, não percebeu a presença da mãe. Celina, tomou um banho, usou o estojo, colocou o vestido azul, uma das cores que mais gostava. Diante do espelho, apenas refletindo a sua imagem sorridente, com expressão de felicidade eterna.