quinta-feira, abril 21, 2005

Habemus Barão do Humor!

Olá!
Pretendo ser breve. Andava de um lado para o outro, ou mesmo, em círculos...Distraído, pensando na vida... acabei dando uma canelada na quina da prateleira em que fica exposta a seção de humor. Precisava ter este momento,um pouco de riso pois, a batida, não foi de brincadeira. Doeu e acabei rindo do meu gesto. Não sei se choro, ou se rio. Prefiro rir, melhor ainda, quando se localiza perdido, umas anotações que um velho amigo de infância, me presenteara. Ele deu-se ao trabalho de copiar algumas das antológicas frases revestidas de humor, com pitadas de sarcasmos, de autoria de um gaúcho, nascido em 29/01/1895. Seu nome: Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé.Há uma vida muito interessante pelo seu envolvimento com a imprensa. Foi eleito vereador pelo PCB, em 1947 e depois cassado. Deixou para nós, uma curiosa frase, após a saída de prisão, declarando:"Saía da vida pública para entrar na privada." Trabalhou em O Globo, A Manhã, de Mário Rodrigues. Fundou seu próprio jornal A Manha no ano de 1926. Apparício tinha um grande senso de humor. Foi perseguido no governo Vargas. Espero ainda a qualquer momento voltar colocar aqui na parede da Quitanda, mais pitadas, sobre o nosso Barão do Humor. Um homem muito inteligente, sarcástico e combatente. Em sua campanha para vereador, tinha sacadas geniais, como: "Mais água e mais leite. Mas menos água no leite". Na década de 50, lembro das filas do leite, do caminhão do leite, e dos vidros de litros de leite que comprávamos, também em padarias e nos incipientes supermercados, como por exemplo: Casas Gaio Marti, Pague Menos. Casas da Banha. Uma das reclamações da população era sobre à agua no leite. Pretendo retomar a conversa sobre Barão de Itararé, brevemente. Por enquato, ficam com este, que coloco na vitrine da Quitanda.
O material exposto pode ser encontrado em livros sobre o autor. Recomendo "Máximas e Mínimas do Barão de Itararé", editado pela Record e autoria de Afonso Félix de Sousa", 1985. Há também um bom livrinho editado pela Brasiliense(editora Danda Prado), na coleção "Encanto Radical", de autoria de Leandro Konder. Há páginas e livros que abordam o autor. Livros de sua autoria, ainda encontram-se no circuito dos sebos.
Transcrevi algumas das frases que meu amigo me presenteou:
"Nunca desista de seu sonho. Se acabar em uma padaria, procure em outra."
"De onde menos se espera, daí é que não sai nada"
"A sobrancelha é o bigode do ouro"
"O Brasil é feito por nós. Só falta desatar os nós"
"Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato"
"Cada um dança com as pernas que tem"
"O homem que se vende recebe sempre mais do que vale".
"Que faz o peixe, afinal?...Nada
"O feio da eleição é se perder"
"Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa"
"O fígado faz muito mal à bebida"
"Deus dá peneira, a quem não tem farinha"
"Com dois olhos todos deveria ver em dobro"
"Só o que bota pobre pra frente é empurrão."
"Quem inventou o trabalho não tinha nada o que fazer"
"Mais vale um galo no terreiro do que dois na testa"
"Pobre, quando tira a mão do bolso, só tira os cinco dedos"

Ontem, não consegui escrever, postar alguma coisa para ser lida. O Blogger, parece que estava em manutenção. Não havia como conectar. Consultando os rascunhos da lembrança, surgiu de imediato o nome de uma grande escritora, que ficou à margem do mercado editorial. Lidei com muitas editoras, trabalhei diretamento com editores. Atuei por mais de 20 anos. Andei, enquanto, distribuidor, distribuido várias editoras; uma delas, editora paulista, Paulicéia(Perosa editores - um pessoal muito simpático).Trabalhei com Beatriz da Hipocampo - uma pequena editora que ficava em sua casa, no bairro de Botafogo, no inicio dos anos 80. No catálogo dos Perosas(Paulicéia), constava título de Hilda.Voltei a entrar em contato, desta forma com esta escritora, natural de Jaú, em Sâo Paulo. Nasceu nesta cidade em 21 de abril de 1930 e vei a falecer em Campinas de infecção, em 4 de fevereiro de 2004, aos 73, após uma cirurgia. Estive em contato de seus livros também, pela Massao Ohno e por uma outra editora Roswita Kempf. Lembro que foi nos anos 80. Na livraria Quarup, em Ipanema, onde fui livreiro, arrumei um espaço para poesias e outros assuntos. Hilda sempre ocupava um espaço dentro da livraria.
Vou deixar apenas este verso de quem, Hilda, segundo comenta-se, recusou seu amor. Este poeta era um homem apaixonado. Assim, como o nosso grande compositor Chico Buarque, Drummond, esbarrava com mulheres e olhares apaixonados pelas ruas do Rio. Há casos e sei disto, por ser uma amiga dileta. Acho que vale a pena ler o que tem para contar...Para maiores detalhes, de uma mulher ipanemense e psicanalista que manteve um relacionamento amoroso com o poeta Carlos Drummond de Andrade. Faça uma visisita a um blog muito interessante, para saber de detalhes inéditos, deste envolvimento, da autora do blog com o poeta. Leiam Laura
Aqui, nesta Quitanda, vocês vão curtir um poema de Carlos Drummond de Andrade para Hilda Hilst.

"Abro a folha da manhã
Por entre espécies grã-finas
Emerge de musselinas
Hilda, estrela Aldebarã.

Tanto vestido enfeitado
Cobre e recobre de vez
Sua preclara nudez
Me sinto mui pertubado

Hilda girava boates
Hilda fazendo chacrinha
Hilda dos outros, não minha
Coração que tanto bates

Mal chega o Natal
e chama a ordem Hilda
Não vez que nesses teus girofês
Esquece quem tanto te ama?

Então Hilda, que é sab(ilda)
Manda sua arma secreta:
um beijo em morse ao poeta.
Mas não me tapeias , Hilda.
Esclarecemos o assunto.

Nada de beijo postal
No Distrito Federal
o beijo é na boca e junto"

Mais sobre escritora, leia aqui, nesta página oficial de Hilda Hilst

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