sábado, abril 09, 2005

Quintana na Quitanda


POEMINHA DO CONTRA
Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho!

Boa Tarde! Dia ensolarado aqui no Rio de Janeiro, dei uma ligeira caminhada em direção da Quitanda, para procurar algum texto de nosso poeta nascido no Rio Grande do Sul, na cidade de Alegrete, em 30 de julho de 1906 e falecido em 05 de maio de 1994, aos 87 anos em Porto Alegre. Sempre quando aqui apareço, encontro e desta vez, na gaveta do lado esquerdo do peito, os escritos deste poeta encantador. Escolhi mesmo sendo por demais conhecido, mas é sempre bom relembrar, quem me traz e desperta em mim, um caminho de sensibilidade para compreensão das coisas humanas.Como é muito bom, bom demais, este poetaço. Peguei alguns fragmentos de sua vasta obra.

"A VELHICE É QUANDO UM DIA AS MOÇAS COMEÇAM A NOS TRATAR COM RESPEITO E OS RAPAZES SEM RESPEITO NENHUM"

Do mal da velhice

Chega a velhice um dia...E a gente ainda pensa
Que vive ...E adora ainda mais a vida!
Como o enfermo que em vez dar combate à doença
Busca torná-la mais comprimida...

"Quando a idade dos reflexos, rápidos, inconscientes, cede lugar à idade das reflexões - terá sido a sabedoria que chegou? Não! Foi apenas a velhice."



O AUTO-RETRATO
No retrato que me faço
- traço a traço -
Às vezes me pinto nuvem,
Às vezes me pinto árvore...
Às vezes me pinto coisas
De que nem há mais lembrança...
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão...
E, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
Minha eterna semelhança,
No final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

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