segunda-feira, junho 27, 2005
Fatias de Sonhos
Helio Oiticica - Pintor/Escultor - Nasceu no Rio de Janeiro - 1937/ 1980 - Integra o grupo Frente em 1953, participa de vários projetos na cidade.Autor de Parangolé, que ele considerou como "antiarte por excelência". Hélio foi neto de José Oiticica,filológo, professor do Colégio Pedro II e militante anarquista brasileiro no início do século XX. Inventor da palavra Tropicália, que acabou sendo incorporado ao movimento musical, de Caetano Veloso e Gilberto Gil
Uma breve ausência e retomando pela manhã, as atividades da Quitanda. Comecei remexendo em uma antiga agenda; tenho algumas, que são guardadas em minhas gavetas onde costumo repartir, memórias, lembranças e congêneres... O dia de hoje, havia anotações, sobre o escritor João Guimarães Rosa , apontando que no ano de 1908, nascia em Cordisburgo, a 120 km da cidade de Belo Horizonte. Sem dúvida um dos nossos maiores escritores. Nesta cidade, encontra-se também, a Gruta de Maquiné, com 650 metros de extensão, é considerada como a maior de Minas Gerais. e foi descoberta pelo botânico e zoólogo dinamarquês Peter Lund, em jornada pela bacia do rio das Velhas.
Gosto muito de Guimarães Rosa e quando tive locadora de vídeos no bairro do Catete, no ano de 1996, escolhi Sagarana, como a razão social da firma. Sagarana, um livro que totalizam nove contos. Sua primeira edição data de abril de 1946, com o selo da editora Universal, de Caio Pinheiro, um amigo de Guimarães Rosa. Edições posteriores, foram publicadas pela Livraria José Olympio e que mais tarde, foi adquiridos os direitos autorais pela Editora Nova Fronteira. Neste livro, há explicações através de uma carta de Guimarães Rosa a João Conde, revelando os segredos de Sagarana, na verdade é uma transcrição do livro Relembramentos: João Guimarães Rosa, meu pai, de Vilma Guimarães Rosa, publicado pela Nova Fronteira. O livro Sagarana, o seu último conto, foi adaptado para o cinema, que é: A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1965), uma produção brasileira de Luiz Carlos Barreto, Roberto Santos e Nelson Pereira dos Santos , com direção e roteiro de Roberto Santos (1928/1987), música de Geraldo Vandré. No elenco destacam-se: Leonardo Villar, Jofre Soares (1919/1996), Maria Ribeiro, Mauricio do Valle (1927/1994), Solano Trindade, Geraldo Vandré, Ary Toledo...
Neste mês de junho, no dia 25 do ano de 1957, o Presidente Juscelino Kubitschek, em reunião com o mercado editorial, ouvindo, via INL (Instituto Nacional do Livro), os livreiros, editores e autores, acolheu reivindicação da classe, que passou a obter, tarifas postais reduzidas e ficando isenta de todos os impostos, exceto o de renda. Avanços importantes para o crescimento da indústria gráfica.
Neste mês, no dia 26 de junho de 1969, circula no Rio de Janeiro, o primeiro número do jornal O Pasquim, fundado por Jaguar, Ziraldo, Millôr, Sérgio Cabral, Luis Carlos Maciel, Claudius, Carlos Prosperi, Marta Alencar, Miguel Paiva e Tarso de Castro, que inclusive foi editor do jornal por oitenta números.Havia uma secretária, que se não falha a memória , era dona Neuma. Jaguar, definia na ocasião como:”Vamos fazer um jornal pra baixar o cacete, então todo mundo vai dizer que é um pasquim. Vamos chamar ele de Pasquim de uma vez pra cortar a onda dos caras”. O Pasquim, foi um jornal nascido em Ipanema, embora, com sede em Copacabana, na rua Saint Roman, 142. Apesar da censura, o jornal, inovou na linguagem, na introdução de novos temas e podemos também, observar, mudanças de comportamento.Considerado por muitos, como o mais representativo da chamada imprensa alternativa.Teve uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, atingindo cerca de 200 mil nos anos 70. Ainda poderíamos encontrar como colaboradores do jornal, jornalistas, como Paulo Francis, Sergio Augusto, Ivan Lessa, Fausto Wolff, Ruy Castro. O jornal é desativado em 1991, sofreram censura, atentados a bomba e boicote nas bancas de revistas. Em período negro, recebeu colaboração de diversos intelectuais. Como: Chico Buarque, Antonio Callad, Rubem Fonseca, Henfil.
Voltarei a falar mais tarde sobre imprensa alternativa, agora, mostro o que encontrei pendurado no varal de escritos da Quitanda,
Recortei fatias de meus sonhos para colar
Na realidade, aparei as pontas,
costurei outras, remendei os retalhos.
Coloquei os viés e voei...
Voltei a sonhar e nada de ficar grudado
No estreito caminho por onde passava.
Caminhei por linhas tortas imaginadas
Traçadas,
Por lembranças do nosso tempo. Na paisagem,
Um temporal de emoções vazavam
Pelas ruelas de nossos corações.
Suspirei, tornei a sorrir. E sonho.
Sim! O sonho que você ajudou
A construir com a magia das cores
Abstratas, exatas
Das noites enluaradas que brilhavam
Em nossos momentos de amor.
O enredo de um filme que mostrava
Agora,
Apenas a minha dor,
A frágil dor da perda de um
Sorriso.
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