quarta-feira, junho 08, 2005

O Poeta Paranaense Leminski


Juan Miro - Pintor e Escultor Espanhol:1893/1983 - "Interior Holandes", 1928 Posted by Hello

No dia de ontem e no ano de 1989, morria um poeta muito interessante e que faz parte do panorama da poesia brasileira, nascido em Curitiba, em 1944. Paulo Leminski, um estudioso e divulgador da lingua e cultura japonesa, através dos haicais. Um dos representantes desta corrente no Japão foi Bashô.Aqui, em nosso país houve além do Leminski, haicaístas com: Alice Ruiz (foi casada com Leminski), Olga Savary, Débora de Castro,Paulo Franchetti, Teruko Oda, H. Masuda Goga e muitos outros.
Estudiosos apontam o escritor baiano Afrânio Peixoto (1875/1947), como sendo o primeiro a divulgar o haiku - a poesia tradicional japonesa. Uma junção das palavras haikai e hokku, construida por Masaoka Shiki (1867/1902). O maior poeta japonês desta arte, considerado o primeiro, foi Bashô Matsuo (1644/1694), houveram outros poetas do gênero no Japão e no mundo..Esta forma poética, é caracterizado por três versos curtos e de conteúdos vinculados à natureza. Pesquei na net, um dos poemas mais conhecidos de Bashô( que significa bananeira em japonês) traduzido por Paulo Franchetti:

O velho tanque -
Uma rã mergulha,
barulho de água.

Podemos observar uma outra poesia também escrita por ele:

O silencio
As vozes das cigarras
penetram as rochas

Transcrevo um outro poema:

Primeira chuva de inverno
o macaco também parece querer
uma capa de palha.

Uma que eu encontrei muito interessante:

Porta fechada
deito- me no silencio.
Prazer da solidão.

Outra que achei muito legal:

Chuva cinzenta:
hoje é um dia feliz
mesmo com o Fuji invisível.

Esta encontrada em site português:

Não esqueças nunca
O gosto solitário
do orvalho.

Achei na net poemas de Paulo Leminski, que penso em mostrar para meus caros dois leitores. Estes poemas são narrados nas chamadas da televisão educativa, TV E, da Rede Brasil:

Nunca cometo o mesmo errro
duas vezes
já cometo duas três,
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez.

Como não tenho nenhuma pretensão analitica da obra de Leminski, quero apenas, lembrar que nesta data, que este poeta paranaense nos deixou, mas que continua vivo, muito vivo, em sua obra e em seus admiradores. Também, são preservados na figura da poetisa, escritora Alice Ruiz e nos três filhos do casal. Finalizando, deixo pregado no varal da Quitanda, este poema:

Razão de Ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

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