segunda-feira, junho 06, 2005

Sobre o Cotidiano


Giorgio De Chirico - Pintor de origem grega, nascido em 1888 e morreu em Roma, em 1978. - Principal representante da 'Pintura Metafisica", precursor da Estetica Surrealista. Posted by Hello


Estranho comportamento de alguns setores do comércio.Aqui, no Rio de Janeiro, por exemplo: os supermercados fingem não ser de sua obrigação e responsabilidade manter pessoas com a finalidade de colocar as mercadorias compradas pelos consumidores em sacolas. O supermercado muito "sábiamente" transfere este papel para as pessoas que trabalham na caixa registradora. Observei, neste segmento, uma ampla participação do sexo feminino neste tipo de atividade. Tal ordem de exploração,exige um duplo papel de trabalhadora; caixa e empacotadora, sendo que, este último, a caixa finge, que não é com ela, como a mercadoria tem de ser colocada nas sacolas, cabe ao consumidor, de modo servil, calado, cumprir este papel,o de empacotador, que é regulamentado e devidamente remunerado.É uma profissão, logo, tem de ser vendido como forma de trabalho remunerado. Como estes segmentos, sentem, é esta a impressão que percebo, vergonha de reclamar; calados, mudos sem a noção de seu papel neste contexto, acaba por fazer o que não lhe compete.No último domingo, estava em um supermercado e observei como são bem comportados estes consumidores.Resolvi experimentar que tipo de respostas obteria, e procedi da seguinte maneira, fiquei de braços cruzados, pois não sou funcionário da empresa e tampouco, me dão descontos por fazer esse trabalho.Você não desempenha este papel em outro tipo de comércio, apenas os supermercados aproveitam desta boa vontade do consumidor.Se houvesse um permanente protesto, o supermercado se colocaria de outra forma, se houvesse fiscalização para que cumprisse a lei estadual, em que eles são obrigados a manter profissionais para este tipo de serviço.
Duas caixas depois, uma firma de entregas , fez o papel de empacotador, isto é, simples. o trabalho que ele fazia, seria correspondido pela remuneração de um valor que eu ignoro e nem vem ao caso, mas que só foi feito por ele, porque, obteve ganhos com esta tarefa.É uma exploração no tratamento do consumidor, além dele escolher o supermercado por algum critério, ainda divulga a logomarca da empresa, através de sacolas.Dá uma visibilidade à empresa.O comportamento deste segmento de consumidores, apenas reforça a situação de desemprego. Quantas pessoas ficaram desempregadas ou não são empregadas,se os mercados utilizam esta mão-de-obra, sem nenhum custo. Quando fico irritado eu provoco, a formação do aumento da fila, de modo que, gera uma demora no atendimento aos consumidores. Quando aparentemente assumo esta função, fico bastante moroso, até que a caixa, cumpra querendo ela ou não, o papel que não cabe nem a ela, nem a mim.Ela, se estiver insatisfeita com as relações de trabalho, que vá queixar-se com a empresa ou aos órgãos competentes.Eu,além do protesto, fico exposto aos olhares de censura e reprovação.
A falta de troco é de praxe, nem adianta, matérias jornalisticas como as do jornal O Globo, apontando esta irregularidade e nomeando as empresas.A fiscalização só funciona através dos holofotes e das cameras da tv.O supermercado e outros segmentos do comércio, resolveram de algum tempo, não dar o troco quando ele resulta em um centavo. Não entendo este procedimento de algum gênio do marketing; de que uma mercadoria, no valor da unidade nove(9), não tem de dar troco ou satisfação ao cliente. Muito interessante o olhar de recriminação que são lançados contra você, ao pedir, o insignificante valor de um centavo, seja do caixa ou do da pessoa que está próxima. Muito dificil é arrendondar o troco em seu beneficio, sempre, a favor do "patrão". Acho uma falta de respeito, seria mais transparente e honesto, você colocar o preço na quantia exata e não desta maneira, um jeito esperto e típico de quem gosta de levar vantagens. No final resulta em ganhos para o empresário, claro, que para o caixa que não deve ser, pois, emprestaria uma imagem equivocada ao trabalhador, ser ele desonesto, gerador de desconfiança, se houver dinheiro demais no caixa, com certeza, não fica para o responsável pelo caixa ou o gerente.Tem o destinatário certo...O código do consumidor, é ignorado por estes comerciantes, tratam com desdém as leis que protegem os cidadãos.
Como a falta de respeito impera e vigora entre determinados grupos sociais, se o mundo é dos espertos, porque se haveria de respeitar as leis formais. Há determinados tipos de leis, que são respeitadas, aquelas em que o mundo do tráfico dita como ordem a ser cumprida. Imaginem como estas relações são exercicidas em uma escola, por exemplo, li em uma noticia de jornal, que uma garota foi pega em flagrante colando em uma prova, a professora disse que ia dar zero, a aluna respondeu em tom de ameaça, dizendo em voz alta: "Isso não vai ficar assim". Ser professor hoje é sinal de que vai ser desrespeitado: desobedecem, desacatam, partem para briga,ofendem, enfim, a violência é a linguagem do cotidiano nas escolas.Professores vivem amendrontados. Claro, que a violência está presente em vários lugares, a qualquer hora do dia,é a linguagem de várias classes sociais, principalmente dos excluídos.Não ignoro, ser produto e indicador de um contexto agudo de desigualdade social e que não vejo a menor possibilidade de minorar esta situação.
Não se consegue andar pela rua sem trazer consigo a desconfiança e o medo, há um exército de pedintes de todos os tipos, a insegurança está instalada em cada cidadão. O descrédito com os governantes, é generalizado, vejo que é o veículo incrementor da conduta que eles, os politicos, configuraram na mente da população. Convivemos com uma geração de jovens alienados, os valores transmitidos pelas familias e alguns agentes sociais, são invertidos.Percebo aqui em Copa, que a pobreza urbana, aumenta assustadoramente.
As escolas municipais, são destruidas pelo vandalismo, pela falta de noção ao próximo, da coisa pública. Há falta de diálogos, entre eles e a familia.Há uma fragilização dos códigos da sociedade mais ampla, instituições são denunciadas por Grupos criam espaços sociais próprios; uma cultura de consumo que é desenhada como caracteristicas de cada um, construindo códigos próprios e valores de comportamento diferenciados.Há uma diluição da percepção do entendimento de cidadania.O que se lê nas manchetes dos jornais, é o norte de que este país não tem jeito. As elites dominantes são conservadoras, sua inserção com o poder que governa o país, é feito ao jeito deles. O atual governo está amarrado por vinculos bastante sólidos, eles mudam para ficar como está.Com esta politica perversa de distribuição de rendas, dos juros exorbitantes, que são agrados ao capital financeiro, o nosso país vai ficar permanecer como está. A paz está longe de ser alcançada, passeatas, servem em alguns momentos como espetáculo, como holofote de determinados atores sociais.A violência meus caros dois leitores em suas diversas formas vai permanecer por muito e muito tempo.
A polícia passou por aqui com a sirene aberta, não sei bem, se atrás ou na frente dos bandidos...

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