segunda-feira, junho 13, 2005

Os filmes de fim-de-semana


Aldemir Martins - Artista Plástico Cearense - Nascido em 1922. Dedica-se aos temas da região nordestina.Premiado na Bienal de Veneza em 1956 Posted by Hello


No dia de sábado, resolvi pegar dvd para assistir. Aluguei 4 filmes: Olga,foi o primeiro e gostei muito. Sou apenas espectador, não vou buscar interpretações analiticas e estruturais do filme, tampouco, a interação filme/telespectador.Não reúno condições de invadir este terreno, fico restrito ao olhar e comentar com minha companheira.Leio comentários nos jornais, mas não me baseio como veículo, para alugar filmes. Serve também para livros.Trabalhei muitos anos com editores, procuro os lançametos ou reedições, não vou atrás do que fulano ou beltrano resenhou. Uma porrada de livros nem passam e eles nem querem comentar, só aqueles...um bom tema para interessados, é fazer análise destes cadernos literários destes jornalões. Houve recentemente a demissão de uma jornalista responsável por um destes cadernos, parece que ela é casada com um poeta...Os jornalistas ganham muitos livros das editoras. Houve um jornalista do Jornal do Brasil que me pediu livro para resenhar e precisava ver a exigência da entrega do livro no dia em que ele solicitou. Tinha de ser naquele dia.
Quando, montei uma locadora de fitas nos anos 90 e seis meses depois, tive de fechar, por total falta de clientes.Desde então,não freqüentei mais cinemas e reduzi idas às locadoras. Sagarana, esta era a razão social.Não me desfiz totalmente das fitas, preferi proceder deste modo.Perdi muito dinheiro ao desfazer de meu estoque em duas situações, na livraria e na distribuidora/editora. As lojas de livros compram por uma mixaria os livros que você desfaz. Hoje, afirmo, um dos segmentos que conseguem bons lucros com a comercialização dos livros, são os chamados sebos. Criei em uma galeria no Catete esta locadora, em um prédio com numeroso número de apartamentos.Todos conjugados. Serviu para ter bons papos; com os que eu tinha com o ator José Drummond, principalmente sobre cinema nacional. O ator tem uma visão muito boa e critica do cinema.Ele constatava que o filme nacional, tinha imensa dificuldade de ser locado.Via com os próprios olhos. O interessante que foi no momento de crise das locadoras, quando fechava uma após a outra.Entrava a televisão a cabo, cabeando diversos bairros, isto, acredito que tenha sido um dos fatores para o desaparecimente de grande parte das locadoras.O bolso do consumidor atingido, foi um dos contribuidores para o fechamento das locadoras e mais tarde da desistência da televisão por assinaturas. Muitas locadoras reduziram espaços, como a poderosa Blockbuster; outras fecharam filiais em outros bairros. Vivi a crise. Tinha um bom acervo de filmes brasileiros. É uma postura que eu tenho, tanto em filmes, sempre priorizar o filme nacional e na literatura, o espaço maior que dedico e consumo, é o autor nacional. Que está sempre em desvantagem em relação ao produto cultural estrangeiro. Não sou xenófobo. Mas eu que lidei por muitos anos com o produto cultural nacional. O próprio autor de Olga,Fernando Morais, foi editado por uma pequena editora nacional, a paulistana Editora Alfa-Omega, de Fernando Mangarielo. Fui seu divulgador na universidade, eu atuava só no terceiro grau. Ao logotipo da editora, era acrescentado a frase: Autor Nacional-Cultura brasileira.
Como disse, peguei outros filmes, um que considero um bom documentário de Paulo Thiago sobre Carlos Drummond de Andrade - O Poeta de Sete Faces, produzido em 2002. Titulo retirado do livro "Alguma Poesia". Gostei de ver a emoção de Adélia Prado ao narrar um poema de Drummond, ela como diz, ficou "travada". Adoro Adélia. O mestre Leandro Konder e diversos outros artistas.
O terceiro filme, foi o francês Albergue Espanhol, de Cédric Klapisch. Achei muito bom, interessante, atual.Aborda a identidade cultural, lembrei de muitos blogueiros brasileiros que acompanho,em suas narrativas nos países em que atualmente moram ou viajam.Gosto deste olhar sobre a vida cultural, social e politica.Todos sairam do nosso país por diferentes motivos.Gosto muito de uma blogueira que mora na Suécia, de nome Maria Fabriani, uma jornalista e filha de um poeta e tradutor.O blog é: Montanha Russa
O último desisti, por também, não ter mais tempo, pois foi reduzido com a alegre presença do levado da breca de meu netinho de onze meses. Paro com tudo que faço, para me dedicar e ficar babando as coisas que ele faz. Muito legal, esta condição de avô e particularmente de minha mulher, como avó. O filme que eu pretendia assistir foi Magnólia, de Paul Thomas Anderson, que dirigiu: Boogie Nights - Prazer sem Limites. Antes de devolver o dvd, liguei e fiquei embasbacado com a negligência da distribuidora New Line Cinema, por acaso, foi colocada em versão em português, com legendas no mesmo idioma. A fala dos personagens eram bem diferentes da legendada. Ouvia-se uma coisa e lia-se outra. Pude assim, perceber como anda mal, as traduções.
Meu neto sorri e é sorridente, por qualquer coisa, desde um barulho ou uma alteração de voz que eu improvisei, acha a maior graça. Coisa linda é a infância, depois, nós adultos em seus vários níveis, modificam, reprimem...as suas diversas fases de crescimento. Estou apenas recortando a minha realidade, de determinado segmento social. Ao descer para à rua, vejo outra infância, aquela, abandonada, mal tratada, desprezada pelos politicos. Dos que cheiram cola, furtam, se prostituem no calçadão de Copacabana. são os menores que nos assustam e provocam o nosso medo. Agridem de todas as formas, minha rua, é uma grande hospedaria para todo tipo de menor. Alguns se posicionam no sentido de incomodar, de dificultar a passagem do pedestre pela calçada. Gosto sempre de ressaltar, que há um crescimento da pobreza, o surgimento de moradores de rua, de mendigos.

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