terça-feira, junho 21, 2005
A Militante Heloneida Studart
Milton Rodrigues Dacosta - Pintor fluminense e muito premiado, nascido em Niterói no ano de 1915 - Um dos fundadores do núcleo Bernadelli, junto com outros pintores, como:Pancetti, Sigaud e Malagoli, em 1931. Pintores que se reuniam nos porões do prédio da Escola Nacional de Belas Artes.
Hoje resolvi transcrever um texto/artigo da jornalista, escritora,dramaturga, feminista e deputada estadual Heloneida Studart,nascida em Fortaleza, no ano de 1932. Recebi de uma amiga e guardei em uma das gavetas das estantes da Quitanda. Não acompanho as atividades da parlamentar no dia-a-dia, no entanto, fui seu eleitor em algumas ocasiões, tanto no PMDB(MDB), como no PT. Tenho por costume votar sempre em uma mulher para um cargo político e em um homem.Divido meu voto nos dois gêneros e sempre perto do meu perfil ideológico.Tenho exposto nas prateleiras, pois sou leitor, como já disse, com uma tendência a priorizar o autor nacional; dentre os autores, que fazem parte do acêrvo deste quitandeiro, é um livro em segunda edição, publicado pela Civilização Brasileira, no ano de 1978;sua autora é Heloneida Studart, o título é: O Pardal É Um Pássaro Azul.O desenho de capa,é de Dounê.Neste ano foi eleita deputada pelo MDB. Heloneida, tem uma trajetória de lutas; engajada nas causas das mulheres,militante dos movimentos feministas e atuante deputada estadual.Autora de um livrinho editado pela Vozes, que vendeu muito, cujo título é: Mulher, Objeto de Cama e Mesa e de uma peça de teatro: Homem não entra, com interpretação da artista, deputada pedetista, rubro-negra, Cidinha Campos, por cinco anos deste monólogo. Acho Heloneida, muito combativa,esta moradora do Leme; lembro que na última eleição, havia um comitê na Avenida Copacabana, com a cor rosa que imprime sua identidade; seu portal na internet,também, tem esta cor.
O artigo que apresento aos meus três leitores, foi remetido a mim, apenas com autoria, omitindo o título, que é: O Amor nos Tempos do Sexo, que pode ser encontrado na página da deputada Heloneida Ausência de autoria, falta dos créditos é muito usual na internet, é um território livre, há diversos casos, em que creditam autoria de um texto para um autor que desconhece totalmente sua elaboração/criação.Trocam e inventam autores.Já foi objeto de artigos em revistas e na rede, ou nos blogs, este reparo, quanto a autoria do que circula pela net.Gostei do que li e penso em dividir com vocês.
Heloneida Studart
Não me interesso por reis, nem os do baralho. Mas como me interesso pelo amor e, principalmente, por histórias de amor, não pude evitar o envolvimento quando li que aconteceu o final feliz da saga amorosa do príncipe Charles, herdeiro do trono da Inglaterra e dessa senhora de meia-idade, Camila Parker, sua eterna namorada.
Trinta e quatro anos de amor! Trinta e quatro anos entre dificuldades de toda ordem, imposições da família real, intrometimentos da Igreja Anglicana, casamentos com pessoas diferentes, cerimônias espetaculares (o casamento dele com Lady Diana foi um dos eventos de maior pompa que o Reino Unido já viu), filhos de outros matrimônios e o amor dos dois lá, brilhando, como uma luz extra-terrena, um sol perpétuo.
E nem se pode dizer que era um desses afetos eternizados pelas afinidades intelectuais e psicológicas como foi, por exemplo, o de Sartre e Simone de Beauvoir. Nada disso. O romance do feio e desengonçado filho da rainha Elisabeth com a feiosa Camila tinha fortes raízes eróticas, como mostrou o telefonema gravado de um diálogo enre os dois ("Eu queria ser um Tampax" etc.).
Ele a amou toda a vida como Florentino Ariza amou Firmina Daza, em Amor nos Tempos de Cólera, de Gabriel Garcia Marques. Não valeu o tempo, não importaram as rugas, as pelancas. O mundo inteiro, convertido aos mitos da beleza e da juventude, torceu para que ele amasse a formosa Diana. No entanto, o príncipe desengonçado só amou a sua bruxinha, com aquela cara amassada e cheia de marcas, com aquele corpo desgracioso.
Camila Parker Bowler é uma vitória do amor sobre todos os estereotipos do nosso tempo. Juliana Paes, com seu traseiro formoso, inspiraria amor igual? E Luma de Oliveira, com suas coxas célebres? Seguramente, não.
Essa inglesa feia, de 57 anos (ela é até mais velha do que o príncipe) mostrou a todas as mulheres, as que não são jovens, não são belas, nunca aplicaram silicone ou usaram botox, que uma mulher pode ser amada por ela mesma - e para sempre. A obsessão pelos corpos sarados, pelas formas perfeitas, pelo estilo feminino top-model foi derrotada por esse obstinado romance.
O romantismo ganhou, o sentimento prevaleceu e as mulheres tidas como feias também podem sonhar com seu príncipe. Seja ele príncipe de verdade, ou de fantasia. Pertença à Casa de Windsor ou à casa nenhuma, com sobrenome Pereira ou Silva.
Camila Parker, quando subiu ao altar, em cerimônia discreta, deve ter se sentido a mais linda das noivas. E certamente, à noite, quando mais uma vez se despir diante dele, o príncipe vai enxergar, não o corpo flácido de uma senhora, mas o corpo esbelto, juvenil, perfeito que possuem todas as mulheres, de qualquer idade, quando são amadas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
O AMOR tem que prevalecer sobre o desejo que vem através dele, pois o AMOR é do espírito e o desejo, do instinto. Melhor que o mundo repense sua posição de se apaixonar pelo efêmero, como o é tudo que pertence ao mundo das formas;melhor é enxergar através do espírito que vê mais longe, que percebe o verdadeiro valor das verdadeiras afeições...É possível amar o que condicionalmente é chamado de feio porque o mundo inverteu os valores ,mas jamais inverterá a Verdade! A beleza é mais ampla do que podemos visualizar, ela pertence aos anseios da alma que procura a sutileza, a profundidade, a doação, a generosidade e o compartilhamento daquele ou daquilo que não é superficial...
Não é o corpo dela, é ela
Postar um comentário