segunda-feira, julho 25, 2005
Um babador, que quase virou lenço.
John Graz - "Geométrico", óleo s/ tela. Pintor, Escultor, Artista Gráfico, nasceu em Genebra, no ano de 1891.Entra em 1908, para estudar desenho e arquitetura, na Escola Nacional de Belas Artes de Genbra.Ganha bolsa para estudar na Espanha. Mantém amizade com Antônio Gomide (1895/1967) e com a irmã, a pintora Regina Gomide (1897/1973), com quem se casará, quando vier morar no Brasil, em 1920.Entra em contato com o fauvismo, cubismo e o futurismo.Através de Oswald de Andrade, participa intensamente da vida cultural de São Paulo.Expõe seus trabalhos na Semana de Arte Moderna de 22.Seus trabalhos são publicados na revista Klaxon. Em 1925, é denominado como Graz, o Futurista.Realiza várias exposições.Foi condecorado pelo governo de São Paulo, em 1979, com a Medalha Mário de Andrade.Em 1980, foi convidado a participar da inaguração do Paço das Artes, na Exposição Reminiscências do Modernismo, mas falece 11 dias antes da inauguração.Homem dedicado as artes plásticas e ambietação de interiores.
Sábado, eu rufava os tambores nos corredores e salões desta Quitanda, anunciava aos quatros ventos, que receberia a visita de meu querido príncipe, o neto Ramom. Nossa primeira tarefa para recepcioná-lo, é retirar os objetos que podem servir de atrativo para que possa levar à boca, embora, estejamos cientes, de que esta prova “oral”, é uma das vias dele interagir com o mundo.
Chegamos a nos divertir, com tal situação geradora do nosso “caos”. É tão esperado, que tratamos de imediato proporcionar o menor grau de risco na convivência por horas na casa dos avós e da bisavó.Sua presença é garantia de alegria e felicidade. Chegar aqui, é perceber o sorriso, alegria expressa em seu semblante.
No desenvolvimento de seu crescimento, foi gerada uma relação muito especial comigo.Estava sempre perto do avô e da avó, claro, e das demais pessoais que estivessem eventualmente aqui em casa. Mas, foi comigo que desenvolveu esta relação, que eu posso chamar de amizade intensa, de tão intensa, que se tornou, bela. Sou muito brincalhão com ele, procuro inventar coisas e vozes. Confesso, que não sei traduzir da parte dele, como isto cresceu e passa em sua cabeça as “frases”, que ele tenta emitir no que se pode entender como conversa.Não há leitura e interpretação.
Não sei dizer como foi, elaborada minha imagem para ele; o primeiro passo, penso ser pela brincadeira que faço com ele. Todos, que estavam na festa de aniversário , foram testemunhas da adoração que tem pelo avô. Demonstrado por gestos e pelo chamamento de minha presença. Meus braços que o digam. Tinha em algumas situações ficar escondido para não atrapalhar aqueles que desejavam tirar fotos com ele.
Nunca imaginei vivenciar esta situação, de ser tão solicitado pelo meu neto. Foi o caso de sábado, saímos eu , avó e ele, fomos comprar fraldas, eu ficava com ele a maioria do tempo.Foi um dia atípico, nas lojas Americanas, eu fui para uma caixa preferencial que pelos dizeres, faz referências; entre várias prerrogativas, anunciava: mulheres com criança no colo. Coisa de louco! Para esta grande loja comercial ela apenas confirma e legitima o tradicional papel feminino, expressando que é a mulher, a quem cabe conduzir a criança. Fui ingenuamente ficar na fila, mas como uma senhora, que estava na minha frente, imagino que foi dia dela colocar o vestuário intimo em dia, a cesta estava repleta de caçinhas, estava com a maior morosidade; foi quando resolvi passar para uma das caixas vazias e coincidiu de uma senhora chegar ao mesmo tempo no lado oposto, como eu imaginava por estar carregando uma criança no colo tinha prioridade, ledo engano. A mulher esbravejava por eu ter furado o momento dela e saiu resmungando ao passar por mim, que ainda estava sendo atendido pela caixa que poderia ser dela. Neste momento, penso que ela ouviu o que não gostaria de ouvir, fui incisivo e debochado em minha resposta. Não entendi o procedimento desta respeitável empresa que zela pelos interesses dos consumidores.Meu filho que apareceu por lá, disse que eu teria que ficar aguardando a minha vez na fila preferencial , mesmo que as demais caixas estivessem vazias. Não precisa dizer que discordei do nobre e jovem jurisconsulto, que tem apenas o olhar para as leis.
Ao chegarmos em casa, resolvemos depois, desta batalha estar ganha, partimos para levar o neto para andar com uma bicicletinha que ganhou da madrinha dele. Aqui, começa, ao sairmos ele, estava no colo da avó.Desceria no momento as avós. em seguida, eu, meu filho e a nora. Fecharia a porta, mas avó, insistiu para que eu fosse com elas. Entrei por ultimo no elevador, tão logo fiquei de frente ao meu neto, ele me viu e quis o meu colo. Ao transferir do colo da avó, segurei, ele para ficar no alto na altura de minha cabeça.Gosta muito deste gesto. Ao chegar no térreo a bisavó percebeu que a mão direita dele estava ficando presa junto à porta fixa. Eu , pela posição em que me encontrava, não vi, a porta móvel ao abrir iria compor com a fixa, ela estava levando a mão do meu neto junto. Mas rápido que um relâmpago, consegui antes de fecharem as portas para sairmos, puxar com força a mão que já estava com os dedinhos entrando para ficarem presos.
Susto conjunto, Ramom cometido de maior berreiro, ficamos atônitos e tratamos de minorar o sofrimento, passando um pouco de gelo, água fria e gelol. Resultado, os dedos, ficaram um pouco inchados e em um deles, uma pequena lascada.
Não imaginava jamais passar por este mal estar, muito menos, ser o possível responsável por uma eventual deformação do corpo de meu neto. Verificamos, tudo parecia estar no lugar, o choro havia parado depois que colocamos água e como adora ficar com a mão embaixo da torneira, olhando a água cair, ficou mais fácil.
Depois de monitorar a situação dele, e saber que estava tudo certo. Horas depois, começou a escorrer lágrimas em meus olhos, expressão da dor silenciosa que eu sentia por não ser mais vigilante com uma criança, meu neto. Sei que poderia acontecer com todo mundo, menos comigo, porque, não haveria de me perdoar nunca, caso promovesse algum dano físico nesta pequena criatura em formação .
No domingo, fomos a casa dele para uma visita, tudo certo, mãe e pai juntos, ele brincando, de repente a presença do choro, acabava de prender o dedo da outra mão.. . Estava chegando a hora de voltarmos para casa. Levaram até a estação do metrô, ali , abriu o maior berreiro porque queria vir com o avô.Riso e choro uma combinação muito esquisita e em questão de segundos. Dissemos tchau,nos beijamos e fomos embora.
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