domingo, setembro 04, 2005

Célia e a mãe.


Siron Franco - "Ultimas Figuras", esta pintura está exposta na coleção de Cezar Prestes.- Gessiron Alves Franco, nasceu em Goiás Velho em Goiás - Pintor, Desenhista, Gravador, Ilustrador, Diretor de Arte, Escultor. Sua arte é muito conhecida e reconhecida internacionalmente.Um dos mais importantes artistas , uma referência no panorama das artes, nos acervos de colecionadores e de museus.O artista mantém um site oficial, que deve ser visitado.Siron, mudou-se para Goiânia nos anos 50; passa na década seguinte a ser aluno-ouvinte da Escola de Belas Artes da Universidade Católica de Goiânia.Freqüenta os ateliês de Bernardo Cid e Walter Levy, em São Paulo.Participa na Galeria Seta da exposição Surrealismo e Arte Fantástica. Em 1975, recebe prêmio, como uma viagem ao exterior e passa a residir em algumas cidades européias.Em 1979, inicia o Projeto Ver a-Cidade, intervindo no cenário urbano da cidade de Goiânia.Participa na direção de arte no documentário concebido pelo jornalista Washington Novaes e outros diversos documentários para a televisão entre os anos 85 e 87, como: Xingu.Ganha o prêmio com a medalha de ouro no Festival Internacional de Televisão de Seul. Siron, como alguém citou: "é artista de Goiás para o mundo ", Siron é um artista também engajado com as causas sociais, esteve envolvido na ocasião do acidente com o césio 37 que atingiu a população pobre de Goiânia, através de elementos radioativos danificando a saude de vários moradores.Siron, denunciou a situação manifestando o seu protesto em uma série de pinturas intituladas "Césio". Os povos indigenas foram temas de um memorial denunciando os massacres feitos contra esta população, alertando também para a devastação da natureza, a caça e a matança de animais.Em sua trajetória percebe-se como bem atuante, intervindo para protestar contra os abusos sociais e politicos.Siron tem uma definição de arte:"Uma obra de arte é social na medida em que pode sensibilizar e emocionar as pessoas(...)o homem morto na tv não sensibiliza. Mas um campo verde com pombos mortos, com espadas de generais encravadas em seus peitos é uma imagem que pode tocar". Posted by Picasa

Ontem, eu tive aulas de digitação pelo método revolucionário que o meu neto criou.Acho que ele está desistindo das aulas, deve ter notado que o aprendiz, tem dificuldades de assimiliar o seu modo moderno de digitar, preferindo o mais tradicional.Tudo para ele, é muito divertido, engraçado, sorri de coisas que para nós, não tem grande significado, no entanto, para ele assume uma dimensão de contentamento e felicidade.Fomos comprar frutas e ele resolveu andar e só quer andar com alguém segurando sua mão. Muito gozado os passos que são dados, são desencontrados, mas acham os meus para serem pisados, como se nada tivesse acontecido.Adormeceu no meu colo. Voltei para casa, coloquei deitado, ficou como deixei, de tão cansado.Hoje, após a caminhada pelo calçadão com uma agradável temperatura, consegui levar em minha companhia a minha companheira, depois longas e várias tentativas por anos seguidos. Enfim, estamos a sós no calçadão...Na volta,entrei rápido, estiquei o varal e coloquei este texto.


Célia morava com a mãe e o filho, em um pequeno conjugado no bairro de Copacabana, no posto 2. Célia, segundo Márcia, na verdade, nunca deixara de morar com a mãe,mesmo na ocasião em que conhecera Alfredo, pai de seu filho.Um breve romance e um filho.Célia e Alfredo, foram apresentados em uma festa de fim de ano de um amigo em comum.Encontros marcados e um desencontro no futuro.No começo do namoro Alfredo passava na casa de Célia, para ir a festas,aos shows, assistirem a peça de teatro ou mesmo ao cinema. Sempre havia alguma coisa para fazerem juntos.Um ao lado do outro, na maioria dos dias da semana. Mas, nem todo domingo, Alfredo comparecia, telefonava apenas, dizendo que estava trabalhando em uma obra, substituindo algum colega ou uma outra desculpa qualquer que Márcia, não se recordava mais quais eram. Lembrava apenas da expressão tristonha da amiga, de pouco riso. A mãe de Célia, ouvia calada e cismada, com as conversas ao telefone de sua filha com Márcia.Fingia não escutar, ligava o rádio e pegava uma revista televisiva, destas que acompanham os jornais dominicais.Adorava por distração, saber da vida dos artistas da televisão e saber antecipadamente os capítulos das novelas de sua preferência.
Não havia outro espaço na casa para manter a privacidade da conversa , então, uma mãe zelosa como Ângela, ficava inquieta com que ouvia.Não se sabe como, Ângela, descobriu o endereço de Alfredo. Numa segunda-feira, pela parte da manhã, Célia, espantou-se por ver sua mãe pronta, bem arrumada e dizendo que iria sair. Célia indagou, por curiosidade e obteve a resposta, que teria de ir ao posto de saúde marcar uma consulta, estava, sentido-se com a pressão alta e o coração acelerado.O dinheiro das duas não dava para pagar planos de saúde .A solução era enfrentar enormes filas e o precário atendimento do serviço médico. Célia não poderia acompanhar a mãe, pois, teria de levar o filho para o colégio, como fazia diariamente.Mãe indo para um lado e a filha para outro.Célia, olhou para trás e achou que a mãe estava seguindo na direção do ponto de ônibus.Não deu muita importância , poderia ser, apenas uma ligeira impressão , pois, para ir ao posto que fica ao lado da estação do metrô Siqueira Campos, o caminho teria de ser o mesmo de onde estava, seguiria pela Avenida Copacabana.
Ângela caminhou um pouco apressada, em direção do ponto de ônibus que a levaria ao bairro da Tijuca , especialmente, para a rua Mariz e Barros. Ângela, lembrava perfeitamente desta rua, bastou descer do ônibus . Passou grande parte de sua vida neste bairro e no Instituto de Educação, fora aluna desde o jardim até o curso normal. A normalista, tornara-se professora de um colégio público. Casou virgem e recém formada com um aluno do colégio militar. Seu namorado, noivo , marido e pai de Célia, sua única filha. Ângela viajou no tempo, lembrava das festas e das sessões do cinema Roma, ao lado da igreja, onde planejou e sonhou, quando tivesse uma filha, imaginava que ali, realizaria o casamento. De seu casamento, uma filha, que batizou com o nome de Célia e a separação do marido, um militar, que a abandonou para viver com a babá de Célia. Tudo muito rápido.Trouxe de imediato uma decepção, uma frustração, sentiu-se arrasada como mulher e esposa. Havia anos deste acontecimento, mas volta e meia, vinha à tona.
Ângela deu alguns passos e foi em direção ao prédio, em que faria uma visita ao morador, do apartamento 208. Tocou o interfone e uma voz feminina, foi quem atendeu. Ângela, perguntou pelo senhor Alfredo, a mulher disse que ele não estava; tinha ido cedo, verificar um material de construção que chegaria pela manhã.Bateu uma desconfiança em Ângela de imediato, disse que gostaria de deixar um recado, que era para tratar de assuntos e detalhes de uma obra que Alfredo, começaria a fazer em seu apartamento. Aflita, perguntou se poderia deixar por escrito, pois, não conseguia falar com ele ao celular.A mulher que falava com ela, muito educadamente, a convidara para entrar. Ângela, recusou-se polidamente, dizendo que teria de fazer algumas coisas, ao passar o recado, foi quando constatou, que ela estava se dirigindo a esposa de Alfredo; além disto, ouviu não muito nitidamente, uma voz de criança, chamando pela mãe.
Recado dado, sem muitos detalhes, um pouco confuso, para não ser identificada por Alfredo e posteriormente por sua mulher.Voltou para casa, acometida de uma crise de choro.Foi resolvido com algumas gotas de tranqüilizante natural, que comprava todo mês na farmácia de manipulação. Levou algum tempo, dias, para convencer a filha a separar de Alfredo. Foi um momento delicado, mas disse a verdade nua e crua.Tiveram uma conversa séria entre ela e Alfredo e terminaram o relacionamento. Alfredo custou a reconhecer a paternidade, precisou entrar na justiça.
Meses depois, Célia conheceu um rapaz nas areias de Copacabana, fez a apresentação de seu filho, que um pouco mais distante, brincava na água.. Márcia que estava com ela na ocasião, percebeu que o rapaz quando soube que ela tinha filho, não ficou muito entusiasmado, mesmo assim, manteve a conversa e programou um encontro.Saíram juntos, por diversas vezes. O rapaz deixou de aparecer duas semanas seguidas.Ângela próximo ao telefone, escutava as conversas com Célia e Márcia . Márcia dizia que Célia andava tristonha, sem sorriso. Houveram mais rapazes que se interessaram por Célia e não muito por seu filho. Célia ainda continuava morando com a mãe, conversando com Márcia pelo telefone e junto do filho. Célia tristonha, sem sorriso, em companhia do filho. Ângela sua mãe, sentada em um sofá, escutando disfarçadamente a conversa, lendo uma revista de televisão, desta vez, deixou o rádio desligado, na mesma estação que estava habituada a ouvir....Ângela estava convicta de que zelava pela felicidade da filha.

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