Eugênio Sigaud -"O Comicio",Óleo s/eucatex,1976 - Arquiteto, Pintor e Gravador, nasceu em 1889 e faleceu aos 80 anos, em 1979. Um dos fundadores do Núcleo Bernadelli, surgido em 1931, na Escola Nacional de Belas Artes,no Rio de Janeiro. Promovido por um grupo de alunos, com os objetivos, segundo o critico de arte Frederico de Morais, para: "democratizar e renovar o ensino de arte, introduzir modificações no Regulamento do Salão e abrir novos espaços para artistas que estavam aparecendo". Eugênnio de Proença Sigaud, segundo o crítico Quirino Campoflorito que identificou nele,um dos artistas que dedicou-se aos temas de natureza social.Divide também sua fase pictórica em quatro: 1921/1924; em estudos - 1924/1935; em fase de pintura objetiva; 1935/1937, pesquisa de técnicas e de materiais para pintura mural e cavalete;1937/1945, fase de inspiração em assuntos proletários, especialmente operários da construção civil.O artista nasceu no interior do Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1904, muda-se com a familia para Belo Horizonte. Em 1921, diplomou-se como engenheiro agrimensor e agrônomo.Mais tarde, em 1932, formou-se como engenheiro arquiteto, que exercia em conjunto com a pintura.Dedicou-se ao muralismo,as ilustrações em livros e jornais.Declarou em entrevista Fernando de Morais a sua opção ideológica, se posicionando como comunista.Eugênio era neto de nobres franceses e tivesse nove irmãos, entre eles: o bispo Dom Geraldo de Proença Sigaud, da linha mais conservadora da igreja, membro da TFP(Tradição Familia e Propriedade), tendo o deputado Plínio Corrêa de Oliveira, seu fundador.Eugênio, foi conhecido como o "pintor dos operários".(Fonte: Bolsa de Arte, Pintura Brasileira e Pro Arte Galeria).
Olá! Tempo de chuva e de temperatura baixa aqui em Copacabana. Apareci ontem por pouco tempo.Fiquei treinando os exercicios de digitação recomendados pelo meu neto de um ano.O dever de casa, era simples, com as mãos espalmadas, bater fortemente nos teclados e o resultado prático, não houve nenhum. A conclusão que chego, não sou o pupilo que o meu neto espera, prefiro a digitação em sua prática normal, ou seja, com os dedos.Desconfio que ele esteja desistindo deste método, pois, preferiu ficar empurrando uma cadeira por todo o apartamento, espero que ele não invente e passe a dar aulas de direção. Um boa terça-feira para todos.
Quem acabava de chegar era o velho bode Ludovico, usando óculos de aro fino e um cavanhaque embranquecido, discípulo de grandes intelectuais brasileiros.Sua formação intelectual,começou na infância, em vez de ficar jogando bola de gude, ou bola de meia, na esquina, preferia ler José Oiticica, que apanhava emprestado de um primo de segundo grau do famoso intelectual Bode Orelana. O velho hábito do cachimbo na boca, que por tanto usar, a deixava torta.Sua fase anarquista foi muito breve.
Charuto, quando fumava, era os de Havana e a bebida era um “mojito”, hábitos que adquiriu quando freqüentava La Bodeguita. Intelectual de esquerda, militante trotskista; com breve passagem pela luta armada e um rápido exílio em Havana e depois para a Suécia. Na faculdade onde lecionava, levava, sempre, além dos livros: de Régis Debray, Che Guevara ; “Moral e Revolução” e a “Revolução Permanente”, mais um caixote, que seria colocado, caso houvesse necessidade de uma manifestação-relâmpago. Sua presença era muito solicitada, sempre que havia um discurso festivo. Era um líder carismático, poderia contar com ele, sempre disposto a acirrar a luta de classes, entre os homens e os animais.
Afinal, alí, era o local ideal. Tinha sempre um discurso contundente preparado contra a globalização do planeta, contra a miséria e a fome. Pela paz. Pela melhor qualidade de vida. Desta vez, o convidaram para participar de uma manifestação canina, realizada no calçadão da praia de Copacabana, entre as ruas Joaquim Nabuco e Francisco Otaviano, no posto 6.Compareceu ao local e observou muito cachorrinho de madame, mesmo assim, colocou o caixote e começou o discurso: Liberdade para os cães ! Abaixo as focinheiras!Distribuição de ração para os cães sem tetos.Todo poder aos animais e aos moluscos.Bravo! Apoiado! latia sem parar um pastor alemão.Que em seguida pediu a palavra.Naturalmente, lhe foi negada, não estava inscrito como orador.Foi embora de rabo entre as pernas, disfarçando com um sorriso amarelo.
Sempre quando alguém reconhecia Ludovico,ele não fazia questão de lembrar, do último discurso proferido, pois, quase sempre não havia unanimidade na platéia, salvo de alguns gatos pingados simpatizantes. Como sempre terminava antes da hora, um minuto antes do término de sua contagiante e inflamada retórica, que por sérias e graves divergências, acabava com alguns bons pontapés no traseiro, dado por uns crocodilos. A cena sempre se repetia, quando não terminava em apupos pelas pessoas passantes na rua. Os homens insistiam em achincalhar com o papo do bode, implicavam até com o cavanhaque. Certo dia, na parte da manhã, surpreendendo a todos, ou, se foi denunciado por uma araponga, acabou saindo apressado do local, deixando cair o caixote e um dos livros que carregava. Muitos ficaram surpresos. Sumiu sem deixar rastro. Fugiu, para qual lugar? Se ninguém sabe, ninguém viu. O que teria acontecido com o velho bode esquerdista?Um militante aguerrido na luta animalesca.Na alta cúpula do partido de esquerda, que assumiu o poder, conduzido pela massa de animais descontentes, ninguém soube informar em que local poderia estar o velho bode.Todos altos dirigentes do governo e do partido,ignoravam que havia acontecido, o sumiço do bode.Houve dois cães de guarda, que juraram de patas juntas, que almolçaram com ele, no Esquilo da Floresta.Depois, retificaram, na verdade, era um sósia, parecia ser um parente próximo.
Miau, o Gato simpatizante de um velho partido de esquerda.. havia marcado um ponto com o companheiro de luta, mas ele faltou, deixando Miau muito preocupado. O que teria acontecido com Ludovico, o velho bode? Duas cobras criadas, preocupadas, indagaram para duas águias que sobrevoavam atentas o local., se alguma delas, tinham visto o velho bode. Não houve resposta.Um elefante, antigo trabalhador de circo, que pagava mico a todo instante, de tromba amarrada, ignorou também a pergunta das duas cobras.Uma hiena apressada, achava que o velho bode, estava entregue as traças na biblioteca; foi o bilhete que deixou, ao passar pelas duas cobras, sem parar. Uma tartaruga e um cágado, foram em direção à biblioteca, para confirmar a veracidade do bilhete, que lhe foi entregue por uma das cobras..
O sumiço do companheiro Ludovico, o velho bode, mobilizou um bando de amigos ursos.Os amigos ursos, avistaram de longe e foram dar a benção ao cão pastor, que trazia, além do evangelho, uma sacola cheia, junto ao corpo, acompanhado por seu rebanho, que acabavam de sair do culto. Prometeram , assim que souberam do sumiço do bode, fazer uma reza forte e recolher donativos em prol do sumido.
A manchete da Gazeta, anunciava com destaque o sumiço do bode e na página três, a notícia que denunciava, após escutas telefônicas autorizadas, de que o velho bode, sumiu, carregando uma enorme e pesada mala preta; no dia da confusão. Nada comprovado, apenas leves suspeitas de uma ratazana, que colaborava nas investigações e que tinha a fama de dedo duro. Mas o bode não aparecia, tinha realmente sumido. Uma afoita gaivota que ficava a ver navios, passou informação que, viu do alto, o deslocamento do velho bode, acompanhado de uma cabra.Mas o desmentido foi feito a seguir pelo cão policial encarregado da abertura do inquérito sobre o sumiço do bode. Por onde andará, o velho bode, militante de esquerda desaparecido? Qual teria sido o rumo, se é que não perdeu o prumo. Sumiu sem deixar pistas, despistando todos...
terça-feira, setembro 27, 2005
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