quinta-feira, setembro 01, 2005

O começo de uma história.


Poty Lazarotto - Napoleon Potyguara Lazarotto, artista paranaense, nasceu em Curitiba, no bairro Capanema, em 1924.Começou a desenhar desde pequeno, tornou-se um comprador de revistas ilustradas, incetivado pelo pai.Em 1938, aos 14 anos, publica no Diário da Tarde, Haroldo o homem relâmpago, em seis capítulos.No inicio dos anos 40, ganha bolsa para estudar na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, durante o mesmo período, matriculou-se no curso noturno do Liceu de Artes e Oficios para estudar gravura.Não se mostrava entusiasmado com a pintura, interessava e se dedicava ao preto e branco.Em 1944, vai trabalhar na Folha Carioca, ilustrando os contos e crônicas de Carlos Drummond de Andrade, Ademar Cavalcanti, entre outros. No ano de 1946, vai à França estudar através de bolsa do governo francês, artes gráficas e litografia. Mais tarde com Dalton Trevisan, cria a revista Joaquim, fazendo o desenho padrão para a capa.Em 1948, volta ao Brasil e começa a trabalhar para o jornal Manhã, ilustrando o noticiário policial.Cria o primeiro mural para a UNE, União Nacional dos Estudantes, na praia do Flamengo, com o tema O Processo, de Kafka e destruido posteriormente em 1º de Abril, pelo golpe miliitar.Há livros editados sobre o artista.Existe também no Paraná, a Fundação Poty Lazarotto, sendo presidida por João Lazarotto.Constata uma forte a presença deste importante artista no Estado do Paraná.Segundo dados que recolhi, informam, que o artista foi o criador do primeiro curso de gravura para o Museu de Arte de São Paulo (MASP), em 1950.Era bem requisitado pelas editoras para fazer ilustrações, presentes em obras como: Sagarana, de Guimarães Rosa, premiado na X Bienal do Livro em São Paulo;Dalton Trevisan, Machado de Assis, Raquel de Queirós, Gilberto Freire, Graciliano Ramos, Jorge Amado. Seus desenhos, grande parte em murais se projetaram nos espaços públicos das grandes cidades.O artista marcou a história do livro em nosso país.A grandeza de sua obra está nos murais, como gravador, ilustrador, professor e desenhista. Viajou para o Xingu com os irmãos Villas Boas e Noel Nutels, onde faz ilustrações tematizadas sobre o universo dos indios.Executa os murais para a Casa Brasil, em Paris no ano de 1950 e em 1988, o mural para Memorial América Latina, em São Paulo.O artista falece em 1998, na cidade de Curitiba. A obra deste artista que ilustra este espaço, foi retirada do Instituto Tecnológico Simepar, do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Posted by Picasa

Resolvi hoje,colocar no varal um pequeno trecho de um livro que desenvolvo e por várias vezes interrompido.Ainda não sei qual o rumo da história e nem sei dizer se destinará a um público infantil, sei apenas que eu iniciei a partir do nascimento de meu neto, inspirador e motivador de qualquer escrito de qualquer natureza que eu venha a produzir.Estou ciente de que trabalho ou passeio um pouco pelo universo do folclore e do imaginário infantil.A vontade de escrever, gerou vários temas que desenvolvo paulatinamente, vou acrescentando dados aos poucos, abri várias frentes, inclusive a idéia de se fazer algo para este público. O nascimento do meu neto, acho que foi o meu renascimento.


Naquele instante, um gato preto passou por debaixo da escada, cruzando em seguida a estrada Caminho da Onça, parecia ser o aviso e quem avisa, amigo é, que Chica Maria Matinta Pereira, uma velha senhora de bons modos estaria vindo, para visitar Mundo da Lua. Atendendo a um convite feito há muito tempo, que muitos esqueceram e poucos lembravam. E que algumas pessoas do povoado, comentavam, à boca pequena, poderia chegar a qualquer momento, iria passar uma longa temporada naquele aprazível local, especialmente no Sítio Luar de Prata..O dia marcado, era uma sexta-feira, 13, do mês de agosto. O relógio da praça parou marcando as horas de ontem, exatamente, às 13 horas. O sino da igreja, ficara em silêncio, pois, o velho sineiro sentiu-se mal. Várias portas e janelas, foram fechadas e quem tinha a luz acesa, apagou rapidamente. A vendinha do Zé das Couves, ficara apenas com uma porta aberta e as janelas fechadas. Era noite. Sim, era ela que acabava de chegar, conduzidas por quatro mulas mancas cansadas em uma velha charrete, com uma das rodas emperradas pela ferrugem. Kim, o vigilante cachorro morador da praça, aproximou-se dos visitantes, deu uma farejada, uns cinco latidos, arreganhou os dentes e recolheu-se para debaixo do carro estacionado na calçada, sentia-se assim, protegido, mesmo deixando parte do rabo do lado de fora. De longe, alguém reparou que uma das mulas, a terceira, à esquerda, era caolha. Um caboclo de chapéu e cachimbo, apareceu subitamente , levantando-se para colocar a charrete amarrada em uma árvore e providenciar comida para os animais.
Inconfundível, à distância, devido ao cheiro que exalava, impregnando o lugar. Ninguém tinha mais dúvidas e quem ainda tinha, ficou convencido de ser a desconhecida visitante, que veio de uma mata distante do estado do Amazonas. A velha senhora, coçou o nariz e começou a espirrar bem forte. Arrumou a pesada sacola preta em que trazia uma grande quantidade de tabaco, tinha este hábito. Após dar alguns passos, começou a relampejar e três corujas piavam sem parar. Nem o sol que estava iluminando o céu pela manhã, ficou, desapareceu, escondeu-se. Vestia-se com uma roupa escura e uma enorme cabeleira negra, que às vezes, servia para cobrir seu rosto. Mesmo com a dificuldade em caminhar, se rastejava, devido ao avançar da idade, trazia a fiel companhia de uma ave conhecida como rasga-mortalha, a Didi, como assim, a chamava. Segundo os moradores, que diziam ser uma ave dos infernos, uma ave agourenta.Que era capaz até de assustar crianças, de assombrar as pessoas, principalmente, as mulheres. Caminhava lentamente, resmungando, dando baforadas e cusparadas no chão.
Tinham acabado de chegar ao local oferecido para a sua hospedagem. A ave, parecia feliz, estava assobiando como se estivesse com um apito. Lembrava em alguns aspectos, uma das diferentes espécies de coruja. Ana Maria, proprietária do sitio, ignorava quem tinha feito convite a distinta senhora de vestes negras, para visitar Luar de Prata.No lado de fora, havia uma tabuleta, coberta por um pouco de poeira da estrada, alertando: Cuidado! Cão! Mantenha-se afastado, mas logo embaixo, uma outra dizendo: “Cão que ladra não morde!”. Do lado direito, acima do portão, escrito em vermelho, uma outra, avisando que: “Sorria, você está sendo filmado”. Afinal, ninguém entendia as mensagens das tabuletas.Ana Maria, por curiosidade, olhou para o calendário atrás da porta e veficou que estava no mês de agosto de 2004, numa sexta-feira, 13.
Ficou pasma com a presença desta enigmática senhora, tratou de pedir o pagamento adiantado, solicitou a identidade,título de eleitor, cpf, cartão de crédito, cheque, se tivesse alguns dolares, aceitaria, no entanto,ela recusou, dizendo, ou melhor gritando em uma voz esganiçada, que tinha sido convidada. Nãooooo! Nãoooo! e Nãoooooo! Não me aborreça! Não sabe do que sou capaz.Sou convidada e ponto final. Seguiu em frente, sem dar importância ao pedido da dona do sitio.

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